Consciência traída
A luta travada pelas mulheres é um desafio que inclui todas as pessoas, não interessando qual sejam as etnias, formação intelectual ou altura financeira. Uma posição e momento de atitude é, entre todas as palavras, rebeldia. A mulher sujeita, isto é, dada às ordens de controle, em qualquer direção, é repugnante. Não significa que, expressiva e dominante de si, seja descontrolada de obrigações. Coadjuvante da sociedade, não entendida nisso necessariamente em uma posição secundária, determinem-se por menos gritos de reivindicações e mais demonstração de atos de afinidades porque, sabe-se, a luta delas não pode ser em separado deles. Não é um enfrentamento entre elas e eles. Mas o rompimento da mera observação da diferença para o entendimento de existência necessária. O que se entende ser necessário, nesta consciência, deixa de ser uma luta tola entre sonhos iguais, para ser um alcance de mãos dadas. Se machismo é uma ideologia vencida pelas atitudes ultrapassadas, morta e intragável, o feminismo é, pelas mesmas e contrárias bandeiras ideológicas, machismo de calcinha.
Cansa falar da luta das mulheres e não ver avanços práticos?
A luta das mulheres é uma luta histórica, desde sempre: as mulheres que lutaram pelo direito ao voto, que lutaram contra a ditadura militar, as que estão perdendo seus filhos para as drogas, as que sofrem diferentes formas de violência todos os dias. Uma mulher que ganha menos que um homem com a mesma formação, por exemplo – o último dado oficial do IBGE aponta que as mulheres ganham em torno de 30% menos apenas por serem mulheres.
Todas essas violências são históricas, não nasceram ontem. Algumas nós vencemos e outras nós precisamos continuar lutando para que seja modificado esse cenário. Eu diria que não é oito nem oitenta: nós tivemos avanços nas lutas das mulheres.
Uma vez, por exemplo, a mulher era obrigada a assumir o sobrenome do marido para ser “gente”. Uma vez, por exemplo, a mulher trabalhava na agricultura tanto quanto o homem, mas não tinha direito a aposentadoria e a licença-maternidade. Uma vez, por exemplo, nós não tínhamos direito a creche. Tudo isso nós conquistamos avançar.
Mas o que estamos vivendo agora? Estamos vivendo momentos de retrocesso. Assim, se faz ainda mais necessária a luta das mulheres para que nós não percamos direitos e para que possamos continuar avançando.
Quais são os desafios que precisam ser revistos para aplicar igualdade de oportunidades entre homens e mulheres?
Primeiro, nós precisamos combater a cultura machista, que tá presente na mídia, nas propagandas, nas músicas (“um tapinha não dói”, por exemplo, é uma música machista que promove a violência contra a mulher). Além disso, nós precisamos construir a cultura de que é inaceitável que uma empresa pague salários diferentes entre homens e mulheres pela mesma função, pelo fato de ser uma mulher. Isso é inaceitável. E aí precisa ocorrer um movimento dos homens também denunciando esse tipo de atitude.
Outra questão que vem com força é a necessidade de estruturarmos a sociedade civil. Os Conselhos Municipais dos Direitos das Mulheres precisam atuar, precisam ser protagonistas da luta das mulheres. A organização social é fundamental.
E nós precisamos denunciar todas as formas de violência. Nós deputadas, aqui na Assembleia Legislativa, há poucos dias fomos vítimas de machismo em plenário. Além de reagir imediatamente, nós estamos processando esse parlamentar para que ele reveja a forma como se dirigem às mulheres colegas parlamentares. Então, a sociedade toda precisa colocar um ponto final no machismo, no preconceito e nessas ideias ultrapassadas. Além disso, nós precisamos lutar por leis melhores que trabalhem a igualdade entre homens e mulheres.
Ela
A esposa de João Rodrigues, em um gesto de proteção à família, sai do PSD. Embora bem orientada, assina nesta atitude, um destino a pedido. Sai do partido que deu luz à liderança de um quadro forte e necessário no jogo. Poderia ter ficado.
Recado
Sair do PSD e ir para o esquecimento é um procedimento. Mandar recado de indignação, é outro. Fabiane Rodrigues não age só. Ao desligar-se, assina um manifesto invisível com a fúria do marido que, por pequena coisa, caiu.
Quadro
Eleição sem João Rodrigues é como ver o melhor artilheiro expulso do campo. Ele, no gesto da esposa, passa a tese de proteção à família e, de modo subliminar, manda dizer que seus torcedores vão sair juntos do estádio.
Nada
Gilberto Kassab foi a um evento de tecnologia e limitou-se a falar somente de sua presença no evento ontem na capital. Presidente do PSD nacional, pisou em terreno onde foi recebido pelo MDB e com controle da sigla por Gelson Merisio.
Relação
Embora o grupo que quer derrubar Merisio da costura pelo governo, hoje com apoio de 10 partidos e afirmando ampliação, sonha na possibilidade, da intervenção por parte de Kassab, precisa disso como um amor de mãe. Se nao foi assim, melhor não ter vindo.
Espírito
Braço demonstrado na disputa de força com Merisio, Júlio Garcia não estava presente no evento com Gilberto Kassab. Quer passar a imagem de que, assunto de intervenção, não tem nada a ver com ele, embora a visível sombra.
Pregador
Paulo Bauer esteve almoçando com a bancada tucana na Assembleia e, antes disso, foi adoçar dois cafés, um com Aldo Schneider, presidente da Casa e com Silvio Dreveck , que preside o PP. Foi dizer que vai ser, agora em março, o nome do partido.
Decidido
Os tucanos se reúnem no final de mês para confirmar o seu nome a governador. Nesta demonstração, é irrevogável sua missão para compor os entendimentos na construção deste sonhado ideal, de grandes gesto diga-se, mas de fé duvidosa.
Vida
Nilso Berlanda defendendo o direito aos doadores de órgãos de terem seus nomes inscritos publicamente em testamento. Campeão, SC quer ser exemplo ao país. O receptor sabe que pode ser salvo e, o doador, em vida, que será atendido.
Agenda
Tanto Eduardo Moreira quanto Gelson Merisio se encontram investindo politicamente na região Sul. A bancada do PSD vai junto para mostrar unidade. O governador, inaugurando asfalto, vai dizer que não está brincando.
Pesadelo
Mais para Afundam, o socorro às prefeituras de SC é uma bomba aos 295 municípios onde os prefeitos olham a festa que a oposição tem feito com este indigesto peixe vencido. O cheiro forte, e jogando contra até outubro, vai pesar negativo.
Tempo
Sem saber se vai dar certo ou não, prefeitos estão perdendo o sono e apelando para o Badesc e BRDE para buscar solução para o que eles, engessados, não tem o que fazer. Estão com a faca no pescoço sem saber a sangria eleitoral.
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