Azedou
Batendo de frente com Uczai, Vignatti tem poder de mobilização assustando as bases de Pedro. O deputado federal já vive a tensão das baixas se aproximando de Cláudio. O petista, que foi prefeito de Chapecó, apostava em um enfrentamento do ex-deputado federal com a deputada Luciane Carminatti para buscar a Assembleia Legislativa. Não deu certo. O partido não sabe como oferecer o espaço aos dois que tem vivido, atrás das cortinas, uma guerra fria e dura. Como teria disputado o governo em 2014, teria vaga garantida. Pedrão teria dado a palavra que não disputaria a eleição em 2018 e isso agora, passa a ser dívida em aberto para que cumpra e saia da disputa. Se o marido de Marcilei Vignatti tem cobrado, o partido não tem dado o respaldo no compromisso.
O Sr. não vai disputar a reeleição para deputado estadual. Já cumpriu sua missão?
Estou cumprindo meu sexto mandato como deputado estadual, que sucedem aos dois de vereador em Chapecó. Tenho ainda muita energia e a experiência adquirida nesta caminhada. Mas tenho consciência que precisamos ter continuidade, e isto será possível somente se formarmos novas lideranças. Sempre falo que o legado é mais importante do que a obra. “A obra fica, mas o legado vai influenciar uma nova geração.”
Estamos enfrentando momentos muito difíceis decorrentes do distanciamento das coisas mais importantes da vida: Deus e a família. Deus, que nos dirige e sustenta; a Família, base de apoio, abrigo, conselho e proteção. O PSC tem me pedido que aceite a candidatura ao Senado, o que é uma possibilidade. Temos construído, sim, a sucessão para manter a nossa representatividade política, de ponta a ponta do Estado. São pessoas que não estão satisfeitas com o que estamos presenciando em nosso país: exigem mudanças.
Qual a avaliação do Sr. no atual momento político de SC neste tempo de construção eleitoral?
É normal a turbulência pré-eleitoral quando muitos interesses antagônicos estão na mesa. Entretanto, está na hora de passar esta fase e avançar na construção de um projeto que o Estado precisa. A sociedade vai cobrar respostas que não se limitam ao jogo de poder. Tem a ver com a estabilidade para superar os desafios de um país caótico, em crise generalizada. Espero que este momento passe sem que as sequelas do combate se reflitam de forma irreversível na governabilidade do Estado. E que possamos contribuir, como sempre fizemos, trazendo esperança de dias melhores para nosso povo catarinense.
Isolada
Juízes têm aproveitado conversas informais afirmando que a manifestação da desembargadora Marília Castro Neves, que disse que a vereadora assassinada, Marielle Franco, é cadáver comum, não reflete o pensamento do Poder Judiciário.
Real
O Judiciário tem vivido o pior momento de cobranças duras da sociedade e, com a manifestação da desembargadora Marília Castro Neves, foi completamente infeliz e, de fato, não fala em nome da Justiça que, assustada, também está no olho do furacão.
Poder
João Rodrigues quer tirar todos os dividendos possíveis do momento difícil em que vive. Não é à toa que vai apostar em sua esposa para mostrar que, mesmo longe das urnas, manda. Quer fazer Fabiana a mais votada de SC.
Fora
Zé Cláudio Caramori decidiu, de vez, não disputar a eleição. Em respeito a João Rodrigues, seja também na pessoa da esposa, não quer entrar no jogo para não dividir bases em busca do mesmo objetivo. Vai segurar a ideia.
Vazio
O PSD de Chapecó ainda não tem candidato a estadual. Zé Caramori vai se manter quieto no aguardo dos movimentos para ver se, diante de um chamamento, assume a busca pela Alesc. Tem o apoio pleno de Merisio.
Forte
Não há dúvidas do poder de fogo de Júlio Garcia. Com cadeira firme dentro do PSD, vai buscar a cabeça do partido. Começa a correr o Estado com agenda de trabalho para produzir sua volta a Alesc e, de quebra, o comando do partido.
Velocidade
O ex-conselheiro do Tribunal de Contas sabe como mexer o tabuleiro e, ao chamar Gelson Merisio de encalhado, avisa da sua aceleração rumo ao comando do PSD. Agora, por questão de honra, quer tomar o partido para seu pulso.
Bombeiro
Raimundo Colombo, responsável pela guerra interna do partido, patrocinando o enfrentamento, está vivendo as consequências da divisão que, agora, pode lhe prejudicar. Se não for o combatente da paz, vai sofrer o resultado nas urnas.
Movediça
O governador terá que unir o partido para ser retirado deste chão mole aos seus pés. Tem capacidade de estender a mão e acalmar os ânimos internos. Se fizer agora, dá tempo de tirar suas digitais da crise que ele mesmo criou.
Promoção
Governador Eduardo Moreira vai dar a Fernando Callfass o título de delegado final que o PSD poderia ter oferecido, mas não concedeu. O tucano, ex-vereador em Xanxerê, tem excelente trabalho de reconhecimento profissional. Perderam.
Fogos
Polícia Federal de Chapecó e a Superintendência da instituição estão em alerta para tomar conhecimento da rota de violência que grupos anti-Lula estão planejando para recepcionar o ex-presidente com barulho sem deixá-lo dormir.
Decisão
Será com a presença da presidente nacional do PT em Chapecó que Cláudio Vignatti vai apresentar sua entrada na disputa ao lado de Pedro Uczai. Ambos saem por Chapecó rumo a Brasília. A guerra, com isso, será declarada.
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