O transatlântico em direção ao iceberg
O cenário que Carlos Moisés gerou ontem na Assembleia Legislativa foi o que, nesta luz, afirmava-se na campanha eleitoral. O empresário e vereador de Joinville, Ninfo König lembrou, na Tribuna, já no 2° turno, o perigo de entregar uma embarcação do porte de SC nas mãos de um amador, um capitão despreparado. Embora o governador tenha sua moral demonstrada, não convenceu na confiança suficiente para entregar o comando de um grande navio comercial a um marujo. A falta de motivação em apontar o rumo do Estado no pobre discurso apresentado na mensagem de ontem, revelou. Imaginando-se agora perseguido pelos formadores de opinião, vai utilizar-se deste mecanismo para abrir comoção em volta da biruta. Todos querem que os catarinenses sejam bem conduzidos, mas pelo apresentado até agora, as dúvidas que deveriam diminuir, aumentaram. O bombeiro tem crédito, mas aos poucos a inflação da inexperiência vai corroendo o que resta. Ao lado de Júlio Garcia, o que se viu foi completamente desproporcional.
De Brasília (DF).
Impressionante
Carlos Moisés foi ler sua mensagem constitucional no 1° contato oficial com os deputados estaduais e, como foi na eleição, não disse o tamanho do governo que pretende fazer. Com cinco laudas, resumiu tudo sem dizer o rumo que quer para SC. Humildade à parte, já era esperado.
Miúdo
Nem mesmo os deputados da base partidária do governador conseguiram entender porque não aproveitou o momento para apontar o tamanho do seu desejo administrativo. Ao escancarar o que a eleição escondeu, Moisés fez a revelação de sua altura em um texto anão.
Mensagem
O bombeiro poderia, nesta oportunidade, tirar as dúvidas em torno de sua ingenuidade e falta de pulso. Ao contrário, aumentou. Era o momento de mostrar sua liderança, força intelectual e capacidade de persuasão. A abreviação do discurso reafirmou o conhecido por todos.
Quieto
Os deputados, depois que teria se retirado da Casa, ficaram boquiabertos com o amarelão desnecessário. Qualquer liderança gostaria de dizer seus grandes motivos, ideais e pulso. Moisés de fato poderia ter deixado de se expor em sua total fragilidade. Era o dia, por exemplo, de ficar gripado.
Pesadelo
Como só trabalha em dias úteis, o governador do PSL fica limitado aos vinhos, violão e visitas recebidas de seus iguais todos os finais de semana. Enquanto não sabe onde fica Saudades, imagina-se este sentimento. Uma arapuca a qual foi pego e que, mostrada na frágil mensagem, diz por si.
Socorro
O chefe do governo de SC está completamente desorientado. Faz o que sabe, mas não sabe o que faz. Ao se inferiorizar perante águias do parlamento, assume-se um pardal. Só nas fábulas que personagens como a Tartaruga vence o Coelho arrogante. Moisés vai, aos poucos, quebrando o cajado.
Cobrança
Os membros da Frente Parlamentar de SC vão cobrar do PSL as pautas que são buscas dos 19 quadros em Brasília. Nas idas de Carlos Moisés para defender bandeiras, apenas seu partido acompanha-o. O gesto enfraquece as buscas de interesse do Estado.
Desempenho
Mais que dobrando os votos de 2014, Geovania de Sá ocupa o espaço que sua liderança vai forjando. Ao presidir a primeira sessão ontem na Câmara, exibiu sua feminilidade e altura. A tucana chamou a responsabilidade e valeu-se dela para marcar sua competência.
Eles
Rodrigo Coelho, Coronel Armando e Darci de Matos marcaram juntos no Congresso a atuação para serem os deputados federais da nova era de Joinville. Estreantes, são o sangue novo em Brasília. Na primeira semana dos trabalhos, não pararam. O trio está de olho em 2020.
Tempos
Coronel Armando vai sentir o andado do governo para ver se vale o desafio de disputar a sucessão de Udo Döhler. Se o tsunami que levou-o a Brasília chegar na principal cidade do Estado, ele quer pegar a prancha. Se não aprendeu em 2018, 2020 já é professor.
Igual
Rodrigo Coelho e Darci de Matos já viveram a experiência e podem, se assim entenderem, se enfrentarem também nas municipais do ano que vem. Entre ser honrado com mandato em Brasília, dirigir Joinville é mais emocionante. O orçamento é um conjunto de encantos que fez, inclusive, Udo trocar o privado pelo público.
Ambos
Não é só em SC que se tem Anas Campagnolos da vida política. O Brasil também ganhou Vélez Rodriguez, o atrapalhado ministro da Educação que, falando como sua representante na Alesc, foi às páginas amarelas da revista Veja e disse todo tipo de tolices que, agora, é chamado a retirar no Congresso.
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