A vez de Álvaro Dias
Se o ex-governador Jorge Bornhausen foi à presença do senador em sua missão à Presidência, é porque vê no paranaense um plano B além de Geraldo Alckmin. O governador paulista tem predicados de estadista, mas derrapando nas pesquisas para baixo, tem produzido dúvidas de suas chances. A simplicidade demonstrada por Natalino Lázare, falando com tranquilidade e agradecendo a presença do líder do Podemos em SC, foi a melhor parte do encontro. O deputado exala humildade e atenção à base. Movimentando-se de um lado e de outro, fez um chamamento que mostrou representatividade agradável aos olhos do presidenciável. Estavam todos lá. Falando de maneira inteligente, o parlamentar do Podemos diz apenas o necessário. Entre todos os que tiveram voz, foi o que melhor disse.
De Florianópolis (SC).
O que te motiva, como vereador de Joinville, a disputar a Câmara dos Deputados?
Sou vereador de quatro mandatos na maior cidade do meu Estado, cuja Casa Legislativa é modelo referencial para as demais Câmaras de Vereadores do Estado de Santa Catarina. Presido o meu Partido PSC (Partido Social Cristão) já há muitos anos em Joinville, participando ativamente da política partidária a nível local, regional e estadual, aprimorando conhecimentos e alastrando uma visão crítica sobre os problemas que assolam o nosso Estado e nossos municípios.
Por força da atividade parlamentar acompanho a política nacional e as tomadas de decisão, quer sejam legislativas, quer sejam ações de governo, as quais impactam os estados e municípios. Quero chegar à Câmara dos Deputados para lutar pela efetivação de um federalismo mais justo, aquele lapidado no texto constitucional, mas nunca efetivado.
Quero lutar por uma maior descentralização do poder, por um municipalismo verdadeiro, onde haja uma distribuição mais justa do bolo tributário, onde a riqueza gerada no município não precise fazer um passeio até os cofres do governo central, perdendo-se por desvios que não conhecemos e que a divisão seja justa e aconteça aprioristicamente.
Quero lutar pela queda das barreiras fiscais e tributárias, injustas para com os Estados do Sul, principalmente com o nosso e o Rio Grande do Sul, no que diz respeito ao ICMS, colocando-nos em grande desvantagem em um mercado altamente competitivo, não permitindo, em muitas situações, agregarmos valor aos nossos produtos primários, fazendo com que os comercializemos in natura e a preço aviltante, para depois o povo adquiri-lo a preços elevados na ponta do mercado.
Quero lutar por mais recursos e maior investimentos em obras de infraestrutura no nosso Estado, tão necessitado em ampliação e melhorias na malha rodoviária, no saneamento básico e moradia popular. Quero lutar para que sejam assegurados no orçamento da União, e efetivamente aplicados, o mínimo constitucional destinado a Saúde e a Educação.
Quero lutar para que nos seja entregue, por questão de justiça, aquilo que seja nosso, como por exemplo, os tão discutidos royalties do petróleo, como incremento das nossas receitas. Quero lutar pela solidificação da família e pelos valores cristãos, vetores de uma sociedade mais justa e soberana, sendo uma resistência sólida contra a desconstituição destes mesmos valores, pedras angulares do grande edifício da sociedade.
Terei que ter um olhar atento sobre as questões nacionais, porém sem desviar o olhar para as necessidades do povo catarinense, a quem quero representar, com galhardia e muita coragem, afinal, eu conheço as nossas mazelas. Eu me sinto preparado, com muita humildade e com base num aprendizado sólido, para ser os olhos e os ouvidos do povo catarinense no Congresso Nacional.
Quais são as necessidades dos cidadãos catarinenses para uma vida com dignidade?
As necessidades do cidadão catarinense são exatamente aquelas lapidadas no texto constitucional com o nome de direitos fundamentais, tais como a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, mais, os direitos individuais e sócias insculpidos no artigo 5º e 6º da mesma carta republicana.
A efetivação desses direitos é uma dívida que o município deve aos seus cidadãos, pois é nele que o indivíduo nasce, cresce, vivencia suas necessidades e morre. Este é o motivo pelo qual empenharei uma luta sem quartel, somando fileiras com os que também defendem um municipalismo efetivo, assegurando-se da riqueza local e buscando maior participação no bolo tributário nacional.
Precisamos de um olhar melhor e mais justo para o homem do campo, para o agricultor, para o agropecuarista, o suinocultor, o avicultor, o pescador, estabelecendo preços justos e valorizando uma atividade que é o sustentáculo da balança comercial brasileira.
Precisamos de uma atenção especial para a nossa indústria, geradora de grande riqueza e promotora de um número elevado de postos de trabalho, através dos incentivos necessários e da desburocratização das importações e exportações, tanto da produção quanto dos insumos para o funcionamento da mesma.
Precisamos de maior investimento, por parte do Governo Federal, nos programas habitacionais, com a construção de moradias dignas e de fácil acesso pelas pessoas de baixa renda, pois o homem alcança sua verdadeira independência e efetiva dignidade quando possui um lar que possa chamar de seu.
Precisamos que o SUS, Sistema Único de Saúde, seja ampliado e possibilite maior acesso, diminuindo as filas de espera e emprestando uma atenção mais efetiva ao cidadão. Terei um olhar permanente e efetivo sobre estas questões, pois a dignidade da pessoa humana é um dos direitos fundamentais basilares da nossa constituição e precisa ser efetivado.
Reversão
Raimundo Colombo tem conseguido um feito interessante neste processo eleitoral.É o mais lembrado para não ser votado em outubro. Esta campanha negativa tem o potencial pessoal do ex-governador. Pode ser o 1º neste quesito.
Persona
O cenário eleitoral de ontem foi de silêncio pleno. As lideranças políticas de todo o Estado, ligando entre si, buscando quem é quem e, o nome mais lembrado de todos foi do ex-governador Raimundo Colombo. Negativamente.
Duplo
Abraçando Gelson Merisio de um lado e apunhalando-o de outro, o lageano ampliou, consideravelmente, a teia de opositores à sua ida ao Senado em outubro. Se o ex-governador chegar à convenção como se apresenta, será surpreendido.
Barato
Ao apostar contra o partido, defendendo sua sobrevivência nas urnas, Colombo pisa forte no próprio pescoço. A unanimidade que conseguiu devido às movimentações demonstradas, vai ser para produzir seu tropeço.
Asfixiado
Esperidião Amin está mais motivado por Raimundo Colombo que necessariamente por seu partido. Se a corda for roída no acordo pré-estabelecido, de que ambos devem sair juntos na disputa, a teimosia beneficia os ulyssistas.
Nome
O candidato preferencial do MDB ao governo é Esperidião Amin. Mauro Mariani, em particular, precisa do ex-governador na disputa. Tirando-o do jogo de unidade, joga para os ulyssistas, de graça, a motivação até agora não observada.
Tempo
Com eleição de curta metragem, o partido de Ulysses Guimarães vai precisar tirar dividendos no desastroso tesouro estadual do Governo Colombo, como eles afirmam. Para chamarem atenção às dificuldades, elegeram o lageano ao pelourinho.
Motivado
Jorginho Mello ficou toda a noite de ontem em frente ao telefone do seu escritório aguardando a sinalização em favor de sua ida ao Senado. Se os tucanos aceitarem os espaços, seu mundo se fecha.
Ele
Jorge Bornhausen foi à apresentação de Álvaro Dias e se encontrou com as forças de decisão de outubro. Além de Gelson Merisio, Esperidião Amin, João Paulo Kleinübing, estava Dário Berger, à espreita, aguardando o chamamento de sua missão.
Pois
A unanimidade diz que Dário, 16 anos à frente de São José e Florianópolis, em quatro vitórias consecutivas dos municípios vizinhos, seria páreo para qualquer enfrentamento com Gelson Merisio e Amin com seus liderados.
Quesitos
O senador do MDB não teria qualquer constrangimento em disputar a eleição ao Governo se fosse chamado para a missão. Deu a palavra a Mariani e, sendo assim, é seu candidato. Simpatia e recursos são seus maiores patrimônios.
Desejo
Silencioso, o senador Bauer gostaria muito de ter Esperidião Amin e João Kleinübing em sua chapa, atraindo o PR e PPS. Mas dando tudo certo, sai só. Neste caso, Paulo gostaria muito de estar tranquilo. Nem um, nem outro, é cadafalso.
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