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Pierre e Valentina: o amor entre pai e filha do outro lado da fronteira

Por: Janquieli Ceruti
29/09/2016 16:47 - Atualizado em 02/10/2016 19:10
Com a pequena nos braços, o inexperiente papai exala felicidade (Fotos: Janquieli Ceruti/LÊ) Com a pequena nos braços, o inexperiente papai exala felicidade (Fotos: Janquieli Ceruti/LÊ)

Sorridentes ou mais sérios; uns extrovertidos e outros tímidos; pacientes ou ansiosos; falantes ou observadores; de primeira viagem ou experientes. Eles são muitos, mas seus filhos os conhecem bem e isso os torna únicos. Nas caixinhas decoradas dos presentes, um par de sapatos, uma camiseta de futebol ou um kit para churrasco. No coração, muito amor e gratidão ao homem que dedicou grande parte da vida a mostrar o melhor caminho para que os passos fossem mais leves e a alegria estivesse presente em cada curva.

Nem sempre os pais conseguem ser exatamente o que os filhos esperam, mas não há dúvida de que a maioria deles se desdobra para ser o melhor possível aos maiores amores de suas vidas. Pierre Gady Jean Bart, por exemplo, faz tudo o que pode para arrancar os primeiros sorrisos da filha Valentina. A pequena, de apenas três meses, é sua maior motivação para enfrentar o recomeço difícil em Xaxim. O haitiano está há 1 ano e 8 meses no Brasil e, mais do que o sonhado emprego, a nova vida veio acompanhada por uma esposa carinhosa e a frágil criança, que é fruto do visível sentimento que os une.

A primeira filha, aos 28 anos, deverá ser a única. Pierre e a esposa Penina Leonard Jean Bart, de 23 anos, não planejam aumentar a família. A história dos dois é recente, mas tem tudo para ser duradoura. Eles se conheceram em Xaxim e estão juntos há pouco mais de um ano. Agora, com a pequena Valentina em casa, somente o pai está trabalhando, mas no mês que vem a criança poderá ser matriculada em uma creche e Penina voltará ao trabalho, na mesma empresa e setor que o esposo, no Frigorífico Aurora Alimentos, de Xaxim.

O trabalho de Pierre, no corte de frango, é pesado, mas o sorriso está sempre estampado no rosto. Com a pequena nos braços, então, a expressão de felicidade é contínua. O carinho com a filha alivia um pouco a saudade do próprio pai, Sené Quie Jean Bart, que mora no Haiti e que não vê há 2 anos e 4 meses. Se o pai dele está ausente, no caso de Pierre as coisas são bem diferentes. Mais do que gerar a vida, o pai é muito presente na vida de Valentina. Ele conta, num português ainda difícil para alguém que é fluente em inglês e francês, que troca fraldas, dá banho e lava as roupinhas da criança. Ao ser perguntado sobre como é ser pai, a afirmação é imediata e os olhos vão ao encontro dos da criança, que se alimenta no colo da mãe.

Morador do bairro Alvorada, Pierre não tem planos para o domingo, mas não há dúvidas de que não faltará amor na casa que divide com a família e alguns amigos. O lar é simples, mas nele está o que de mais importante um filho precisa: a união dos que os ama. Valentina ainda é muito jovem para compreender tudo o que acontece ao seu redor, mas muito em breve terá Pierre para chamar de papai e ajudá-la a escrever passos em solo firme, que com muita luta aos poucos é preparado.


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