Nesta semana, como tem sido rotineiro, acordamos com novas notícias sobre crimes extremamente brutais. Talvez um dos casos mais repugnantes já vistos por mim foi aquele do adolescente de Mato Grosso do Sul, que foi assassinado por “colegas” de trabalho que, sob o pretexto de fazer uma “brincadeira” sobre a sexualidade do menino, inseriram uma mangueira de compressão em seu ânus (sim, ar comprimido!!) e destroçaram seus órgãos internos. Essa atrocidade completou dois anos no último domingo (17) e os responsáveis ainda não foram julgados.
E o que dizer sobre violência doméstica? Xaxim, Chapecó, Santa Catarina, Brasil... Quantas mulheres são subjugadas, diariamente, por covardes que se intitulam “homens”? Que tipo de homem, meu caro?! Aliás, que tipo de humano?
Mas sabem o que mais ainda me deixa atônito? A nossa aparente conformidade. As violências brutais ganham o noticiário e até causam, em casos específicos, comoção: o Brasil é o país que registra o maior número de assassinatos de homossexuais e de mulheres. Fato. Mas sabem qual é o fato maior que esse? O Brasil é o país que registra o maior número de assassinatos. Ponto. Escolha o que quiser após a palavra assassinato. Jovens, idosos, afrodescendentes, indígenas, homossexuais, heterossexuais ou qualquer ser vivo que permaneça em pé sem o uso dos membros dianteiros e que tenha polegar opositor.
E não é só: e os roubos? O roubo é um crime extremamente violento. Não se rouba apenas os bens materiais. Rouba-se a esperança. Rouba-se a dignidade. Rouba-se, até, a capacidade de indignar-se. E, atônitos, recolhemo-nos diariamente em nossas residências sob a falsa segurança das grades e das câmeras e esperamos, sem esperança, que algo inesperado aconteça.
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