É possível perceber que atualmente o mundo passa por mudanças significativas no ambiente econômico. Porém, quais são as tendências do sistema de Ensino Superior brasileiro para driblar a crise? Esse questionamento foi levantado na última segunda-feira (16/04) pela professora Tânia Bacelar de Araújo, que palestrou para os profissionais da Unochapecó. A atividade integra a primeira fase da elaboração do novo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade, para os anos de 2019-2023.
Conforme o reitor da Unochapecó, professor Claudio Jacoski, é preciso compreender o atual cenário para saber qual caminho seguir no futuro. O objetivo da palestra foi justamente entender o que está acontecendo no mundo, para que a Unochapecó continue presente na comunidade. "Precisamos analisar o cenário de extrema competitividade que vivemos hoje, pensando em ações futuras para melhorar a qualidade da nossa Universidade. O Plano de Desenvolvimento Institucional é o começo", comenta.
Entendendo o PDI
Toda instituição de Ensino Superior precisa ter um PDI. É a partir desse documento que as comissões avaliadoras, como o Ministério da Educação (MEC), analisam se a Universidade segue o que promete. Como, por exemplo, se possui qualidade de ensino, professores capacitados e uma infraestrutura adequada. Por esse motivo é muito importante formular estratégias, como explica o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, professor Marcio da Paixão Rodrigues. "É fundamental ouvir os estudantes, os técnicos e o corpo docente. O PDI legitima o que a Universidade e a comunidade pensam".
Em sua fala, a professora Tânia abordou as mudanças que estamos vivendo economicamente, na comunicação e nos valores da sociedade. Segundo ela, a palavra crise evidencia que algo está por vir: uma nova era. A partir dessas discussões, a palestrante avaliou como o Ensino Superior está lidando com essas novidades. "Cada vez mais vemos as universidades transformando seu modelo organizacional e voltando sua atenção para o local, como é o caso das instituições comunitárias", relata.
Para a professora, o ensino superior comunitário amplia a relação entre e a universidade e a sociedade. Além do papel de fomentar o ensino, a pesquisa e a extensão, também desenvolve serviços de assistência, desenvolvimento econômico e entretenimento para a comunidade. Ainda segundo a pesquisadora, as universidades comunitárias não deveriam ser consideradas privadas, pois nem tudo que é público é do governo. Elas seriam públicas não-governamentais, por prestarem serviços públicos à comunidade. "O que as diferencia é o compromisso com seu entorno, por nascerem na comunidade", finaliza.
Sobre a palestrante
A palestrante Tânia Bacelar de Araújo é professora aposentada pela Universidade Federal de Pernambuco. É formada em Ciências Sociais pela Faculdade Frassinetti do Recife e Ciências Econômicas pela Universidade Católica de Pernambuco. Possui um Diploma de Estudos Aprofundados (D.E.A) e doutorado em Economia Pública, Planejamento e Organização do Espaço, pela Universidade de Paris I, Panthéon Sorbonne. Iniciou sua carreira na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1966, o que a motivou a dedicar suas obras a desigualdade regional. Entre seus livros estão: A Questão Nordeste, de 1985, e Ensaios sobre o Desenvolvimento Brasileiro, lançado no ano 2000.
Rua São João, 72-D, Centro
AV. Plínio Arlindo de Nês, 1105, Sala, 202, Centro