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Entrevista | Presidenciável Álvaro Dias pode ter apoio de Sérgio Moro

Por: Marcos Schettini
03/08/2018 12:48 - Atualizado em 05/08/2018 20:21

Ex-governador e atual senador pelo Paraná, Álvaro Dias concedeu, na manhã desta sexta-feira (03), em Florianópolis, uma entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini. Falou da escolha de seu vice, intitulou os governos do PT e de Temer como fracassados e relutou em confirmar apoio do juiz Sérgio Moro. Seu principal objetivo, como mesmo defende, é refundar a República. Confira:

Schettini: Após conversações, seu vice será Paulo Rabello, ex-presidente do BNDES. Quais passos serão dados rumo ao projeto eleitoral de outubro?

Álvaro Dias: É claro que uma aliança política pode ser importante, mas ela não pode comprometer o projeto, que é a essência da nossa luta. Então, eu gosto de afirmar ‘antes só, do que mal acompanhado’. Nós poderíamos até caminhar isolados, sem alianças alguma, mas nosso sistema exige tempo de televisão e rádio, para a gente poder falar, apresentar propostas e projetos, ser conhecido pela população. Nós buscamos aliança, mas com partidos que aceitam nosso projeto, que é de refundação da República. Isso vai desagradar boa parte dos políticos, pois não é um projeto para os políticos, mas sim para a população brasileira. É mudar o sistema político para beneficiar o povo. Nada se faz com boa intenção para beneficiar a elite, tem que se fazer para beneficiar a pobreza, o trabalhador, aquele que trabalha duro, paga impostos e vive, muitas vezes, dificuldades terríveis. Nosso projeto tem a inspiração nas inspirações do povo brasileiro. E não importa as coligações. Nós fizemos uma coligação com o PSC, vamos ter um vice qualificado tecnicamente, que é o economista Paulo Rabello de Castro. Agora ele vai receber o prêmio de economista do ano. É uma contribuição técnica a nossa proposta, certamente ele vai dar consistência técnica para que nossa proposta seja bem sucedida na sua implementação. Temos outros dois partidos pequenos que estão alinhados conosco, o PRP e seguramente o PTC, que está em vias de definição. Nós esperamos que, com partidos pequenos, mas limpos, que não estão na Lava-Jato, possamos apresentar nossa proposta ao Brasil.

Schettini: Qual lógica seu mandato deve seguir para se diferenciar do Governo Temer, Dilma e Lula?

Álvaro Dias: Deus me livre comparação com o Governo Temer e com os Governos do PT. Isso foi um desastre para o país, então quero distância deste modelo. Essa é a diferença, o modelo. Eles elaboraram um sistema de governança corrupto, um balcão de negócios. Só vale os interesses dos chupins da República, que são as autoridades privilegiadas, que ficam à sombra do poder para mamar nas tetas gordas do Governo. Esse é o sistema deles, do Michel Temer, do Lula, da Dilma... É o sistema destes que estão fazendo um ajuntamento dos partidos que deram sustentação destes governos fracassados. Seria a repetição do fracasso, do caos, da tragédia que estamos vivendo. É só olhar o candidato do PSDB, reuniu em torno dele toda aquela esculhambação que estava em torno de Dilma e Michel Temer. É a mesma turma, o mesmo time, para manter esses sistema e essas injustiças e corrupção. Então a diferença é essa, nós estamos rompendo com isso. Está muito claro, muito visível. Quem quer a manutenção do que há hoje, vai com essa gente. Quem quer mudança, romper com isso tudo, só há uma alternativa, que somos nós do Podemos. Não temos compromisso com essa gente. Eu não participei. Todos esses candidatos, inclusive aquele que quer ser mais valente que os outros, mamaram nas tetas gordas do governo nestes anos todos. Eu não. Estive na oposição combatendo esse sistema, essa gente e a corrupção. Agora é meu dever colocar abaixo esse sistema, destruir esse sistema, arrebentar com esse balcão de negócios. Meu dever, em respeito ao povo brasileiro, é substituir esse sistema, por uma relação republicana entre os poderes. É o que vamos fazer, se Deus quiser.

Schettini: O senhor tem uma relação pessoal com o juiz Sérgio Moro. Nos bastidores dizem que ele tem trabalhado para o senhor. Isso é verdade?

Álvaro Dias: Eu não quero comprometer o juiz Sérgio Moro, que é ícone de uma nova Justiça deste país. É uma figura que simboliza o desejo do nosso povo de uma nova Justiça. Então, eu não quero colocá-lo em dificuldade. Evidentemente o voto é secreto e ele vai, no dia da eleição, votar secretamente.

Schettini: Lula está preso há quase quatro meses e isso representa um novo cenário de Brasil. Que tipo de refundação o senhor vai fazer dentro do Congresso Nacional?

Álvaro Dias: A refundação da República tem a ideia fundamental que é o respeito à lei. Todos iguais e submetidos perante a lei. Isso é Republica. O que temos hoje não se parece com República não. Inclusive, eles querem, ao invés de respeitar a lei, rasgar a lei. O preso quer ser candidato, então vamos lançar o Marcola, Escadinha, Beira-Mar. O Marcola já tem seu partido, o PCC. Se é essa a esculhambação que eles querem, aí é melhor mudar do Brasil mesmo. Só que eles estão enganados, nós não vamos mudar do Brasil, nós vamos é mudar o Brasil. Eles é que terão que mudar, que desejam essa esculhambação, essa anarquia, estando acima da lei, colocando o estado de direito democrático como uma encenação, uma mentira. Nós não mudaremos, porque vamos mudar o Brasil.

Schettini; O senhor fala de Michel Temer, mas cassou a presidente Dilma e colocou Temer lá...

Álvaro Dias: Eu não coloquei Michel Temer lá. Quem o colocou lá foi o PT, deixando-o de vice e pedindo voto para ele. Se abraçaram, Lula, Dilma, Michel Temer... E toda... Não vou falar aquele nome feio, mas toda essa gente. Eles que colocaram Temer lá. Eu quis tirar o Temer também, eu advogava o impeachment de Dilma e Temer. São iguais. Igualmente responsáveis pelo desastre e pelo caos. Não há uma diferença entre um e outro. A única diferença é que ela usa saia e ele calça. De vez em quando ela usa calça e eles ficam até iguais na vestimenta. Mas eles são iguais politicamente. A mesma de depravação da ética... Veja em torno de um e de outro. Quantos caíram no Governo Dilma e quantos ministros já caíram, ou até foram presos, no Governo Temer. E quantos ainda serão presos, porque a Operação Lava-Jato não acabou. O governo acaba dia 1º de janeiro, mas a Lava-Jato continua. Sem foro privilegiado, alguns outros também vão para cadeia. Então a responsabilidade, da presença do Temer no Governo, não é minha. É principalmente do PT e dos partidos que agora já escolheram um candidato lá de São Paulo. São todos arregrados, ajuntados, amontoados no balcão de negócios, fazendo suas barganhas, que iniciam nos Estados, tirando candidatos porque determinado partido será beneficiado em plano nacional, tendo de ceder no seu Estado. Assim são os negócios. Você fica com o Ministério dos Transportes... Você quer a volta do imposto sindical? Então vamos trazer de volta... Então esse é o balcão de negócios. Eles aparelham o Estado, distribuem os cargos, as benesses, os favores... O povo fica com o sofrimento. Eles são responsáveis também pela presença de Temer no Governo. O PSDB também. Eu estava no PSDB na época do impeachment e sai por isso. Eu queria também o impeachment de Temer. Mas o PSDB se abraçou ao Temer, Eduardo Cunha e MDB para derrubar a Dilma, para todos ir ao Governo. Se abraçaram e se locupletaram... Agora, na campanha, querem fazer outro discurso, pensando que o povo brasileiro é idiota.

Schettini: O senhor gostaria de ir com quem ao segundo turno?

Álvaro Dias: Eu gostaria de vencer no primeiro [risos].


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