São exatamente 04h48, manhã de quinta-feira, 01 de fevereiro. Estou em Nova Trento, cidade próxima à nossa capital Florianópolis, onde estou para mais um treinamento, para mais um trabalho de palestras, dessa vez serão cinco horas falando aos profissionais da Educação deste município. No local onde escolhi para passar a noite é uma espécie de hotel misturado com mosteiro. Tudo muito belo. Quartos perfeitos, TV a cabo, climatizados, várias toalhas, água por conta da casa, enfim...
Mas ao fundo desta edificação há um casebre, uma casa que se fosse comprar ou avaliar você não daria mais que R$ 5.000,00. E é exatamente neste local, humilde, onde jamais existiu climatizador, frigobar, televisor, chuveiro com água quente, nenhum conforto que residiu uma das mulheres que mostrou a cada um de nós o quanto cada um é capaz. Vindo da Itália, Madre Paulina, buscava com o pouquíssimo ou quase nada que possuía estender a mão ao próximo. Proporcionando aulas de catequese, falando de Deus, praticando o altruísmo puro e edificante. Com isso foi aos poucos criando sua congregação, seu exército do bem. Após evidente, muitas e muitas batalhas, ser inclusive no começo taxada de muitos adjetivos, pois morava ela e somente mais uma fiel ajudante. Sempre buscou ouvir sua alma.
É tudo silêncio aqui.
Pareço ouvir vozes, passos, mas tudo é muito agradável.
Então me vem uma pergunta: tem sentido maior que isso na vida?
Passar uma existência toda fazendo literalmente a diferença? Ajudando, se colocando no lugar das outras pessoas, não deixando ninguém sair sem que essa pessoa estivesse melhor do quando chegara? Cada um de nós somos um Universo em miniatura, achamos talvez que mesmo sozinhos não possamos fazer a diferença e me acredite, nós podemos sim.
Agora vou sentir um pouco do vento, do frescor e conversar com Madre Paulina sobre muitas questões. Preciso-me introspectar para que meu trabalho flua. São 05h08, às 07h30, cordialmente tomarei café com alguns amigos secretários da Administração que me são gentis. Estar em Nova Trento literalmente é uma dádiva. Crescemos muito como e enquanto seres do "aqui".
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