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Exclusivo | Merisio afirma que Pinho Moreira trabalha pouco, é incompetente e caroneiro

Por: Marcos Schettini
24/04/2018 17:25 - Atualizado em 24/04/2018 17:33
Foto: Guto Kuerten/Agência AL Foto: Guto Kuerten/Agência AL

Em entrevista exclusiva concedida ao jornalista Marcos Schettini, nesta terça-feira (24), em Florianópolis, o deputado estadual e presidente do PSD/SC, Gelson Merisio, falou pela primeira vez após Eduardo Pinho Moreira assumir o Governo do Estado, rechaçando também as fortes declarações de Júlio Garcia. Incisivo, o pré-candidato a governador afirmou que não quer impor sua candidatura e que não está preocupado com pesquisas neste momento. Ainda, disse que Pinho Moreira é acostumado a trabalhar pouco, não entende de contabilidade, é incompetente na gestão e quer virar protagonista com notícia ruim. Confira:


Marcos Schettini: Como estão os preparativos para o lançamento de sua pré-candidatura no dia 26 de maio?

Gelson Merisio: É uma alegria estar participando de um processo que dá ao Oeste a possibilidade de, pela primeira vez, eleger um governador. Isso, por si só, é um motivo de vitória e de alegria. Então no dia 26 vamos dar um passo a mais, no sentido de consolidarmos primeiro um projeto de candidatura, depois um projeto de eleição, que esperamos que seja exitosa.

Schettini: Como o senhor avalia as declarações ainda presentes e não retiradas do ex-conselheiro Júlio Garcia?

Merisio: Nós temos 32 pré-candidatos a deputado estadual, e o Júlio é um deles. Ele tem todo o direito de ter uma posição diferente, mas partido se faz com maioria, dos prefeitos, vereadores, presidente da sigla e com a base da sociedade. Essa maioria que vai dizer qual será nosso rumo no dia 05 de agosto na convenção. Eu tenho convicção que nosso caminho é por candidatura própria, tendo o MDB como adversário, mas respeitando quem pensa diferente.

Schettini: O senhor lidera uma grande coligação que agrega vários nomes que devem disputar à Presidência da República. Os alinhamentos se darão no primeiro ou no segundo turno?

Merisio: Nós temos, em nossa aliança, siglas que representam sete pré-candidatos à Presidente da República. Portanto, por uma questão de respeito, o candidato a governador de Santa Catarina deverá ter palanque aberto e reciprocidade de carinho e respeito com todos esses representantes dos presidenciáveis. Nós vamos fazer isso no primeiro turno, pois no segundo turno teremos um afunilamento, onde teremos uma posição clara numa eleição que, com absoluta certeza, terá dois turnos. Em Santa Catarina, no primeiro turno, vamos respeitar os partidos que fazem parte da nossa aliança.

Schettini: Quem questiona a liderança de Gelson Merisio, diz que o senhor está patinando nas pesquisas. Qual o posicionamento neste sentido?

Merisio: Primeiro que pesquisa mede o passado, não o futuro. É evidente que para quem nunca disputou uma eleição majoritária, seja eu ou qualquer outro candidato, tenha uma vantagem competitiva muito inferior a quem já disputou duas, três ou quatro eleições majoritárias, com exposição na televisão. Mas eu tenho índices iguais, ou até um pouco superiores ao que tinha Raimundo Colombo, em 2010, nesta fase. Portanto, é absolutamente viável, como foi em 2010 com uma vitória em primeiro turno. Sinceramente, agora não me preocupo com pesquisas. O que me preocupa é montarmos uma base sólida de candidatos a deputado estadual, uma coligação ampla que permita espaços na televisão e estruturas nos municípios. Nesta aliança já temos 120 prefeitos, 117 vice-prefeitos e mais de 1200 vereadores que nos apoiam. Então temos uma base política sólida, um tempo de televisão suficiente, e propostas claras, diferentes das do MDB, com projeção de máquina enxuta, exoneração de funções gratificadas e, acima de tudo, com plenitude na Segurança Pública. Por isso mesmo, entendo que temos um caminho bom pela frente.

Schettini: As declarações de Jorge Bornhausen e Júlio Garcia colocam em xeque sua liderança. Por que isso ocorre dentro do PSD, demonstrando divisão no partido?

Merisio: O PSD não demonstra divisão. Não é porque uma, duas ou três pessoas pensam diferente, que isso é divisão. O próprio nome já diz, é partido, senão seria inteiro. É normal que haja pessoas que pensam diferente, como o Júlio Garcia, que entende que uma coligação nossa com MDB deveria ser feita, e a posição dele precisa ser respeitada. Mas a maioria, quase absoluta do partido, entende de outra forma e quem vai dizer se teremos candidatos ou não, não será o Júlio e nem o Jorge. Quem vai dizer será a convenção de agosto, onde os prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e também eles, que se submeterão a maioria, da mesma maneira que me submeterei. Eu não quero impor candidatura a ninguém, nem ao meu partido e nem à aliança. Aliás, não se trata apenas de uma decisão partidária, mas sim de um diálogo com partidos que também querem ganhar a eleição e contribuir com Santa Catarina. Esse respeito tem que prevalecer.

Schettini: O lançamento de pré-candidatura do PSDB, com alinhamento a Geraldo Alckmin, pode dificultar um entendimento no segundo turno?

Merisio: Nesta fase é normal que todos os partidos lancem candidatura, construam seu ambiente partidário, o próprio Esperidião Amin (Progressistas) faz o mesmo. Eu, no dia 26 de maio, faço o lançamento em Chapecó, então é normal que isso ocorra. Mas a definição de quem disputará, com quem disputará, será decidido no dia 05 de agosto. É do processo democrático que isso aconteça, e o que devemos fazer é construir musculatura e criar viabilidade para que possamos, não apenas ter participação, mas sim uma vitória eleitoral, com propostas claras e elegendo um governador do Oeste pela primeira vez. Isso é um significado de que não seja apenas do Oeste, mas de todo Estado, com contribuição do nosso jeito do interior e com nossa maneira de trabalhar.

Schettini: Para a eleição a deputado estadual, como todos os partidos terão representação dentro da coligação?

Merisio: Primeiro vamos acabar com a geografia das urnas. Esse modelo que temos hoje faliu. Nós temos que ter um novo processo construído, que precisa ser discutido com transparência a partir de agora. Na última segunda-feira tive uma reunião com dez partidos que fazem parte da nossa aliança, deixando claro exatamente isso. É um novo formato de composição, é uma nova forma de participação, portanto, as indicações políticas para cargos executivos deixarão de existir. Isso será um processo técnico, onde haja equilíbrio também no processo político, mas na iniciativa e no interesse do Governo, e não de siglas partidárias, tampouco de parlamentares. Então, o que precisamos fazer é emponderar os deputados com suas bases, pois eles precisam ser importantes para os prefeitos e comunidades e, por consequência, cumprirem com sua missão e lhes permitir, com essa atividade, suas reeleições. Isso eu entendo bem, estou na Alesc há 15 anos, fui eleito presidente da Casa três vezes, por unanimidade, por ter diálogo, franqueza e compromisso com a palavra com os parlamentares.

Schettini: As declarações de Eduardo Pinho Moreira são de que assumiu um porco-espinho, anunciando que Colombo não mostrou os números reais de Santa Catarina. Como o senhor avalia isso?

Merisio: Isso é uma bobagem. Com todo respeito, o Eduardo é acostumado a trabalhar pouco. Está no Governo há 16 anos e vem agora dizer que não conhecesse os números do Estado. Aliás, se conhecesse, veria que Santa Catarina tem os melhores indicadores do Brasil. Ele está confundindo um processo de contratação de financiamentos e contabilização de despesas com obras, com resultado primário. Não entende de contabilidade. Se entendesse veria que nós temos dificuldades financeiras, como todos os Estados em função do momento econômico em que passa o país. Mas tem um ditado que diz, ‘quem quer vender bem o cavalo, fale bem dele’. Nós temos que vender bem Santa Catarina, com um ambiente de construção, crescimento e otimismo. Imagina-se se uma declaração como esta fosse dada por Raimundo Colombo no auge da crise, em 2016, nós teríamos uma depressão coletiva no Estado. Agora, quando nosso PIB cresce 4% em 2017, tem 11% de crescimento da receita em 2018, nós vamos falar de problema financeiro? Isso nós tínhamos em 2015, 2016 e 2017, quando o PIB decresceu 8%. Isso é uma declaração de incompetência na gestão, como ocorreu lá em 1995, quando o PMDB deixou atrasar a folha de pagamento, então devem estar traumatizados com aquilo, criando agora uma cortina de fumaça que não existe. Nós, no ápice da crise, não atrasamos salários, pagamos os compromissos do Estado, tivemos problemas na Saúde e Segurança Pública, mas mantivemos os serviços funcionando, sem aumentar os impostos. Agora, na retomada, é absurdo a colocação feita pelo governador.

Schettini: Quem está mentindo, Colombo ou Pinho Moreira?

Merisio: Não se trata de mentir, mas sim de ler números e fazer um diagnóstico claro, não com componente político, prejudicando o Estado. As contas públicas são transparentes, basta avaliar os balanços e ver a evolução que houve de dez anos para cá. Da receita e do custeio do Estado e também do resultado oferecido à sociedade. Nós temos o melhor Estado do Brasil em 48 dos 50 indicadores. Isso não cai do céu. Problemas existem para serem resolvidos, por isso se elegem pessoas, de regra, as que possuem melhor competência. Como Eduardo não disputa eleição há 16 anos, ele não pode se submeter a este critério. Ele sempre foi de carona, e agora de carona com Raimundo Colombo quer virar protagonista com notícia ruim. Ele deve ser protagonista com boas notícias, com boas práticas, promovendo uma ampla reforma administrativa, porque é o momento de fazer, não com emendas como fez. É como a extinção completa das Regionais, com extinção de órgãos, com mudanças de formatos, que se até aqui deu certo, agora precisa mudar. Não com discurso, mas com práticas.

Schettini: As emendas impositivas vão sair?

Merisio: Eu votei contra, mas tenho que me submeter à legislação. A Constituição Estadual, aprovada aqui na Casa, diz que elas devem ser efetivadas e terão que ser cumpridas, sob pena de descumprimento da Lei Orçamentária.


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