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Pesquisadores do Reino Unido conhecem de perto a realidade local

Por: LÊ NOTÍCIAS
31/08/2018 16:27 - Atualizado em 31/08/2018 16:41
Unochapecó Pesquisadores brasileiros e britânicos participaram do Workshop internacional de Intercâmbio e Pesquisa Avançada Pesquisadores brasileiros e britânicos participaram do Workshop internacional de Intercâmbio e Pesquisa Avançada

Por meio da educação, a Unochapecó já proporcionou o desenvolvimento da região Oeste catarinense. Para que este processo de compromisso regional continue ainda mais fortalecido, pesquisadores brasileiros e do Reino Unido estão participando do 'Workshop Internacional de Intercâmbio e Pesquisa Avançada'. O evento iniciou na segunda-feira (27/08) e encerra amanhã (31/08), no Salão Nobre da Unochapecó.

A ação é promovida pelo grupo de estudos e pesquisa Relações Internacionais, Direito e Poder da Universidade, em parceria com pesquisadores da Universidade de Coventry. De acordo com o coordenador brasileiro do projeto, professor Giovanni Olsson, o primeiro dia do evento foi realizado apenas para os pesquisadores. Para a comunidade, as atividades iniciaram na terça-feira, com solenidade oficial no período da manhã. À tarde, os participantes conheceram de perto duas realidades de Chapecó, a Associação de Mulheres Camponesas Pitanga Rosa e a Aldeia Condá. O objetivo foi conhecer projetos que dão certo, levando em conta a economia solidária, o cooperativismo, a produção de alimentos agroecológicos através de movimentos sociais e a atividade de integração com as cooperativas.

Como o tema do evento é a 'Governança e Papel dos Atores no Desenvolvimento Sustentável na Articulação Global-Local' as visitas serviram de base para o andamento das discussões. ''Elas foram muito importantes para a continuidade do evento. Vão ser buscadas soluções e alternativas para melhorar e acelerar o processo de desenvolvimento, respeitando as peculiaridades regionais das culturas e dos povos envolvidos. Além disso, a experiência do Oeste catarinense serve de exemplo de modelos que podem ser replicadas em outras partes do mundo'', explica Giovanni.

O coordenador ressalta que os pesquisadores visitantes ficaram admirados com a realidade local das duas comunidades. ''Eles se entusiasmaram com o que viram, pois tinham uma visão muito diferente do que seria esse tipo de experiência aqui no interior de Santa Catarina. Também ficaram impactados pois viram que elas funcionam e que os membros da comunidade, tanto os indígenas como as mulheres camponesas, são altamente motivados e engajados nessas experiências''.

ASSOCIAÇÃO PITANGA ROSA

A agricultora Carmen Munarini, de 62 anos, é uma das integrantes da Associação de Mulher Camponesas Pitanga Rosa. Ela, junto com colegas do coletivo, apresentou para os pesquisadores o trabalho que é realizado, com foco na agroecologia. ''Nós apresentamos experiências de sustentabilidade. Acho importante essa troca de conhecimento, isso enriquece e faz a gente ter mais esperança de uma mudança, seja na questão de hábitos e costumes ou na questão ambiental''.

O professor Giovanni conta que o grupo foi escolhido para visita, também, por ter sido premiado como um dos melhores do país. ''Elas produzem alimentos agroecológicos através de um movimento social. Entre os produtos estão alimentos, chás, ervas e medicamentos para consumo próprio, e comercializam o excedente em benefício do coletivo. Todo trabalho é realizado com respeito ao meio ambiente e sem uso de agrotóxicos''.

ALDEIA CONDÁ

Uma experiência de como a Unochapecó está inserida na comunidade foi apresentada na visita à Aldeia Condá. Lá, os participantes do evento visitaram a escola, conheceram danças típicas, os artesanatos confeccionados por eles e ouviram o líder do local, que falou sobre a realidade em que vivem. A diretora da escola, professora Joviane Deininger Schuller, explica que a Aldeia conta com 2,3 mil hectares e aproximadamente 220 famílias vivem no local.

''Aqui na escola são 333 alunos nos três turnos. Os moradores falaram para os visitantes sobre preservar a cultura, pois aqui ainda é falada a língua Kaingang, e realizados os rituais. Também falaram sobre a resistência que eles encontram fora da comunidade indígena. Esperamos que com esta visita, minimize o preconceito e a discriminação que existe pela sociedade contra os povos indígenas'', relata a professora.

Um dos motivos por esta comunidade ser escolhida é que, no ensino dos alunos, é utilizado as línguas português e kaingang. ''A visita na Aldeia Condá teve como objetivo mostrar para os participantes as peculiaridades da vida na comunidade indígena, bem como demonstrar a importância da Unochapecó como promotora do desenvolvimento por intermédio da educação. Ou seja, as escolas que estão dentro das aldeias tem professores formados pela Universidade nos seus programas de licenciatura e de pós-graduação'', completa Giovanni.

EXPERIÊNCIA ENRIQUECEDORA

aloma Carpena de Assis é aluna do Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Maringá e está participando do Workshop. Ela comenta que as visitas na comunidade faz com que as pesquisas fiquem mais ricas, pois é possível coletar detalhes específicos de cada região.

''Quando você vê um grupo de mulheres se organizando para um trabalho coletivo, mostrando a força da coletividade, você quebra o paradigma econômico e dá uma nova realidade para estas comunidades locais. A questão dos indígenas, quando se consegue fazer a estruturação de um local e tira eles das ruas, também pode transformar a realidade''.

A pesquisadora assinala que as visitas servem de base para estudos futuros e até para as políticas públicas, que sempre procuram atender questões locais e regionais. ''Mas é preciso viver isso para saber que existe e buscar uma solução''.


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