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SUPERAÇÃO

Mãe e filha chapecoenses contam história emocionante em busca pela cura do câncer de mama

Arquivo Pessoal Mesmo na luta, Rosilene se sente agradecida porque, em virtude da doença, ela percebeu o quão abençoada pela família e pelos amigos Mesmo na luta, Rosilene se sente agradecida porque, em virtude da doença, ela percebeu o quão abençoada pela família e pelos amigos

Por Vitória Schettini

O Outubro Rosa é lembrado todos os anos como o mês de combate e prevenção ao câncer de mama, a qual mata cerca de 14 mil brasileiras por ano, de acordo com dados de Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), que pertence ao Ministério da Saúde. O câncer de mama é perigoso e pode causar diversos problemas às mulheres que sofrem com a enfermidade. No entanto, embora a doença seja grave, muitas pacientes buscam tratamento e tentam superar essa fase tão difícil. Desse modo, a fim de ressaltar a importância da prevenção e lembrar o Outubro Rosa, o LÊ NOTÍCIAS entrevistou Rosilene e Amanda Getten, mãe e filha, que relatam sobre a trajetória com objetivo de vencer o câncer.

Rosilene Getten conta que descobriu a doença devido a uma bolinha externa, que apareceu no lado esquerdo de sua mama esquerda. “Parecia um nódulo sebáceo, mas graças à minha ginecologista, que me contou sobre a prevenção e da importância de investigar, ela me encaminhou para fazer ultrassom. Posteriormente, com o exame feito, constatou-se a necessidade de tirar uma amostra da pele para a biopsia. Ao ficar pronto o resultado, nos deparamos com a surpresa, o câncer”, relembra, com muita emoção.

Com a notícia, ela ressalta que sentiu como se um buraco se abrisse aos seus pés. “Eu não sabia o que fazer. No primeiro momento, minha reação foi de desespero, pois não pensei em mim, mas sim nos meus dois filhos, que eram pequenos e dependiam de mim. O medo de faltar algo para eles foi o que me deu forças para encarar o que vinha pela frente”, enfatiza Rosilene, que tentou enfrentar tudo como passageiro.

A reação não foi diferente para a filha Amanda, que sentiu como seu mundo parasse. “Tudo o que eu me perguntava era como seriam as coisas dali para frente e o que ela estava sentindo. As pessoas pensam ‘isso nunca vai acontecer comigo’, mas quando vê, acontece e é uma notícia que te desestabiliza por inteiro, ainda mais se afeta alguém que você ame tanto”, conta Amanda ao LÊ.

Buscando a cura, Rosilene realizou sessões de quimioterapias, que apesar de trazerem efeitos colaterais desagradáveis, ela levantou a cabeça e seguiu em frente. “No primeiro instante, quando me vi sem cabelo, optei pelo uso de perucas. Contudo, mais tarde, compreendi que não é feio não ter cabelo, é lindo. É a prova de que todos possam ver que é uma pessoa que está lutando bravamente pela sua vida. Eu entendi que estar sem cabelo, devido a um tratamento desses, é um ato heroico”, relata Rosilene.

Passando pelo período difícil, junto com sua mãe, Amanda Getten lembra que a família se aproximou muito. “Com a notícia da doença, nós nos unimos mais e começamos a dialogar muito. Hoje, eu me orgulho em falar que a minha mãe é a minha melhor amiga e sei que ela sente o mesmo”, acrescenta.

AMOR E APREÇO

Rosilene se sente agradecida porque, através da doença, ela pôde perceber o quão é abençoada pela família e amigos que tem, e pelas pessoas boas que conheceu durante a trajetória. “Posso dizer de que minha família é muito mais unida do que já foi. Através da dor, meus filhos se tornaram pessoas fortes e que não reclamam de qualquer situação, são meus pilares de sustentação. Meus médicos Dr. Rogério, Dr. Makey, entre outros, sempre foram anjos e agradeço todos os dias por terem sido eles que me trataram com tanto apreço. Agradeço também aos profissionais do Centro de Oncologia (Cetron), de Chapecó, que hoje os considero como minha família, que nunca me deixaram sozinha ou desamparada. Enfim, a doença faz com que valorizamos cada ato por menor que seja”, completa.

Rosilene ainda está passando pela doença, estando na fase de metástase e, por isso, ela precisa um tratamento constante. “Eu me sinto forte e sei que tenho forças para não me entregar à doença e que minha vida é muito importante para desistir. A mensagem que deixo é que temos uma força extraordinária, e que podemos ter uma vida normal. O câncer não é o fim de nada e sim um caminho um pouco difícil, mas possível de se seguir. Se você está no início de seu tratamento, continue com sua rotina, pois isso irá lhe mostrar que você tem forças e será capaz de passar por esse tratamento. E para você, que é mulher, preocupe-se com sua saúde, cuide-se e realize exames”, finaliza Rosilene.

Amanda Getten revela que tem dado muita força à sua mãe, sobretudo após enfrentar o obstáculo mais difícil, que foi encarar tudo novamente, quando pensavam que tinha acabado, todavia novamente foram pegas de surpresa. “Uma mensagem de apoio que eu gostaria de deixar aos filhos de leitoras, que estão passando por uma situação parecida com a nossa, é de que ninguém vai nos amar tanto quanto a nossa família. Apesar de qualquer coisa que possa acontecer, que a maioria das coisas que seus pais fazem é pensando na família e que vocês, com certeza, são as razões pelos quais eles lutam, demonstram força e todo o amor que vocês sentem por eles, sem se lamentar pela doença”, finaliza Amanda.


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