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Da imprensa, que se foram

Por: LÊ NOTÍCIAS
08/12/2016 10:26 - Atualizado em 08/12/2016 10:27
(Foto: Divulgação/LÊ) (Foto: Divulgação/LÊ)

Por Hugo Paulo Gandolfi de Oliveira

Jornalista e professor universitário

Com as perdas do esporte, na tragédia da Chapecoense na Colômbia também a imprensa perdeu vidas. Foram-se 22 jornalistas, radialistas, produtores, técnicos, da imprensa local, regional, estadual e nacional. Como as perdas do esporte, eles também têm sido reverenciados nas condolências e lembrados nas homenagens.

Da Colômbia - terra que tem dado as mais belas lições de solidariedade a partir de Medellín -, de um colombiano também jornalista, e um dos maiores escritores que o mundo teve, há um texto que serve como homenagem aos que se foram da imprensa, e ao jornalismo que se mostra, nesta tragédia, em sua missão.

Escreveu Gabriel García Marquez: “Jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia - como se fora para sempre - mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar, com mais ardor do que nunca, no minuto seguinte”.

Esse é um dos textos das conversas da primeira aula em que recepciono, há 17 anos, no curso de Jornalismo da Unochapecó, cada uma das turmas com as quais começo a partilhar. Entre as perdas, estão os ex-alunos: Cleberson Silva e Gilberto Pace Thomaz (assessoria da Chapecoense); Douglas Dorneles (Rádio Chapecó), Gelson Galiotto (Rádio Super Condá); e Renan Agnolin (Rádio Oeste Capital, RIC TV Record e Voz do Oeste).

A homenagem também para: Fernando Doesse/Schardong (Rádio Chapecó e Voz do Oeste); Edson Luiz/Picolé (Rádio Super Condá); Jacir Biavatti (Rádio Vang FM); Giovane Klein (RBS TV Chapecó); Bruno Silva (RBS TV Florianópolis); Djalma Araújo Neto (RBS TV Florianópolis); André Podiacki (Diário Catarinense); Ari de Araújo Júnior, Guilherme Marques e Guilherme Laars (Globo); Laion Espíndula (Globo Esporte, setorista da Chapecoense); Deva Pascovicci, Lilácio Pereira Júnior, Mário Sérgio, Paulo Clement, Rodrigo Santana Gonçalves e Victorino Chermont (FOX Sports).

Todos eles jogavam o jogo da imprensa, entre o time e a torcida, entre os jogadores e os leitores, os ouvintes, os telespectadores. No jogo da profissão, nos dribles da vida e nos tentos de cada um, a imprensa se mostra imprescindível à sociedade cada vez mais. Basta vermos como ficamos sabendo dos detalhes da tragédia, com emoção, lágrimas, solidariedade, dos que são informados e dos que informam.

Assim como são homenageados os mortos do esporte, também se reverenciam os mortos da imprensa, e nas palavras de um colombiano está a homenagem a todos os 22 da imprensa que se foram, mas que ficam nos registros jornalísticos e permanecem em cada registro que fizeram para a história. Porque Jornalismo é contar histórias, e contar bem. Até porque, sem ele, a História seria mais pobre, os fatos não se multiplicariam, depois de cada pauta, para informar a cada cidadão, com toda a voracidade da notícia, em todos os momentos.





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