O tempo passou e, como se vê, nada foi diferente. A esquerda continua paralisada, sem direcionamento e falando que vai acontecer isso e aquilo que, observa-se, não acontece absolutamente nada. Por que não acontece? Porque a chamada organização de classe, como se via nos anos 80, acabou.
Lula está preso, os movimentos estão enfraquecidos e a direita, que buscou controlar tudo, derrubando o governo e assumindo o controle do Poder, de fato, o mantém. Ganharam uma administração e podem, como está demonstrado, garantir a eleição de um representante seu para os próximos quatro anos.
A esquerda não está tendo a capacidade de unir seus interesses e, divididos, não tem força suficiente para reverter a onda de derrotas impostas por uma direita organizada e cheia de desafios em 2018.
O que restou? Nada. Os trabalhadores perderam a força dentro do sindicato porque, entendendo que era preciso tirar a contribuição, sufocaram todos eles. Não se viu, no dia de ontem, uma só manifestação, um movimento em defesa de seus interesses porque, fragilizados, não tiveram onde pedir recursos para viabilizar um movimento de comemoração.
Tudo foi pensado. Se era para atingir a CUT e a Força Sindical, outras centrais vivem os mesmos dilemas. Não é apenas uma situação de destruição do pensamento organizacional do movimento operário, como costumam afirmar, mas o esfarelamento da luta. Aceitantes, não têm voz para bater de frente e mostrar força.
O 1º de Maio foi a primeira grande vitória do empresariado que, percebendo a incapacidade de ter oposição às iniciativas que tem tomado, vê-se livre para fortalecer a tese de, ao contrário, buscar o aumento da jornada de trabalho e com asfixia do salário. Só falta isso para mostrar que, tudo, como era antes, mudou. Não houve 1º de Maio.
Escrito pelo editor-chefe do LÊ NOTÍCIAS, Marcos Schettini.
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