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FORTES EMOÇÕES

Grêmio conquista o Penta na Copa do Brasil; e Inter é rebaixado para a Série B

Por: Janquieli Ceruti
14/12/2016 14:56 - Atualizado em 14/12/2016 15:00
Torcedores xaxinenses demonstram o amor ao time do coração (Fotos: Arquivo Pessoal de Claudio Lenger e Paulo Dall'Asin) Torcedores xaxinenses demonstram o amor ao time do coração (Fotos: Arquivo Pessoal de Claudio Lenger e Paulo Dall'Asin)

O fim do ano se aproxima, mas com tantas surpresas no futebol, o Papai Noel ficou em segunda posição nas rodas de conversa. O Bom Velhinho perdeu terreno para outro colorado, o Internacional. Porém, diferente do Natal – muito aguardado por adultos e crianças, o Inter não esperava tantos holofotes neste dezembro. O rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, após empatar com o Fluminense no domingo (11), por 1 a 1, não tem, nem de longe, gosto de espumante ou de panetone. Após sofrer com a tragédia envolvendo a Chapecoense, no último 29 de novembro, os colorados – que nos últimos meses também adotaram o manto do Verdão do Oeste, agora amargam o sabor do adeus à elite do futebol brasileiro. Se por um lado o empate agraciou o Grêmio com mais uma taça, por outro fez com o Inter lamentasse profundamente a sucessão de erros cometidos no ano.

Acostumado a mexer com as emoções dos torcedores, principalmente no Sul do País, ao enfrentar o Grêmio no Campeonato Brasileiro, em 2017 o Clube terá de se acostumar em conviver diretamente com o ABC, Luverdense, Ceará, Juventude, Paysandu, entre outros da segunda divisão. O sentimento ainda é de pesar também por parte dos gremistas, que sentiram igualmente a perda de jogadores e comissão técnica da Chape, mas o momento pede por cornetas. O riso, que há anos estava preso na garganta dos tricolores, neste início de semana voltou à face dos gremistas. Em Xaxim, onde sabe-se bem quem torce para um e quem torce para o outro, é comum – seja nos encontros de amigos ou nas redes sociais – as chacotas feitas aos colorados.

Descontentes com a gestão do Clube, com os jogadores e atitudes pontuais de seus dirigentes, os colorados parecem aceitar a derrota e, inevitavelmente, as brincadeiras dos tricolores. Enquanto isso, o presidente do Inter, Vitorio Piffero, chamou para si a responsabilidade pelo rebaixamento inédito do Inter à Série B. “Quero pedir desculpas ao torcedor. Todos os erros são de minha responsabilidade. Sempre que tomei uma decisão, pensei em fazer o melhor pelo Internacional, mas, pelo visto, errei, e errei muito. Chegamos à semifinal da Libertadores no ano passado e começamos bem esse ano, chegamos a estar na liderança do Brasileiro. De lá para cá, o grande erro talvez tenha sido deixar o time muito jovem. Não estou botando a culpa neles, mas um time tem de ter média de 27, 28 anos, e o nosso time ficou aquém.”

Rivalidade à parte, enquanto comemoram a conquista do pentacampeonato da Copa do Brasil, na quarta-feira passada (07) por 1 a 1 contra o Atlético/MG na Arena, os gremistas dividem o tempo entre chacotear e consolar a turma colorada. Já os fiéis torcedores do Inter apontam falhas na organização do time e lamentam definhamento da equipe. O conversou com um gremista e um colorado de Xaxim, que ressaltaram momentos vividos pelos times do coração. Acompanhe.

Claudio Luiz Lenger, junto aos filhos João Henrique e Luiz Felipe comemoram conquista do Grêmio

"Nem o torcedor mais otimista iria imaginar um final de ano assim para nós gremistas. Afinal, ficamos 15 anos sem ganhar um título de expressão e, em contrapartida, vimos os colorados conquistarem a América e o mundo nesse tempo, enquanto nós amargamos um descenso. O ápice para o torcedor de qualquer time é ser campeão de um título de expressão no mesmo ano em que o rival cai para uma série inferior, e isto aconteceu para nós em quatro dias. Nas redes sociais, desde seu início até quarta-feira, éramos zoados por comemorar vaga; sermos eliminados em tudo; por ficar 9, 10, 11...15 anos sem título. Mas os tempos mudam, o vento vira, a gangorra inverte, são os altos e baixos. Para nós, foi uma semana singular, inesquecível, pois no domingo de 11 de dezembro de 2016, além de assistir o descenso do arquirrival, era o dia em que comemorávamos 33 anos da conquista do Mundial Interclubes, na época conquistado com 2 gols de Renato “Gaúcho” Portaluppi, o mesmo que na quarta-feira trouxe novamente alegria para o torcedor tricolor, agora como técnico. A emoção foi grande. Para meus amigos colorados eu digo, sigam nosso exemplo, não abandonem o time, é apenas um período, passamos por isso duas vezes, e não é vergonha alguma jogar a Série B. Vergonha é tentar de qualquer jeito e qualquer forma ficar na série A, utilizando meios extracampo. O Inter não caiu no domingo, caiu durante o campeonato, com más atuações, contratações mal feitas e direção cometendo erros. Agora é juntar os cacos e montar um projeto 2017 rumo à Série A. Somente por uma catástrofe, o Inter não retorna à elite em 2018. E como sempre digo aos amigos colorados, somos rivais sim, mas inimigos nunca. Saudações Tricolores!"

Paulo Dall’Asin acredita em ascensão da equipe, mas lamenta falta de estímulo dos jogadores

"Depois que alcançamos o título mundial em 2006, de lá para cá foi somente Gauchão. Nós nos contentamos com o tal de Gauchão e a presidência do Inter, quem o coordena, esqueceu que os torcedores querem mais garra; querem mais ação. Pegamos tantos boleiros de valor só e que não honram a camisa do Inter. É muita gurizada nova e não tem um pulso firme lá em cima que fale ‘- Óh, vamos ter que jogar bola!’, ao contrário do Grêmio. Tenho admiração pelo Grêmio, pois ele joga muito com garra e determinação. Está na cara a diferença entre o Inter e o Grêmio. É bonita a rivalidade? É muito bonita, mas em termos de garra nós perdemos de 10 x 0 pros caras. É muito no toquinho de bola e assim por diante. A má administração da presidência é um problema. Começa de cima. Tanto é que fiquei muito sentido com as palavras do vice-presidente sobre a Chapecoense. Tenho 37 anos e torço desde pequeninho pelo Internacional, então é claro que sinto o rebaixamento, mas a dor foi tamanha com as palavras dele; o caso me machuco tanto, que antes mesmo de cair, eu já vinha dizendo que tinha que cair para se reerguer um pouco mais forte e mudado. Não chorei pelo Internacional porque chorei muito pela Chapecoense. Este baque da Chape nos ajudou a ver ‘o outro lado da moeda’."


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