É fácil, agora, aplaudir e apagar as 101 velas de comemoração. Mas quando homens com as disposições do passado abriram ruas e valetas para escrever os primeiros passos, aí a história é outra. Deles, muitos já desapareceram. Mas seus nomes estão em cada segundo no futuro porque foram eles, cada um em seu tempo, que deram o recado do trabalho e da fé no amanhã. Agora, neste momento de luz eleitoral, é o onde pode-se escolher como ir nesta direção. Pode ser pela grande volta ou, inteligentemente, pela mais curta. Enquanto se decide qual a direção, os candidatos, cada qual com sua grandeza e disposição de trabalho, oferecendo o tamanho do seu melhor, lembra-se o propósito de cada um deles. Vale saber, quais são seus melhores, em leituras simples.
Valmor Lunardi, médico, atuou em sua área, mas foi, como membro da Sociedade Amigos de Chapecó, responsável, ao lado de outros, pela Efapi, uma das maiores feiras de negócios e entretenimento do Sul do país. Político, jogava bem as partidas eleitorais.
Milton Sander, prefeito por duas vezes, e quase foi a terceira, só não chegou devido ao ego patético das lideranças na época que, raivosos, tiraram dele o 3° mandato. Por questões pessoais, deram oito anos de mandato ao PT. Também deputado estadual, candidato a vice-governador, Chapecó só é a cidade que demonstra devido às suas iniciais como o aeroporto, Hospital Regional, asfalto no centro. Épocas de poucas verbas.
Dilso Cecchin, ex-prefeito, aposta política de Aury Bodanese, foi secretário de Estado da Agricultura e sonhou em chegar ao Governo de SC. Pressionado permanentemente nos dois anos de mandato, foi vítima disso e perdeu a vida cedo.
Aury Bodanese, empresário, duro nas opiniões, sem o estudo necessário hoje exigido, ergueu um império cooperativo que fez da Alfa a mãe das demais que compõem o complexo de agroindústrias que ganharam o mundo.
Mário Lanznaster, empresário, aposta de Aury Bodanese, o Capitão das Cooperativas. Seu nome diz muito dentro do agronegócio e, por conhecer muito, deu às unidades onde respondeu como presidente, Aurora e Alfa, o melhor seguimento para conquistar os mercados do mundo.
João Rodrigues, político, foi prefeito de Pinhalzinho e duas vezes de Chapecó. Foi responsável por tirar o PT do poder, o mesmo que tirou Milton Sander do 3° mandato. Fez acontecer pela sua versatilidade. Teria tudo para ir ao Governo de SC, mas foi traído por um processo que levou sua liderança para o cárcere. Livre, agora retorna para reconstruir seu projeto e sonhar com o futuro.
Gelson Merisio, político, deputado estadual e três vezes presidente da Assembleia Legislativa de SC, disputa neste momento o Governo do Estado. Presidente do PSD, afirma ser o primeiro com chances reais de comandar o Estado, sendo do Oeste. O desafio conta com um leque de quadros. É, neste momento, seu maior desafio.
Luciano Buligon, prefeito, dirige a cidade que faz aniversário. Foi ele quem, com a tragédia da Chapecoense, assumiu-se junto. Poderia estar nas vítimas ao lado de Gelson Merisio e Plínio David De Nês. Fez história para chegar onde se encontra. Nos 100 anos homenageou tudo e todos pela força da Capital do Oeste.
Plínio David De Nês, presidente da Chapecoense, assumiu o clube dentro do mar de lágrimas que ganhou o mundo na fatídica queda da LaMia. Poderia estar junto como as outras perdas e, por entender-se salvo, foi levado à alta direção do clube. Tem em seu DNA, o pai Plínio Arlindo De Nês, fundador do Frigorífico Chapecó, empresa esta que, por Maninho, apostou no então menino Guga Kuerten, depois n° 1 do mundo, quando ninguém acreditava. Foi em Velho Plínio, também ex-prefeito de Chapecó, que investiu milhões na vida do Furacão do Oeste.
Eduardo Matiewicz, empresário, presidente da Acic e co-fundador da SAC com grandes nomes de sua época. Foi igualmente fundador da maçonaria no Oeste e membro mantenedor do Hospital Regional do Oeste em tempos de completa seca financeira.
Daví Barela Dávi, empresário, criou um dos mais respeitados complexos imobiliários de SC. A Nostra Casa, sua marca, investe somente na Capital do Oeste. De todos os edifícios construídos, que levam nomes de origem italiana, são centavos por centavos, investidos no aniversariante. Desapareceu no acidente da Chapecoense, time em que investia desde a criação de sua corporação.
Falar de todos os assinantes do desenvolvimento de Chapecó é voltar antes de sua criação. Os nomes são diversos. Passa por arquitetos, engenheiros, motoristas, comerciantes, pequenos empresários, que deixaram suas digitais na calçada do tempo. Se não apareceram nesta composição, não foram esquecidos, mas poupados. Se Chapecó tem sua altura conquistada, está em cada um o esforço individual. Muitos foram vistos, outros nem lembrados são. A história é assim mesmo. É como na guerra. Muitos morrem, mas quem entra para as páginas são o alto comando. Parece que só foram os homens quem construíram esta comarca e que, como pode ser visto, as mulheres não estavam à frente. Fato, estavam sustentando-os todos, com a discrição feminina que em todas esbanjam, influenciando-os de coragem e sensibilidade para fazerem algo valioso em favor das pessoas. Incentivando, cada uma das esposas, a seu modo, produziram valores positivos que foram o prumo para levantar o que se chama de Magnífico Chapecó, operando na sociedade todo o valioso tesouro de trabalho que marca esta gente. A todos, feliz aniversário. Parabéns, Chapecó!
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