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ESPECIAL SEMANA DOS IMIGRANTES

Argentino mora no Brasil há 15 anos e conta história desde que chegou em território brasileiro

Por: LÊ NOTÍCIAS
25/06/2018 14:10 - Atualizado em 21/12/2019 20:53
Julio Blas é de Buenos Aires, Argentina, e mora no Brasil há 15 anos (Foto: Vitória Schettini/LÊ) Julio Blas é de Buenos Aires, Argentina, e mora no Brasil há 15 anos (Foto: Vitória Schettini/LÊ)

Por Vitória Schettini


Com uma população de 27 mil habitantes, segundo dados de 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Xaxim é composta por cidadãos descendentes de imigrantes italianos e alemães. Assim como a maioria das cidades dos três Estados do Sul do País, Xaxim recebeu imigrantes, sobretudo italianos, e alemães nas primeiras décadas do século XX. Passados mais de noventa anos, o município ainda recebe imigrantes que procuram melhores condições de vida, desejam conhecer o Brasil por curiosidade ou simplesmente por gostarem daqui. Nessa perspectiva, o LÊ NOTÍCIAS, para lembrar o Dia do Imigrante, celebrado no dia 23 de junho, entrevistou a canadense Rachelle Marie de Araujo Tonello, o haitiano Thony Eliazard, o senegalês Gora Mbaye e o argentino Julio Blas, que compartilham histórias e experiências antes e depois que chegaram em território brasileiro.


A Argentina é conhecida pela rivalidade com o Brasil, sobretudo no futebol. No entanto, mesmo com isso, há vários argentinos que residem pelo Brasil. Um desses imigrantes é Julio Blas, de 59 anos, que vive no País há 15 anos. Conhecido por aqui como “Maradona”, ele nasceu em Buenos Aires e viveu por muitos anos em Mar del Plata, cidade que fica a 400 quilômetros da capital. Ele conta ao LÊ NOTÍCIAS também situações engraçadas que vivenciou desde que chegou ao Brasil e se estabeleceu por aqui.

Formado na área da Saúde, Julio é técnico em hemodiálise e trabalhou por muito tempo no maior centro de hemodiálise e transplantes de Buenos Aires. Já em outra cidade, Mar del Plata, ele também atuou nessa área. Nessa época, segundo Julio, ainda teve contato com o Jornalismo, onde trabalhou em rádio e televisão, e atualmente continua na área há mais de 30 anos. Além disso, exerceu a profissão de produtor musical, tendo como destaque a música “Argentina Loca”, que tem mais de 3 milhões de visualizações no YouTube.

NA ARGENTINA

De acordo com Julio, a rotina na Argentina era corrida, uma vez que trabalhava das 6h até à noite, e após, ficava de plantão a partir das 19h. “Se entrava um paciente para fazer um transplante, eu tinha de fazer o procedimento e deixar pronto o processo. Havia dias em que eu nem voltava para casa. Ficava dois ou três dias dentro do serviço e, aí sim, retornava. No final de semana, não tinha descanso, era plantão direto. Houve vezes em que estava em momentos com a família e o telefone tocava, exigindo minha presença no centro de hemodiálise imediatamente”, relembra.

NO BRASIL

Julio relata que o que o motivou a vir para o Brasil foi a curiosidade de conhecer o País, que era muito admirado pelo seu amigo, Hector. “Ele sempre vinha ao Brasil durantes as férias e elogiava muito as terras brasileiras. Quanto ele voltava à Argentina, me trazia lembranças, como discos e músicas”, recorda Blas. Ainda, ele completa que a vontade de ver uma cultura diferente o fez viajar à região de São Paulo, em 1990, visitando as cidades de Sorocaba (SP) e Maringá (PR).

Quanto às dificuldades que enfrentou ao chegar em solo brasileiro, ele destaca que não houve muitas, uma vez que o português e o espanhol são idiomas parecidos. “Eu não tive empecilhos com o idioma, porque falo bem o português. Uma história engraçada que aconteceu comigo, foi durante uma janta com amigos em Xanxerê. Eu disse que a comida estava “esquisita”, que na Argentina significa algo maravilhoso. No entanto, no Brasil, tem o significado diferente e assim, todos me olharam de maneira estranha”, salienta.

Blas ressalta que por ser uma pessoa comunicativa, quando eu veio morar em Xanxerê, fez amizades rapidamente. Caminhava pela cidade, conversava com comerciantes, ia aos órgãos públicos e assim aumentou sua rede de contato, conhecendo inclusive um grupo de argentinos que já morava em Xanxerê. “Não foi muito difícil me enturmar por aqui. Gosto muito do Brasil e o que eu achei bem diferente, foi a comida daqui em relação à da Argentina. Por exemplo, os argentinos não têm o costume de comer arroz em todas as comidas, ao contrários dos brasileiros”, acentua Blas.

Ainda, ele enfatiza que as comidas brasileiras são muito saborosas. “Eu gosto muito das refeições típicas do Brasil, mas mesmo estando longe do meu país de origem, eu costumo cozinhar comidas de lá, como lentilha temperada com carne”, revela ao LÊ NOTÍCIAS.

Julio também é conhecido como “Maradona”, devido à semelhança com o grande astro de futebol argentino. “Uma vez eu estava jantando em Mar del Plata, com um amigo, e um homem se aproximou de mim dizendo que queria um autógrafo, porque parecia com Maradona. No entanto, tive de explicar que não era eu, mas ele não queria acreditar. Os conhecidos me apelidaram de Maradona, porque dizem que sou parecido com o craque”, finaliza Julio.


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