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Opinião | Em quem e no que acreditar?

Por: LÊ NOTÍCIAS
26/03/2018 14:13

A célebre música "Aquarela" de Toquinho diz para imaginarmos numa folha possamos desenhar um sol amarelo!

Pois bem, se eu pedir agora para que nesta mesma folha você desenhe o Brasil que passa por sua cabeça exatamente nestes últimos dias.

O meu desenho seria muito simples, um enorme, mas um virtuoso feixe de fios ou uma teia sem fim.

Não há mais em quem ou no que confiar. Em que autoridade você confia? Em que instituição você confia?

Criou-se mecanismos onde tudo se pode e ao mesmo tempo o tudo pode existir para alguns e o nada para outros. Compreendeu?

Estou escrevendo esta coluna com sentimento de um vazio incólume, com réstias de uma amargura sem fim, tentando imaginar algumas instituições e alguns rostos em que eu ainda poderia confiar.

Mas me vem o destempero da INJUSTIÇA que a estâncias preponderantes possam macular e tudo se borra.

É como se feita a prova. Vinte e quatro alunos estudaram, obtiveram excelentes notas, aquele outro bagunçou o mês todo, notoriamente fez com que toda a sala de aula perdesse por muitas vezes a atenção, o conteúdo, o tempo, e na prova este mesmo foi muito mal. Simplesmente a professora na hora da nota, preferiu ir com a maioria e maculou a nota deste.

Se endeusa um condenado. Solta-se porque a lei é clara. A polícia prendeu, a justiça soltou. O marginal roubou, matou, esquartejou, logo está entre nós.

Muitos roubaram milhões e até bilhões e o que significa isso? Quantas famílias esses prejudicaram em toda nossa República? E como pode estão sendo soltos um a um?

Habeas Corpus? Semi-aberto?

Milhões vivem no semi-aberto sem emprego, sem saber ler ou escrever há décadas e continuamos vivendo em um gigante cada vez mais pobre porque ilude-se por pessoas e instituições que simplesmente se apoderaram de nossas riquezas morais, éticas e sociais.

E seguimos diariamente ocupando cerca de 1/3 de nosso tempo em redes sociais, mandando e trocando mensagens, rindo um do outro. Como se fôssemos (e somos) ainda aquelas crianças inocentes que sabem que logo mais terão a comida na mesa e o "desenho animado" para assistir.

Isso basta!

Desde os tempos do Coliseu.

Pão e circo, pensar um pouco dói para muitos ou para a maioria.

"Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida".


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