Produzir energia sem agredir o meio ambiente é a finalidade das fontes renováveis, entre elas a energia fotovoltaica, que transforma a luz solar em eletricidade para residências, comércios e indústrias. Com tantos apelos e campanhas em prol do cuidado com a natureza e uso consciente das fontes naturais, a energia fotovoltaica, que é relativamente antiga, – havendo indícios de primeiros testes ainda em 1839 e mais aprimorados a partir de 1954 – está em evidência em diversas partes do mundo, através do advento de novas formas de pesquisa e comunicação. A China, o Japão e os Estados Unidos, nesta ordem, são os maiores mercados consumidores de energia fotovoltaica. Já a Alemanha é considerada o maior país produtor de energia através da iluminação solar. Por ser limpa, sustentável e utilizar da fonte renovável mais abundante no planeta, o sol, ela é considerada, depois da hidráulica e da eólica, a terceira mais importante fonte de energia renovável consumida mundialmente. Há comprovação de que mais de 100 países utilizem a energia solar fotovoltaica em sua economia.
No Brasil, apesar do grande potencial – tendo em vista que a radiação solar na região mais ensolarada da Alemanha é 40% menor do que nas regiões menos enroladas do Brasil – ainda é insatisfatória a adesão ao sistema renovável. Além disso, o País possui uma das maiores reservas de silício do mundo, elemento químico fundamental para a produção nas indústrias de painéis fotovoltaicos. Mas, a publicação da Resolução Normativa 482 em abril de 2012 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) renovou a esperança dos estudiosos, que veem na fotovoltaica a energia do futuro, pois ela reduziu as barreiras para a conexão de sistemas fotovoltaicos à rede de distribuição. De acordo com o engenheiro bioenergético, Vinicius Mazonetto, a ANEEL exigiu que todas as concessionárias se adequem à tecnologia quando instalada em sua área de cobertura.
UTILIDADE
A energia produzida vai para tomadas, chuveiro, televisor, enfim, é utilizada da mesma maneira que a energia elétrica tradicional. Por ser produzida a partir do sol, em dias nublados ou com neblina a produção diminui, mas como há luminosidade parte do consumo ainda é abatido com a energia fotovoltaica. Quanto maior for a radiação solar maior será a quantidade de eletricidade produzida. Já à noite, a distribuição é exclusiva da concessionária.
PRODUÇÃO
Os painéis são instalados em cima do telhado, absorvem a energia do sol e transformam em energia elétrica para a residência. Uma grande vantagem está no aproveitamento da produção extra de energia. Caso produza mais do que consome, o excedente é “injetado” à rede e poderá ser utilizado em dias com menos produção e mais consumo ou abatida em outras residências. Também, estuda-se a condição de que, em breve, as residências e indústrias possam vender energia para que a concessionária distribua. Ele complementa dizendo que a energia pode ser vendida para outra residência localizada há dezenas e até centenas de quilômetros, já que os únicos requisitos é de que se trate de mesmo Estado e concessionária.
ECONOMIA
A consciência ambiental de quem investe em energia fotovoltaica é aliada à redução dos gastos com energia elétrica. Uma vez feito o investimento, o consumidor não pagará nada a mais pela energia produzida em sua casa, assim, se antes pagava, por exemplo, R$ 200 na fatura, passará a pagar somente a taxa básica, uma média de R$ 30 a R$ 40.
INVESTIMENTO
Do início do projeto até a instalação e liberação pela concessionária de energia municipal, Mazonetto esclarece que leva entre 45 a 60 dias. Ele, que é especialista em energia fotovoltaica, destaca que o investimento em uma residência, de acordo com o porte e tipo do telhado, varia de R$ 15 a 25 mil. Mas, ele ressalta que cada caso é estudado individualmente e que os números poderão variar. Em empresas, por exemplo, é outro patamar de investimento, mas também outro grau de benefício.
Mazonetto adianta que há linhas de crédito que beneficiam esse tipo de investimento. Ele expõe que o cliente residencial leva, em média, de 5 a 7 anos para “que a aplicação se pague”, pois tudo depende do quanto ele consome de energia e do preço do quilowatt. “O que antes era pago em energia agora ele paga no investimento e em breve não terá mais gastos, diferente daquele que pagará durante a vida toda grandes quantias à concessionária”.
VIDA ÚTIL
Mazonetto destaca que a garantia dada pela empresa, que já instalou 15 painéis na região, é de 25 anos e da fábrica é de 12 anos, inclusive contra chuva de granizo, mas que o cliente poderá utilizar dos painéis por até 40 anos. “Garantimos que por duas décadas e meia os painéis funcionarão com, pelo menos, 90% de eficiência. Em quatro décadas, mais ou menos, ele vai perdendo a eficiência até que precise ser substituído”.
APARÊNCIA
Silencioso e de aparência futurística, os painéis, conforme Mazonetto, oferecem estilo contemporâneo à residência ou empresa. “Focamos na discrição e na eficiência. Direcionamos os painéis para o Norte, pois há melhor absorção solar”.
APROVEITAMENTO
Os painéis podem ser aproveitados como telhado para uma garagem ou sala de festas, por exemplo. Mazonetto conta que o engenheiro avalia tal possibilidade, para que “o cliente una a produção de energia com uma necessidade da casa. Assim a economia fica ainda maior, pois ele não precisará construir outro telhado”.
PICOS DE ENERGIA
A energia fotovoltaica fica na mesma frequência e tensão que a da concessionária, por isso é desligada quando há picos de energia da rede tradicional para que, se por ventura haver algum funcionário trabalhando, não exista risco de acidentes. “O sistema funciona, mas é desligado por precaução”.
PAINEL XAXINENSE
Em Xaxim, a eletricidade é distribuída pela concessionária Iguaçu Energia, que está ciente da implantação e em processo de aprovação do primeiro sistema fotovoltaico no município. O painel foi instalado na residência do pai do engenheiro, Mauri Mazonetto, na Av. Luiz Lunardi, nº 303, no Centro, e também abaterá aproximadamente 20% da energia produzida na casa dele. “Decidi colocar pelo conhecimento que tinha acerca da produção de energias renováveis por ter um engenheiro bioenergético em casa. Além disso, a meta é se livrar da conta de luz, pois a partir das próximas semanas produzirei minha própria energia”.
Mauri destaca que a tendência é de que a energia elétrica aumente mais do que a inflação nos próximos anos, mas o investimento acontece somente uma vez. “É uma pena que falte incentivos governamentais para a expansão do sistema, inclusive em prédios ou espaços públicos, como é o caso das creches ou da nova praça que está sendo construída. O governo economizaria muito com isso”.
Entre as cidades da região onde há painéis instalados estão Chapecó, Seara, Concórdia, Guaraciaba e São Miguel do Oeste.
FUTURO ANIMADOR
Conforme Mazonetto, essa é a energia do futuro por ser limpa e economicamente viável. “Se cada um produzir a própria energia o investimento governamental diminuirá e a qualidade do serviço será melhor, sem contar os benefícios ambientais”.
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