Editorial | Associação Catarinense de Imprensa nas mãos certas

Ao inaugurar uma moderna sede na última terça-feira, a diretoria liderada por Ademir Arnon, presidente da ACI - Casa do Jornalista, declarou o desafio vencido. A história dos grandes homens que passaram pela entidade deu o Norte agora alcançado. E não se entra em detalhes de uma luta de persistência para que, concluída, chegasse coroada como foi o espetáculo do corte da fita.

À exceção dos nomes de altura presentes ao evento, a estrutura mostra o trajeto do jornalismo e seus protagonistas que fizeram a narrativa desta terra de belezas e tragédias, como a queda e ascensão de quem colocou cada tijolo da sua existência.

Não se faz democracia na escuridão dos fatos. Ao levar às claras o conteúdo de uma verdade, o jornalista limpa a vidraça que os tiranos sujam com a sua infâmia. Estes, não interessam a vestimenta executiva, legislativa ou judiciária, utilizam-se das facilidades que o Poder lhes oferece para dar trevas à história.

Jornalista é uma profissão descente. Necessária para levar às pessoas o que os Poderes, conforme seu interesse, revela ou esconde. Neste caso, o repórter, digno de sua altura e competência, enfrenta-os com o leve raciocínio do texto, se precisar, escrito com carvão na embalagem de cimento.

O jornalista não precisa da agora tecnologia conhecida para plantar a verdade no solo nocivo da politicagem e do economicismo frio e calculista. Ele, como foi até agora, esteve presente em todos os momentos da evolução humana em qualquer lugar, registrando pelas lentes do sensível olho, impérios e as guerras que derrubaram suas soberbas e enganos sociais.

A Casa do Jornalista é a melhor reportagem de capa. Dos tempos do P&B às definidas cores do 4K, o Jornalismo tem seu mesmo cacoete de origem. Aquele que, de singular curiosidade e buliçosa habilidade, deu som aos gritos das pessoas, desfraldou as bandeiras enroladas e, por sua força e insistência, levou-os às ruas, em qualquer momento da história, para derrubar os ditadores perversos e elevar seus líderes escolhidos.

O profissional é a antítese do Poder e imediatamente ele. A imprensa é o 1º Poder. Suas verdades, em tudo, estão na frente. O fato, narrado às vezes no momento de seu acontecimento, apresenta o jornalista dirigindo o mundo.

Quando não é covardemente expulso das redações, seu melhor lugar depois do front, vê sua criação sendo mutilada, em várias partes, pelo estilete dos acordos de seus superiores nas benesses que o Poder oferece. Os adversários do Jornalismo sempre serão a fúria odiosa destes acertos contra os inocentes, juventude e a experiência dos cabelos brancos.

A ACI imprimiu seu próprio traçado. Se condicionou às avessas em nome de sua diferença, força e legado. A sede mata a sede. O Jornalismo ganha seu abrigo e, nele, apresenta sua resistência. Vencendo na insistência, mantiveram seus dois pilares: orgulho e honra.