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ATENTOS À EDUCAÇÃO

Estudantes do Gomes Carneiro demonstram preocupação com cenário nacional

Por: Janquieli Ceruti
08/11/2016 15:15 - Atualizado em 08/11/2016 15:17
Alunos reuniram-se no início da manhã para discutir acontecimentos nacionais (Foto: Janquieli Ceruti/LÊ) Alunos reuniram-se no início da manhã para discutir acontecimentos nacionais (Foto: Janquieli Ceruti/LÊ)

Reunidos em frente ao coreto da Praça Frei Bruno, de Xaxim, estudantes do 9º ano à 3ª série da Escola de Educação Básica Gomes Carneiro prestaram apoio às manifestações, que estão acontecendo em todo o País, contrárias à PEC-241 (atual PEC-55, que tramita no Senado), Escola sem Partido, cortes na Previdência e à Medida Provisória 746, que prevê reformas ao Ensino Médio. Os cerca de 80 estudantes, mobilizados por meio da iniciativa de alunos da turma 301, permaneceram mobilizados durante a manhã de ontem (07), e portavam cartazes com frases de efeito em defesa da Educação igualitária e de qualidade para todos.

De acordo com líderes do manifesto, a ação começou a ser planejada há cerca de duas semanas. Após contato com professores e direção, os alunos sentaram-se com lideranças do movimento a nível regional, como é o caso do professor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Bruno Piccoli, que contextualizou os estudantes sobre o cenário político do País. “Ele se interessou por nossa iniciativa e engrandeceu bastante nossos posicionamentos”, destaca a estudante Eduarda Pelinson, que está no último ano do Ensino Médio.

Conforme Kamilly Zanluchi, que cursa a 3ª série, “eles [os políticos] já não investem o dinheiro que deveria vir para a Educação e Saúde. Se eles congelarem algo que é nosso por direito, que está na Constituição, eles não só impedirão de universidades abrirem novas vagas, como também tirarão a oportunidade de reformas em escolas, como é o caso do Gomes Carneiro, que precisa de mais verbas públicas urgentemente para investir na estrutura e nos ambientes de estudo. Quem só ler a PEC-241, e não se aprofundar na história, irá achar que ela é boa, pois prevê melhorias no Brasil, mas não por meio da qualidade de vida das pessoas”.

Para Julia Pelinson, que também está em seu último ano na escola regular, a forma com quê é feita a distribuição do montante público não é igualitária por si só e, se a PEC-55 for aprovada no Senado, irá ficar ainda maior a distância entre pessoas mais e menos favorecidas economicamente. “A Saúde que a gente paga nos impostos, que deveriam vir para nós, está indo para quem não precisa, pois tem condições de custear. Com a Educação é a mesma coisa. Os que podem ter uma Educação de qualidade sem precisar do auxílio do governo pagam por ela, quanto a nós resta temer o futuro”. A irmã da estudante completa dizendo que “eles querem que o Brasil fique bem visto aos olhos de fora, mas é o brasileiro que está pagando para sofrer. Esse que é o problema. Os cortes não acontecem nos locais devidos”, expõe Eduarda.

Kamilly destaca que a PEC-55 “é um congelamento para redimir a dívida externa”, mas indaga sobre o porquê do aumento de salário de deputados e senadores num momento de tamanha crise. “Acredito que eles devem tentar diminuir a dívida do País, mas têm outros caminhos que não comprometeriam a Educação e Saúde. Precisamos de mais apoio da sociedade, porque é o futuro que está sendo discutido; e nós que vamos definir esse futuro, por isso da importância de contarmos com o apoio de outras gerações. A sociedade precisa pensar na coletividade e não apenas pelo interesse de uns ou outros”.

Durante a manifestação, era nítida a vontade dos estudantes de que a comunidade refletisse sobre a importância de investimentos em Educação e, mais do que isso, em liberdade de escolha. “Nossa intenção não é apenas fazer protesto, ir para a rua, mas conscientizar as pessoas para que elas saibam o que são essas medidas. Não é uma indignação de um grupo, tanto que tem milhares se manifestando por escolas e universidades pelo País”, expôs Eduarda.

Julia, apoiada pelos colegas, explica que “os políticos querem uma população que não tenha senso crítico, que não tenha conhecimento e não questione a posição que eles querem tomar. Essa é a ideia da ‘Lei da Mordaça’, que prevê tirar a discussão política das escolas. Se essa lei for aprovada a gente não terá opinião”.

Mudanças em disciplinas, até então obrigatórias, no Ensino Médio também são motivos de preocupação. “Nossa greve também é contra a reforma do Ensino Médio da maneira que está sendo pensada. Todas as matérias são fundamentais. O senso crítico é fundamental. Eles não podem nos privar do direto de ter uma formação completa”. Além do valor dado à formação pessoal do estudante, os alunos acreditam que a retirada de disciplinas do currículo básico aumentaria ainda mais a dificuldade de entrada nas universidades. “Os alunos que são de escolas particulares e têm como custear cursinho pré-vestibular terão acesso a muito mais assuntos do que nós, que seremos privados de alguns conhecimentos. Quem é rico terá como estudar porque tem dinheiro; e quem é pobre fica como? Ficarão trabalhando nas indústrias e dificilmente obterão um cargo mais alto. São empregos dignos, mas estamos estudando para conquistar outros objetivos”, questiona Eduarda.

MOBILIZAÇÃO

O ato dos estudantes aconteceu somente nesta segunda-feira de manhã, mas lideranças regionais programam greve generalizada em diversos municípios nesta sexta-feira (11).

FIQUE SABENDO

A PEC define que as despesas da União só poderão crescer, nos próximos 20 anos, até o limite da inflação do ano anterior. Na prática, Executivo, Legislativo, Judiciário, Tribunal de Contas da União, Ministério Público e Defensoria Pública da União não poderão aumentar suas despesas de um ano para o outro acima da inflação registrada no ano anterior.

A PEC-241 foi aprovada pela Câmara dos Deputados em primeiro turno por 366 votos a 111 e, após ter sido aprovada em segundo turno, em 25 de outubro, a PEC do Teto está n Senado, onde todo o trâmite de votação volta ao início, com análise de constitucionalidade, debate e votação em comissão especial e apreciação em dois turnos no plenário.


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