Por Axe Schettini
Após dois anos e meio da deflagração da operação, finalização dos trabalhos investigativos e apreciação das manifestações preliminares de todos os 13 denunciados, teve início, nesta quarta-feira (25), o julgamento da ação penal proposta pelo Ministério Público, através do Promotor de Justiça Diego Barbiero, quando cinco testemunhas foram ouvidas na tarde de hoje. Como o caso envolve 13 investigados, muitas testemunhas ainda devem ser ouvidas - mas, como não residem na Comarca de Xaxim, seus depoimentos serão tomados em seus domicílios.
A juíza Vanessa Hauphental também marcou o interrogatório dos réus para o dia 15 de julho. Após o término das oitivas e dos interrogatórios dos réus, a juíza abrirá prazo para apresentação das considerações finais das partes (Ministério Público e defesas), para, então, proferir a sentença.
Conforme consta no site do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, os denunciados são Fabiele Guaresi Grazioli, Neron Antunes Cavalheiro, Ronald Klein Nascimento, Valdecir José Cavalli, Jham Michel Gosch, Elio Cesar da Silva, Elodir Lindomar Kuczkowski, Itacir Paulo Kuckowski, Valdecir Zandonai, Lourenço de Souza, Eduardo Cesar Kuhn, Denilson José Gonçalves e Vandro Bandiera. Os autos podem ser acessados pelo número do processo (0002027-05.2016.8.24.0081).
RELEMBRE
No dia 03 de dezembro de 2015, 11 promotores de Justiça, 32 policiais civis e militares, além de um auditor da Receita Estadual, participaram de uma ação do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) que foram intituladas de “Carta Certa” e “Deu Bandeira”, quando duas pessoas foram presas, dois servidores municipais foram afastados de suas funções e cinco pessoas conduzidas para depoimento.
Entre os crimes investigados estão fraude em concurso público em Entre Rios e irregularidades em licitação em Entre Rios, Quilombo e Campo Erê. Na época, também houve 15 pedidos de busca e apreensão e dez de apresentação imediata de documentos nas comarcas de Xaxim, Xanxerê, Quilombo e Cunha Porã.
Na operação, foi preso um empresário de Quilombo, do ramo de construção civil, e um então secretário de Entre Rios, suspeito de crime contra dignidade sexual.
Naquele ano, o Ministério Público havia recebido uma denúncia de fraude em concurso público, que foi realizado no início de 2014. Meses depois, contratou uma empresa por carta convite, pois o valor era baixo, para aplicar prova para preencher dois cargos, um deles de procurador jurídico. “Quem elaborou a prova era uma pessoa próxima ao candidato aprovado no concurso”, disse, na época, o promotor de Justiça Diego Barbiero.
Desta investigação iniciou a operação “Carta Certa”. A partir dessa investigação foram levantadas suspeitas de outras irregularidades no município. Então surgiu a operação "Deu Bandeira", com investigações também em Campo Erê e Entre Rios.
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