O efeito João Rodrigues em Brasília nas eleições
O deputado federal está com a garganta contida desde sua prisão em Guarulhos. Agora com o mandato sob controle, vai varrer o que tende ter as digitais de seus adversários no episódio que levou-o à humilhação. Vai entender, a partir de segunda-feira, qual é seu papel dentro do desenho das urnas, lugar que figurou de modo campeão nas que esteve presente. Dotado de energia, a mesma que calou sua voz nestes dias, vai canalizar para ceifar o que entende ser os patrocinadores do seu calvário. Se antes olhava para o MDB como uma porta de sua passagem à majoritária, agora é seu desafio, gratuito, de ser motor que os ulyssistas buscam para se manter no poder. A ajuda oferecida por Raimundo Colombo ao vice, morro abaixo diga-se, não é suficiente. Vai dar seu empurrão. No PSD não fica mais.
As mudanças feitas pelo governador Eduardo Pinho Moreira alteram a direção de rumo da estatal para o campo político?
Desde 2011, uma verdadeira transformação está em curso na companhia, quando um diagnóstico realizado nessa época apontava a necessidade de uma adequação da companhia frente àquilo a Agência Nacional e Energia Elétrica (ANEEL), nosso órgão regulador, determinava. Nosso esforço então foi no sentido de mobilizar acionistas, diretoria executiva, empregados e movimento sindical em prol dessas mudanças, sempre com o apoio do governador Raimundo Colombo e do vice-governador Eduardo Pinho Moreira. Desde então, melhorias foram implementadas na área técnica, na área comercial e em segurança do trabalho, cujo desempenho foi refletido diretamente nos resultados alcançados pela empresa, tornando-a cada vez mais sustentável. E esse trabalho vem sendo reconhecido tanto pela sociedade quanto pelo mercado financeiro. Já no início deste ano, ficamos muito lisonjeados com a conquista do Prêmio IASC, promovido pela própria ANEEL, que, após ouvir consumidores residenciais inseridos na área de concessão da Companhia, reconheceu a Celesc como a segunda melhor distribuidora do país, entre as empresas que atendem mais de 400 mil unidades consumidoras. Em 2017, não foi diferente, quando recebemos dez prêmios, sendo um em âmbito internacional, seis nacionais e três estaduais. Entre eles, destaco o Prêmio Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), que posicionou a Celesc como a segunda melhor empresa do setor elétrico em 2017, também de acordo com avaliação dos próprios consumidores. Outra conquista foi a permanência no Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa (ISE), que avalia as empresas sob rígidos critérios internacionais. Essa imagem positiva reflete no valor das ações da companhia, que têm valorizado além da média de mercado, do índice Bovespa e do índice de energia elétrica.
Esse trabalho sofrerá alguma mudança com o novo governo?
A indicação do governador Eduardo Pinho Moreira é de que a Celesc continue com a mesma linha de profissionalização, sempre primando pela parte técnica e com esforços voltados à racionalização de custos, aos investimentos em tecnologia e inovação, e às iniciativas para aproximação com a sociedade, assegurando, assim, a qualidade no fornecimento de energia elétrica e a satisfação dos consumidores com a empresa. Uma boa notícia é que tivemos uma sinalização muito clara de que esforços estarão concentrados na busca por recursos extraordinários para fortalecer nosso atendimento ao homem no campo. Acredito que essa será a grande marca de sua gestão no que se refere ao fornecimento de energia elétrica.
Lá
Em Brasília, com direito de ir à Tribuna, deputado João Rodrigues vai dar o recado que, orientado por Júlio Garcia, quer responder à altura do que tem vivido nestes dias de escuridão de seu futuro. O conselheiro mantém tutela.
Aqui
Sendo o guru orientador, Júlio Garcia vai ser, pelos interesses do MDB, a ponte entre o parlamentar e a desova de votos de seu patrimônio eleitoral. Neste caso, a prefeita Ana Paula da Silva, Paulinha, rumo a Brasília, via PDT.
Rumo
Paulinha ao lado de Júlio Garcia tem sido o desenho. Amiga pessoal de João Rodrigues, a prefeita de Bombinhas prepara sua saída da prefeitura e, possivelmente do PDT. Incompatível com Ciro Gomes, o presidenciável dela é outro.
Ataque
Júlio Garcia casa com Paulinha nas urnas a estadual. Será ele o porta-voz do deputado João Rodrigues que, distante do palco eleitoral catarinense, é o arquiteto para dar seguimento à aproximação com o MDB de Eduardo Moreira.
Guia
O MDB olha para o ex-conselheiro como um aliado importante no sentido de fulminar com Gelson Merisio e costurar a Tríplice que é o centro da queda de braço. Ambos do Sul, Garcia e Pinho Moreira se falam permanentemente.
Reação
Gelson Merisio está hoje em Xanxerê e faz uma coletiva à imprensa no mesmo horário que o governador interino, Eduardo Moreira, vai apresentar Adenilso Biasus como seu secretário e participar de uma janta em uma cooperativa.
Firme
Cláudio Vignatti reafirma seu compromisso para se manter no PT e, diante das falações de sua saída do partido, afirma ser fogo amigo que tem interesse em fragilizar sua liderança nas bases. Vai bater de frente pelo espaço.
Ele
Jatir Balbinot será o anfitrião de Ciro Gomes na região ao lado do presidente e deputado estadual Rodrigo Minotto. Candidato a estadual em outubro, Balbinot está montando o PDT no Oeste onde, por anos, está abandonado.
Conversa
Aliado no projeto de estadual, o PDT espera que Gelson Merisio, a aposta dos trabalhistas para outubro, seja anfitrião do presidenciável em Xanxerê. Ciro Gomes fala às lideranças do PIB local e aos alunos da universidade do Oeste.
Aposta
Jorginho Mello está buscando espaço na majoritária e, enquanto os demais do PSD, PMDB e PSDB estão acelerando nas discussões, vai de carro popular e aposta em um novo nome para federal. Maurício Eskudlark é o quadro.
Sinais
Nilso Berlanda tem informações de que, em pesquisas internas dos partidos, para balizar quem entra e sai da Assembleia em outubro, está com cadeira entre os 40. Mas não dorme na ilusão e está produzindo em todo o Estado.
Debandada
O PSD vai ter que fazer um esforço triplo para tirar a indignação dos prefeitos e vices que, aguardando o Fundam, estão na seca e abandonados por Colombo. Além de que, agora, veem o Estado na mão dos adversários.
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