O tema acima é voltado ao filme de 007, mas serve muito para a reflexão de que, embora tudo o que se tem à disposição, todo o espaço que se pode conviver, as riquezas que podem ser oferecidas a toda a humanidade, não é ainda suficiente para quem deseja ter tudo somente para ele e, para os demais, nada.
O por que a ganância é tão evidente no ser humano? Por que para ele, toda fortuna não é suficiente para que se sinta grandioso em seus interesses existenciais. Por exemplo, as guerras são os maiores formas de entendimento do que se está dizendo acima. Ele, o ser humano, não contente com o que possui, precisa tirar do outro aquilo que ele tem.
Ele, indignado em querer mais e mais, precisa bater de frente com aquele que tem um pouco mais porque, ninguém, ninguém mesmo, pode ter mais do que ele. Não consegue perceber-se suficiente em sua razão e precisa, impressionantemente, ter a razão do outro.
Ter o que é do outro para apenas dizer que tem mais, não é do ser humano. É apenas de alguns. A maioria dos homens quer possuir o tamanho de sua necessidade e, nisso, vê-se feliz. Mas a minoria absoluta quer ter mais que o outro porque, para ele, o desafio de ter mais, é uma questão existencial. Se ele tem a Terra, não é suficiente para que possa viver nele. O mundo não é o bastante, precisa-se de outro para dizer que tem mais.
Quanto mais se tem, mais se deseja porque, pensando apenas em ter tudo, sem poder deixar que a humanidade também tenha, ele corre para ser o primeiro em posses, riquezas, em tesouro. Ele, sabendo o perigo social que isso gera, pouco se importa. O que se quer, de fato, é ter mais e mais.
A miséria que cresce no mundo, mostrando a realidade de uma parte grandiosa da humanidade vitimada pela fome, falta de saneamento básico e cidadania, não são os rastros do capitalismo insano e doentio, mas falta de trabalho, de empenho, de dedicação etc. Para ele, a miséria é opcional.
O capitalismo é um seguimento que gera desgraça porque não é capaz de dar vida a todas as pessoas. E se isso for dito, quem defender ao contrário, é chamado de comunista, socialista lixo e, às vezes, de merda. Merda porque eles não aceitam, de maneira nenhuma, que o outro seja, como ele, um sujeito feliz com as coisas que a vida oferece.
Pobre não tem direito, nem deveres, mas obrigações. Obrigações não são deveres. Deveres são levar os filhos na escola, pagar o aluguel, a luz e comprar comida para sobreviver. Obrigações são falta de escolhas e, por não ter opções, tem que fazer o que é de sua incapacidade de rejeição.
O Brasil é isso. Se não é a favor, ser contra é ser lixo.
Pelo editor-chefe do LÊ NOTÍCIAS, Marcos Schettini.
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