Os anos que os acadêmicos passam dentro da Universidade são fundamentais para que se desafiem e decidam qual rumo pretendem seguir profissionalmente. Foi isso que aconteceu com nove alunos, do oitavo e nono período do curso de Engenharia Civil da Unochapecó. Ao participarem em 2017 da Conferência Brasileira sobre Estabilidade de Encostas (Cobrae), eles perceberam o interesse pela área da geotecnia. Para adquirir ainda mais conhecimento sobre o assunto, eles criaram dentro da Instituição, o Grupo de Estudos de Geotecnia (Greg). A ideia foi do acadêmico Rafael Piton, que contou com o apoio dos colegas e professores.
A Geotecnia é um ramo da engenharia civil que trabalha com movimentações de terra, como terraplanagem, construções de barragens, rodovias e ferrovias. "Essa é uma grande ramo que estuda essas partes de construção. Na geotecnia, nós saímos um pouco da parte do concreto e estudamos mais os materiais naturais e a geologia", explica a professora do curso e orientadora do grupo, Marieli Biondo Lopes.
Durante o Cobrae 2017, os estudantes participaram do Desafio Nacional de Taludes e ficaram em segundo lugar. Isso os motivou ainda mais a estudar essa área. "Eles tiveram que montar uma terra armada, ou seja, um viaduto rodoviário que tem placas de concreto. Eles deveriam construir um de tamanho pequeno e depois colocar uma carga em cima. O desafio era fazer isso ficar em pé e eles conseguiram que não desmoronasse", conta. Para a professora, isso fez com que os estudantes descobrissem, na prática, que os conteúdos vistos em sala possuem realmente uma função na engenharia.
Entre os nove integrantes está Marlusa Schafer. Segundo ela, participar do evento fez com que eles aprendessem muito e é esta busca por conhecimento que sustenta a existência do grupo e a importância dele. "Eu quero muito trabalhar nessa área. Com o grupo abrimos novos caminhos, conhecemos novas pessoas e discutimos novos assuntos que, talvez, com os meus colegas de turma, eu não discutiria, pois eles preferem outras áreas" conta a acadêmica.
Dentro do grupo, muitas atividades são realizadas, entre elas a criação de ensaios de solo para pavimentação. Nestes ensaios, conforme a professora Marieli, geralmente os estudantes pegam uma situação real, como a fundação de um edifício, e levam para um escala pequena para realizar dentro de um laboratório. "É um ensaio para conhecer qual o tipo de solo que se tem ali, se é uma argila, uma areia, ou algo de concreto para imitar fundações de edifícios. Toda obra é fundada em algo, você não a constrói apenas no terreno, ela precisa ter alguma ligação interna", explica a professora.
O grupo é voluntário e para Marieli mostra o interesse dos estudantes em continuar buscando conhecimento. "Mantemos o número de 10 alunos para poder fazer uma melhor gestão. Porém este número de 10 alunos não é limitador. No caso de termos acadêmicos disponíveis e animados, o grupo acolhe a todos" finaliza a professora.
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