Silêncio pleno
O PSD de SC, diante dos fatos conhecidos, está mudo sobre o desfecho que envolve o deputado federal João Rodrigues e o possível final melancólico que, se ocorrer, vai se desenhar em SC. Escalado para fulminar com a candidatura de Gelson Merisio, articulação feita por Júlio Garcia e seus parceiros, leia-se box MDB, o deputado federal encontra-se em uma encruzilhada que, de um lado está uma carreira vencedora e, de outro, o mergulho pleno na escuridão. Se antes via-se nos palanques com seu forte e firme discurso, asfalto em direção à Casa D’agronômica, agora vê o abismo deste terremoto próximo. É seu pior adversário. O mesmo que rodeia Lula da Silva, guardadas as proporções. Para o partido, se confirmado, uma perda grande. Ou não.
Qual é o direcionamento dos republicanos neste momento de ebulição política?
Nós estamos acompanhando de perto todas as decisões desse momento crucial da política brasileira, em especial, da catarinense. No nosso entendimento, hoje não há mais espaço para erros em nenhuma esfera, seja ela pública ou privada. A punição está alcançando a todos, indistintamente. Se houver culpa, no entendimento do judiciário, vai haver condenação, não importa qual a posição que ocupa a pessoa julgada. Como empresário e deputado estadual, nossa conduta tem garantido o reconhecimento público e a credibilidade. Nesse sentido tenho apresentado propostas que defendem a economia do dinheiro público, garantem a geração de empregos e renda, colaboram com a segurança, protegem o meio ambiente, alertam para a preservação da saúde, entre outros. Estamos contribuindo na política catarinense como já o fazemos enquanto empresário, emprestando nossa experiência profissional à gestão pública. Somos parceiros na construção de uma Santa Catarina mais forte e economicamente sustentável.
Qual a linha que o PR vai adotar para fortalecer a bancada federal e estadual nestas eleições?
O PR construiu e está construindo uma base forte em todo o Estado. Para se ter uma ideia, em 2016 o nosso Partido foi o que mais ampliou o número de prefeitos, vices e vereadores. Nosso projeto para 2018 está sendo embasado no fortalecimento dos diretórios e na criação de comissões provisórias onde ainda não tínhamos marcado presença. E a união das nossas bases será importante para as eleições desse ano, fortalecendo as bancadas federal e estadual. Como deputado, temos visitado os municípios catarinenses e apresentado nosso trabalho para ajudar o Estado de Santa Catarina. Nessas oportunidades, temos filiado líderes para alavancar ainda mais o PR catarinense. Estamos trabalhando muito até para termos um candidato na majoritária, o presidente do nosso partido, o deputado federal Jorginho Mello. No projeto ainda buscamos eleger dois deputados federais e mais cinco deputados estaduais.
Final
O pedido de prisão de JR foi a cereja do bolo da desgraça que, em tempo recorde de ano eleitoral, envenena suas intenções majoritárias. Impressiona como a chuva judicial afoga-o na velocidade e mata. A PF é o anfitrião de seu inferno.
Reviravolta
Diante de ver as trevas dominar, no estalar dos dedos, sua luz eleitoral, a João Rodrigues resta a reversão deste deserto de dúvidas em uma enxurrada de apoios que, caso vença, empurre sua liderança para a cabeça de chapa e vencer.
Inferno
Na antessala de seu pesadelo, JR volta ao país que, no Congresso, deu longos discursos votando e metralhando o PT. O mesmo partido que, ao saber de sua prisão iminente ontem, esvaziou barris na comemoração. Bala trocada não dói.
Furo
A imprensa de SP busca saber o voo que o deputado João Rodrigues embarca de volta ao Brasil. Querem registrar sua chegada e o momento da prisão no aeroporto. É o mundo das notícias que, para seus apoiadores, é macabra.
Afundam
O governador Colombo está no limite de aprovar os repasses aos municípios onde, prometidos, fez palestras em todas as regiões para indicar os rumos dos recursos. Vendo-se asfixiado pela dúvida, coloca em xeque a luta pelo Senado.
Indignação
Os prefeitos apostam nestes recursos para pintar o rosto de seus municípios de alegria que aos poucos vai diminuindo e, com ele, as chances de Colombo sorrir em outubro. O Fundam é o passaporte garantido ao Senado. Falhando, amarela.
Prudência
Pisar em Xanxerê, terra de Gelson Merisio em plena sexta-feira, mesma possível data de retorno e prisão de João Rodrigues, foi o argumento subliminar que Colombo usou para não aparecer e trocar para outra data. Sem Fundam e JR é fria.
Ferro
Os prefeitos querem um cara a cara com Raimundo Colombo para escutar quais os motivos da demora destes recursos que são, para todos eles, a redenção junto às comunidades que administram. O Fundam é como água fresca no Saara.
Influência
O governador sabe que sua chegada ao Senado, embora o governo quem afirma ter feito com ganhos singulares para SC, números positivos em relação aos demais estados do país, é a passarela para sua chegada firme no Congresso.
Terror
A ponte para o Senado é tão importante para sua vida pública, saindo por cima, quanto a Hercílio Luz, o maior cartão postal do Estado, garantida de pé em seu governo. Chegar ao final de oito anos e escorregar nas urnas, é desabar.
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