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Governador Pinho Moreira define Merisio como oportunista e reconhece tropeços do MDB

Por: Marcos Schettini
01/10/2018 20:40

Saindo de um silêncio iniciado na campanha, o chefe do governo entra definitivamente no pleito e provoca o maior adversário que poderá enfrentar no segundo turno. Foi anfitrião de Geraldo Alckmin hoje em Florianópolis em um momento de disputa de extremos, onde o MDB ignora a existência do tucano. Feita por telefone no final da tarde desta segunda-feira (1º), a entrevista escancara a fervura do rompimento da Tríplice Aliança.


Marcos Schettini: Como o senhor avalia a acusação de Irio Grolli contra Gelson Merisio?

Eduardo Pinho Moreira: Todo mundo sabe que isso é verdadeiro, a ostentação desta gente foi muito forte. Isso tem um preço. O Eduardo Cunha achou que ia levar para casa e que ia ficar tudo certo. A vida pública não permite mais estes excessos. Vamos ver o desdobramento. Isso é uma barbaridade, um negócio perigoso. Um dia que levantarem essa panela, essa tampa... Eu nunca levantei, não é minha função, vou terminar o governo, entregar em melhores condições que peguei e por isso estou fazendo meu trabalho com muita responsabilidade. Mas havia abusos, todo mundo sabe, não é novidade. Ninguém resolveu comprar essa briga e o Irio [Grolli] resolveu comprar e vai dar desdobramentos. Tudo começa puxando o fio e depois não se sabe quando vai acabar. Mas o novelo é grande. Mas acho que é um assunto que tem que ser explorado politicamente, embora seja algo que eu não quero me envolver, pois não é minha função como governador. Minha função não é acusar ninguém, é a Justiça que tem que fazer isso. Eles que pesquisem.

Schettini: Como o senhor avalia o cenário?

Pinho Moreira: É uma eleição batucada. Achei que seria mais fácil. Começamos com um programa na televisão que não foi bom. O Merisio colocava todas aquelas coisas e não foi confrontado. No segundo turno isso será inevitável.

Schettini: Por que o governador está tão tímido na campanha?

Pinho Moreira: Sabe onde eu estava agora? Estava em frente à Catedral caminhando com Geraldo Alckmin. Na semana passada, fiquei com Napoleão Bernardes lá no Sul. Minha função, agora, é governar, se fosse para fazer campanha eu seria candidato a governador. Eu vou governar. Amanhã vou ao Sul, na quarta-feira vou à abertura da Oktoberfest, em Blumenau. Não posso deixar de ser governador. Mas de qualquer maneira, tenho ajudado sim.

Schettini: O senhor irá participar da inauguração do Complexo de Segurança Pública em Xaxim?

Pinho Moreira: O secretário de Estado da Segurança Pública vai estar presente. Estarei em outra missão, com uma série de ações no Sul do Estado, em Imbituba, Laguna e Tubarão. Vou para essa região, é até mais fácil de deslocar-se, inclusive. Vai outra equipe, eu não posso estar em todo lugar. É uma pena, eu gosto muito do Oeste, sou sempre bem recebido.

Schettini: Mas Xaxim é o berço do candidato da oposição...

Pinho Moreira: Faz parte. Em Laguna é o meu berço, cada um cuida do seu berço. Lá em Xaxim, até admito que ele ganhe a eleição. É natural, ele é dali. Mas vai perder aqui no Sul [risos].

Schettini: Como foi a conversa com o presidenciável Geraldo Alckmin?

Pinho Moreira: Eu sempre digo a todos que o conheci quando cheguei em Brasília há 32 anos. Nós éramos da mesma Comissão, porque ele é médico e eu também sou. Foi na Constituinte. Ele é um homem com vocação para a causa pública. Neste momento, o Brasil precisa de alguém honesto, com vocação com a causa pública, não é empresário, é alguém que tenha vocação e experiência. Um homem que governou São Paulo, três vezes eleito, a outra ele assumiu com a morte de Mário Covas. Olha a experiência. São Paulo, se fosse um país, seria um dos maiores do mundo. Por que o PSDB ficou 24 anos a frente do Governo de São Paulo? Pelas realizações, por colocar o Estado nos trilhos, é isso que precisa ser feito no Brasil, com visão pública e experiência administrativa. Indiscutivelmente é o mais preparado de todos.

Schettini: Então por que Mauro Mariani vai de Henrique Meirelles?

Pinho Moreira: É uma decisão pessoal minha. No meu casamento, que fez um ano na semana passada, Geraldo Alckmin esteve presente. É uma relação de ordem pessoal. Antes de ser político, eu sou brasileiro. Sou pai, sou avô. Eu acho que precisamos ter esse país melhor para o futuro, então não poderíamos nos aventurar. Indiscutivelmente, Geraldo Alckmin é o porto seguro. Em 1989, tínhamos alguns estadistas, Ulysses Guimarães, Mário Covas, até Leonel Brizola... Mas no segundo turno foram Lula e Fernando Collor, e olha no que deu. Então, nos aventuramos em 89, mas temos que aprender com aqueles erros e não nos aventurarmos agora. Por isso sou Geraldo Alckmin, o mais seguro.

Schettini: Como o senhor está vendo este extremismo que pode por a democracia em xeque?

Pinho Moreira: Com preocupação. Volto a repetir, sou cidadão brasileiro e me preocupo com o futuro. Então vejo com muita preocupação, porque estamos perdendo a racionalidade e indo para emoção, para a paixão. Isso, às vezes, dificulta o raciocínio. O Brasil não poderia viver momento de extremismo agora, precisamos exatamente de moderação, de equilíbrio, que é o que Geraldo Alckmin tem de sobra.

Schettini: O que a declaração de Merisio, em favor de Bolsonaro, acarreta para o Estado?

Pinho Moreira: Não acarreta em nada. Mostrou oportunismo, ele não escolheu por vocação, escolheu por oportunismo político. O Brasil não pode viver de oportunistas, acho que nós temos que viver de realistas. Então temos que olhar a realidade. Ele pensou na oportunidade eleitoral, não no Brasil. Ele conhece o processo político, ele sabe quem é quem no jogo. Ele fez a escolha, uma decisão dele, orientado pelo marketing político. Por isso que o Brasil está assim, o cara vai para televisão e diz o que o marqueteiro manda. Quem é que governa depois, o marqueteiro ou aquele que é eleito? Então as pessoas ficam confusas, se o indivíduo é aquilo que está aparecendo na tela ou o que ele é na realidade.

Schettini: Como estão as contas do Estado?

Pinho Moreira: Eu sou um craque. Veja bem, peguei o Estado morro abaixo, desgovernado, com um déficit de R$ 2 bilhões, mas diminui em R$ 900 milhões. Mesmo com a queda da receita comprovada, devido à greve dos caminhoneiros, paguei a metade do 13º em julho e agora em setembro, como eu havia dito. Estou pagando os salários rigorosamente em dia, com as contas em dia. No Hospital de Chapecó, pergunta como estão as contas, se estão em dia em comparação com o ano passado. Vai em São Miguel do Oeste e pergunta, nos hospitais filantrópicos... Eu não sei o que eles faziam com o dinheiro. Estou pagando dívida do ano passado, da Saúde, já pagamos R$ 100 milhões em dívidas de 2017, pagando os 13%. Estou cumprindo os 14% deste ano. Eu sou o craque. É preciso fazer economia, gestão, equilíbrio, por isso disse que estou meio sumido, é porque estou segurando a peteca aqui. Governar em um ano eleitoral, com estas dificuldades todas, tem que ser bom.

Schettini: Essa questão financeira vai implicar a candidatura do seu antecessor ao Senado?

Pinho Moreira: Eu gosto do Raimundo. Eu gosto do Raimundo como pessoa. A minha relação pessoal com o Raimundo é a melhor. Ele poderia ter uma eleição tranquila ao Senado se ele estivesse junto com o MDB, como seria o natural, afinal de contar estivemos juntos em três eleições. Ele deixou o Merisio comandar o processo e está aí. Mas ele é um homem bom de voto e vai ter uma boa disputa. Eu apoio firmemente o Paulo Bauer e o Jorginho Mello que estão sendo leais a nós, mas indiscutivelmente eu reconheço as qualidades do Raimundo.

Schettini: O resultado do Senado vai dizer muito no segundo turno...

Pinho Moreira: Pode ser que sim, pode ser que não. Cada eleição é diferente. No segundo turno será outra eleição, na qual o Merisio não vai dizer tudo que está dizendo na televisão sem ser desmentido. Ele não acabou com privilégio nenhum na Assembleia Legislativa, todo mundo sabe disso. Isso vai ter que ser mostrado. O Mauro teve um mau início na televisão, o programa estava ruim, parecia que era candidato a prefeito em Rio Negrinho. Isso foi corrigido, houve respostas, melhorou nas pesquisas. O quadro está mais ou menos empatado e vamos para o segundo turno. Será uma eleição igual, só os dois. Aí vamos ver quem tem mais telhado de vidro.


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