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“Nosso quartel impede o crescimento das outras áreas”, destaca Kehl

Por: Felipe Giachini
21/12/2016 10:03 - Atualizado em 21/12/2016 10:04
Tenente Kehl destacou ao repórter Felipe Giachini a importância de quartel e equipamentos que atendam às demandas da cidade (Foto: Janquieli Ceruti/LÊ) Tenente Kehl destacou ao repórter Felipe Giachini a importância de quartel e equipamentos que atendam às demandas da cidade (Foto: Janquieli Ceruti/LÊ)

Rangel Kehl é, oficialmente, o novo comandante do Corpo de Bombeiros de Xaxim. Na cidade desde a metade do ano, ele participou da cerimônia de troca de comando na última semana. Natural de Cunha Porã, Kehl, aos 34 anos, é formado em Direito e tem especialização em Direito Ambiental. Ele, que mora em Chapecó desde os 18 anos, ingressou em 2004 no Corpo de Bombeiros, quando prestou concurso para soldado e fez escola de formação em Chapecó. Naquela cidade, ele atuou até 2010. Com a aprovação no concurso para oficial, Kehl foi a Florianópolis, onde estudou por dois anos. No retorno, ele prestou estágio de seis meses em Chapecó e, posteriormente, foi transferido a São Lourenço do Oeste onde ficou à frente do grupo por pouco mais de três anos. Com a ida do tenente Alan Cielusinsky para o Rio de Janeiro, onde serviu nas Olimpíadas, o tenente Kehl, que já havia mostrado interesse, assumiu a Companhia de Xaxim.


LÊ NOTÍCIAS: No comando da 3ª Companhia de Bombeiros Militar de Xaxim desde o fim de julho, o que já pôde ser feito?

Rangel Kehl: Nós mudamos a nossa organização interna. O Estado está passando por grande dificuldade de efetivo e, em virtude disto, temos de nos adequar. A atividade técnica não pode sofrer grandes atrasos, pois isto comprometeria a abertura ou mesmo o andamento normal de empresas. Da mesma forma, não podemos abdicar do serviço operacional, que é o atendimento das ocorrências. Nós temos de manter estrutura mínima de pessoas para poder prestar serviço de qualidade à população. Assim, o primeiro passo foi a reorganização interna e, em seguida, o planejamento financeiro a médio e longo prazo para os próximos anos. Planejamos como será o Corpo de Bombeiros Militar de Xaxim até a próxima década e trabalharemos nisto.

LÊ: Como estão as tratativas para a construção do novo quartel?

Kehl: Este é um desejo institucional. A corporação deseja isto. Pela expressão de Xaxim, o quartel está muito abaixo do que o município precisa. Foi lançada recentemente uma revista em homenagem aos 90 anos da corporação e lá consta fotos de todos os quartéis do Estado e seus efetivos. E, infelizmente, o quartel de Xaxim é um dos mais precários. Ele não é precário apenas para a tropa, mas também para as pessoas que vão ser atendidas neste local. A meta é a construção do novo quartel, que oferecerá melhores condições para os nossos bombeiros, mas principalmente para a comunidade. Durante a campanha, conversamos com os candidatos a prefeito e vice, que garantiram apoio a este projeto. Estamos nas tratativas do terreno. Esperamos que seja nas proximidades da rodovia, pela grande demanda de serviço que esta representa.

LÊ: Como está o aparato da Companhia? Esforços do Poder Público municipal contribuem para a qualidade da atuação dos bombeiros?

Kehl: Não existe mais pensar nos bombeiros sem uma tríplice aliança. O que seria ela? O Corpo de Bombeiros Militar, através do Estado; o Poder Público municipal, principalmente o Executivo e Municipal; e a sociedade civil organizada. Este é o tripé que forma a base da nossa instituição. A média no Brasil é de 14,5% dos municípios terem um quartel. Em Santa Catarina o índice é acima dos 30%. Isto não é resultado apenas do esforço da corporação, mas da atuação conjunta. Quanto às ferramentas, temos caminhão e ambulância novos. Ambos estão bem equipados. Mas, para acompanhar a evolução das edificações que vistoriamos, nossos equipamentos também precisam estar atualizados. Por isso, sempre buscamos viaturas e ferramentas melhores. Mas, para podermos ter mais um caminhão, camionete ou embarcações precisaríamos de mais espaço. Nosso quartel impede o crescimento das outras áreas.

LÊ: As vistorias e análises de projetos são parte importante do trabalho dentro e fora dos quarteis. Qual é a importância destes?

Kehl: A atividade preventiva é o trabalho que nós mais realizamos. Esta é parte extremamente importante, porém difícil de mensurar. Com todas aquelas exigências que a gente faz para regularizar uma edificação, dificilmente conseguimos obter número concreto de quantas pessoas a gente salvou. Percebemos, pelas ocorrências, que em muitos lugares, principalmente públicos, que não previam corrimões ou guarda-corpos em escadarias, por exemplo, ocorriam acidentes e, com estas exigências, este número de ocorrências diminuiu bastante. Outro exemplo é a ventilação permanente nos locais que fazem uso de gás, onde podem acontecer, inclusive, mortes por asfixia em razão de vazamentos. Extintor, luminária de emergência e placa de saída são três sistemas preventivos obrigatórios em todas as edificações. Percebemos que ainda precisamos evoluir na cultura preventiva. O empresário precisa conhecer a importância e a comunidade deve saber usar. Estamos abertos para pedidos de capacitações. Iremos com todo prazer.

LÊ: Neste mês, tivemos um caso lamentável em nossa cidade, onde uma vítima de acidente de trânsito negou-se a receber atendimento dos bombeiros e ainda insultou a guarnição. Esta recebeu voz de prisão. Como isto deve ser encarado?

Kehl: O agente público está representando o Estado, tanto na vistoria quanto no atendimento de ocorrências. Quando uma pessoa desacata este agente ela está desacatando uma autoridade do Estado, não somente seu lado pessoal. Seguimos de forma ágil para as ocorrências, até mesmo colocando a guarnição em risco e, em alguns casos, somos recebidos de forma até mesmo constrangedora. Às vezes, a pessoa está passando por um momento delicado por conta do acidente e a gente até entende isto, mas as pessoas têm de ter consciência de que estamos indo lá para ajudar. Temos uma capacidade “x” de resposta, por isto é importante que a comunidade tenha a consciência de que, em alguns casos, determinada vítima teve “o privilégio” de ser atendida enquanto há outros chamados acontecendo.


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