O sim de Eduardo é para Nicole
O governador passou todo o final de semana em família e gostou. Descobriu que duas vezes governador, é suficiente para coroar sua vida pública e que, mais do que justo, é o momento de seguir nestas conquistas abrindo o espaço a quem está disposto a ir para o inferno eleitoral. Pinho já tem o seu próprio quando recebeu de Raimundo Colombo, antecipado, o ouriço financeiro. O ex repassou, ao atual, a dor de cabeça suficiente para decidir, ontem, em declinar. Ele, como Paulo Eli, sabe que está custando caro levar esta missão até dezembro quando, recém-casado, pode viver tranquilamente longe da metralhadora a que estava alvo. Pensando nas férias, na vida e em sua chance de dar luz às viagens que sonhara, sai de cena e passa a ser o maior cabo eleitoral do presidente do MDB. Está em Mauro Mariani a animação que o Tesouro Estadual assusta. Mais que vencer um pleito, é tirar Santa Catarina do cadafalso. O próximo governador, seja ele quem for, vai ter pesadelos enquanto Moreira sonha.
O MDB escolheu certo o nome para disputar o governo?
Independente do nome do MDB, a escolha deveria se dar por consenso, sem disputa, para preservar a unidade do partido. O governador Eduardo praticou um gesto que o consolida ainda mais como o principal líder do partido. Ressalta-se ainda a escolha por priorizar de forma absoluta o mandato, cuidando de Santa Catarina, num momento muito delicado.
Quais serão os entendimentos a partir de agora para construir uma grande coligação?
Agora o processo destravou e o Mauro terá toda liberdade de construir uma boa coligação. Também teremos mais tempo para o contato com a sociedade e para elaboração do Plano de Governo para todos os catarinenses.
Clareou
A decisão do governador de sair do páreo mantém sua postura de homem público à medida que mantém sua palavra de apoiar Mauro Mariani que, antes mesmo de assumir o controle do Estado, havia assinado este cheque em branco.
Aceleração
Agora, com o nome definido, o MDB busca os parceiros para a construção do projeto de poder que passa por atrair nomes que tenham afinidade ao anti-Merisio e Amin. Se conseguiu, de fato, atrair o DEM, a sinalização é boa.
Esquerda
João Paulo Kleinübing não saiu do PSD apenas por divergências com Gelson Merisio, mas em busca de um espaço dentro da majoritária que, em tese, passa por um entendimento com o Progressistas, hoje envergado ao cenário pró-Oeste.
Ele
Antônio Rebelatto tem dito, insistentemente, que Joinville não passa dois mandatos estaduais fora do poder. Esta indagação tem sentido quando, pela história, sempre valeu-se desta conquista. E isso, por si, é um anti-Merisio declarado.
Divisão
Se Mauro Marini buscar se consolidar fora do MDB, Júlio Garcia é a porta. O ex-conselheiro, com GM atravessado, é chave para dividir as intenções do Oeste. Antônio Rebelatto na chapa destrói muito. Kleinübing teria que abençoar.
Também
À medida que igualmente não vê portas para misturar no PSD, Kleinübing precisa das alternativas ulyssistas, ou com Esperidião Amin na cabeça, para desmontar a arquitetura de Merisio. Ou estas ousadias como opção ou, pior, ficar fora.
Fora
O Democratas é um partido importante no debate e João Paulo sabe que, ignorado ou não, pode decidir uma eleição se, em um 2º turno, estiver fora do páreo. Mas pesa o nome Vilson Kleinübing que o filho, mesmo indignado, está atrelado.
Vantagem
Mauro Mariani pode, inclusive, levar o apoio do MDB ao 2º turno porque, ao defender a investigação de Temer, mandou um recado aos lulistas de que, embora tenha pedido a cabeça de Dilma Rousseff, o sucessor é bem pior que ela.
Rumo
O Democratas de João Kleinübing olha para Esperidião e Paulo Bauer com nostalgia dos tempos em que ambos, o 1º no Senado e o 2º na Secretaria da Educação, apoiavam Vilson no plano SIM, Saúde, Instrução e Moradia. Antes do MDB, o Progressistas e PSDB.
Não
Mais que um lançamento para dividir o Oeste, o nome de Antônio Rebelatto só entraria em um jogo de sucessão se ele, dentro das construções internas, observasse uma chegada possível. Ser boi de piranha como na municipal de 2000, nunca mais.
Costura
Mauro Mariani vai conversar, desde já, com os presidentes de partidos e, em Brasília, começa com Jorginho Mello, Carmen Zanotto e João Kleinubüng. O PTB, que já está com Pinho Moreira, está na pauta. Precisa oferecer.
Alinhavando
Uma vez que Eduardo Moreira retira-se, precisa afinar com Mariani o espaço no governo como atrativo. Se as contas do Estado estão abaixo do limite, faz parte. Ao governador, o que é estar no inferno e não dar um abraço no diabo?
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