Idolatrado por muitos, sendo até mesmo reconhecido em estampa de trens na Europa, inclusive sendo transformado em super-herói pelo Brasil afora, o homem intitulado como o líder da Lava-Jato e rotulado como o salvador da pátria, tem seus méritos pela condução da maior operação da história do Brasil, mas também é um exemplo de que Themis não representa mais o símbolo da Justiça.
Sérgio Moro, o dono do gadanho que tirou o Partido dos Trabalhadores do Palácio do Planalto e foi o condutor da prisão do ex-presidente Lula, precisa ser desmitificado, pois o título de super-herói só é reconhecido por aqueles que têm ódio pleno e concreto pelo PT. Mas por que os petistas odeiam tanto a figura de Moro? Seria por ter condenado Lula ou por não ter condenado ou investigado nenhum outro líder do alto escalão da política brasileira?
Claro que a maioria tem foro privilegiado e não pode passar pela caneta poderosa do juiz federal de Curitiba, mas há muitos que possuem denúncias e são acariciados como amigos íntimos. Eduardo Cunha, do MDB? Esse não conta, boi de piranha não soma. Talvez José Sarney, cacique da sigla, ex-presidente da República e três vezes presidente do Senado. Por que ele descansa tranquilo? Ou ele é limpo?
A foto da coluna de hoje representa tudo. Não há dois lados, há apenas um. Juiz holofote não julga com base em leis, analisa conforme barulho das ruas. Ao lado de Moro, o quase presidente da República, o presidente da República e o possível futuro presidente da República, todos rindo, da cara do povo simples deste Brasil.
Espera-se que Michel Temer, salvo três vezes, um pela Justiça e duas pela Câmara, seja julgado também por Moro a partir de 1º de janeiro de 2019, quando perder o famoso foro privilegiado. Geraldo Alckmin, agora sem cargo, vai passar pela lenta Justiça Eleitoral de SP, longe de Moro. E o homem de “a culpa não é minha, eu votei no Aécio”, treme com a possibilidade de não se eleger nem sequer para deputado federal no Estado que governou.
Espera-se que a caneta de Moro seja para todos, sem distinção ou amizade. Vamos aguardar e analisar os resultados das urnas em outubro.
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