Liderar um município não é para qualquer um. Ele precisa ter capacidade de fazer tudo o que é preciso para colocar as ações em andamento, escutar os clamores da sociedade e se desviar dos tiros verbais de seus rivais. Ser prefeito é um prazer que começa quando termina o mandato.
O título é forte, dá dignidade, respeito e visibilidade política, também é a soma do contrário. Ele, se não tiver o estômago forte, vai viver sob tensão.
A questão da acessibilidade é tão necessária em todas as cidades. Em respeito às pessoas que necessitam do acesso aos ambientes, ganhou força nos últimos anos mas, para o setor privado, maior e mais necessário que o público, as decisões são pessoais. No público exige-se mais que o privado porque, sujeito às afirmações da Lei, o gestor precisa se inclinar a tudo. Além de pedir a bênção parlamentar dos senhores vereadores.
A polêmica gerada na questão das exigências feitas pelo Ministério Público, deixou muitos enfurecidos porque Xaxim, em particular, tem prédios que passam de 40 anos e que não tem capacidade de completar as mudanças que são obrigatórias. Mas é compreensível a reclamação geral.
O custo das mudanças é muito alto. É preciso entender isso.
Quando uma cidadã abriu o leque sobre assunto, afirmando que não teve seu alvará de funcionamento garantido porque estava em desacordo com a exigência da Lei, manifestou sua indignação com razão, mas nem por isso, afirmar que o ocorrido com ela neste particular, não foi uma indiferença do Poder Público, mas das exigências da lei.
Se o prefeito assina o erro, não será ela quem vai testemunhar a seu favor se, condenado por improbidade, ficar com a vida jogada ao inferno.
O MP tem moral para exigir o melhor do uso público e de seus recursos, afinal foi para esta função que foi criado. Mas quando se está em investigação por improbidade, o prefeito fica só, nem mesmo seus assessores assumem em sua defesa. Por que isso? Porque não é problema deles, mas do prefeito que fez as coisas erradas. Aí, neste caso, está só e ninguém vai às redes sociais em sua defesa.
É fácil atirar pedras no governo que foi assumido em um caos perfeito. Tudo ali estava errado. A sociedade era ignorada, os fornecedores desrespeitados, funcionários públicos afrontados grosseiramente. Tem quem vá dizer que ele, o prefeito, e também sua equipe, vão ficar falando disso até quando para justificar que a máquina de gestão está emperrada etc, etc.
A equipe do governo tem suas falhas, estão buscando corrigir os equívocos diariamente, mas afirmar que não estão trabalhando é subestimar a inteligência dos cidadãos. Não somente tem feito muito, mas melhor que os que deixaram a administração neste abismo de lobos.
A acessibilidade vai sendo resolvida aos poucos e vai ser dado encaminhamento dentro das possibilidades. Querer afirmar que o setor público tem que dar exemplo antes de querer cobrar do privado é mais uma frase de efeito sem sentido que estão buscando para justificar a necessidade de ter as exigências em dia.
O alvará de funcionamento é uma de tantas exigências que o poder público quer, demais, muito mesmo, antes do privado. Ele, o público, cobra muito do privado e isso incomoda porque, nestes tempos de completa falta de fé nos setores, diga-se todos eles, em qualquer esfera, deixa sim o privado indignado.
Mas é pra entender que, para o setor da sociedade que paga impostos, colocar em dia as ideias e situações exigidas, precisa de muito tempo e preço para sua realização. Seria fácil estalar os dedos e colocar as coisas em dia. Mas não é assim que funciona. Exigir do público na mesma velocidade que se pode cobrar do privado é falta de bom senso. Ter bom senso é uma das grandes virtudes da vida pública para entender que carrega, sobre ela mesma, as cruzes de todos seus entes. Queridos ou não.
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