A nota máxima na Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) realizado em 2017 foi alcançada por 53 estudantes. O número é menor do que na edição anterior, quando 77 candidatos chegaram à nota mil, porém o total de inscritos também diminuiu de um ano para o outro: foram 9,2 milhões de inscritos — 5,8 milhões presentes — em 2016 e 6,1 milhões de inscritos — 4,7 milhões presentes — no ano passado. Os números foram apresentados pelo Ministério da Educação (MEC) em entrevista coletiva nesta quinta-feira (18), em Brasília.
A média obtida pelos candidatos na Redação aumentou: de 541,9 em 2016, passou para 558 em 2017. Também cresceu a quantidade de candidatos que tiraram zero na prova. Em 2016, 292 mil estudantes (4,84% do total) receberam a nota mínima; em 2017, foram 309 mil (6,54%).
O principal motivo que levou à nota zero nas redação, que pediu aos candidatos que escrevessem sobre "desafios para a formação educacional de surdos no Brasil", foi fuga ao tema: 5% do total de provas (cerca de 236 mil) foi zerado por esse problema. O percentual é bem maior que no ano anterior, quando o tema foi intolerância religiosa e 0,78% dos candidatos fugiram ao tema.
A Redação do Enem 2017 passou por uma polêmica dias antes da realização das provas: o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, de Brasília, acolheu, no final de outubro, pedido do movimento Escola Sem Partido e suspendeu a regra que previa zerar a redação dos candidatos que violassem os direitos humanos. O governo recorreu, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão. O MEC então anunciou, dias depois, que não iria mais recorrer, o que foi reafirmado na coletiva.
— A decisão do ministério de enfrentar a polêmica e apaziguar a população do exame, acatando a decisão, foi importante pra os participantes. O ministério informou que não recorreria, e não recorrerá — garantiu Maria Inês Fini, presidente do Inep, órgão ligado ao MEC e responsável pelo exame.
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