Xeque-mate no PSD
Ao se encontrar na terça-feira passada com Gelson Merisio, em Brasília, Darci de Matos e o presidente do PSD tomaram um café da manhã e, olho no olho, discutiram as estratégias do partido em Joinville onde, mais a frente, ambos serão moradores. O ex-presidente da Alesc e o deputado federal sabem que, para chegar ao poder na maior cidade do Estado, é preciso desenhar um traçado de intenções. Candidato duas vezes, Darci foi derrotado e teria, em 2020, sua terceira chance real para se eleger. Desconfiado, o joinvilense viu-se ameaçado se, picado pela mosca azul, o seu presidente partidário assumisse a missão. Foi aí que, vendo um nevoeiro ganhando altura, recorreu à reunião com Gilberto Kassab, no outro dia, com o cheiro de Raimundo Colombo no paletó. Diante disso, o ex-governador lageano, ontem à noite, foi para a Espanha ficar duas semanas para, em seu retorno, buscar a nova presidência do partido. Jogo político.
Indefinição
A demora das lideranças do PSDB em decidir qual será o próximo presidente do partido, tem criado terror entre as bases. A saída de Napoleão Bernardes do ninho balançou com toda a árvore da sigla. A fuga anunciada de quadros preocupa.
Frustração
O presidente do PSDB tem vivido, como os demais membros de outros partidos, as mesmas agonias de segurar a porteira para impedir a fuga de quadros importantes que, dependendo dele, contamina a militância na mesma direção.
Exemplo
Em São Lourenço do Oeste, rachado entre o grupo de Tomé Etges e os vereadores do partido, o PSDB pode, de fato, fechar as portas. Não vai ficar ninguém para pagar o IPTU da sede. E todos, já com data marcada, deverão ir para o Progressistas. Inclusive os três vereadores.
Evasão
No próximo 22 de março, Esperidião e a cúpula do Progressista vão para São Lourenço assinar a ficha de várias lideranças saídas do PSDB. A maioria absoluta fecha com a liderança do senador se Tomé Etges não mergulhar junto.
Fechado
João Paulo Kleinübing e Napoleão Bernardes estariam fechados na reeleição de Mário Hildebrandt no ano que vem. O prefeito de Blumenau, caminhando na rota dos novos conceitos, vai cortar 20% dos cargos comissionados e reduzir salários.
Enfrentamento
Como Mário Hildebrandt vai mexer exatamente nos interesses dos partidos alinhados com seu projeto de 2020, vai colocar a mão no buraco da cobra. Rota contrária, o que os vereadores gostam são cargos comissionados e recursos.
Troca
Hildebrandt vai enviar para a Câmara de Vereadores a reforma administrativa que pretende fazer para viabilizar o governo de olho na eleição do ano que vem. O prefeito de Blumenau tem uma missão dura. Se conseguir vencer resistência, adoça 2020.
Maré
O prefeito de Joinville emitiu Nota dando o quadro dos 40 funcionários que, no local da queda do teto da Secretaria da Agricultura e Meio ambiente, não tiveram nada grave. A situação de Udo Döhler, que não anda nada bem, piora.
Baixa
Udo Döhler terá que fazer uma reversão quase à beira do impossível para vencer o pleito do ano com seu nome de manga. A administração do ulyssista é considerada ruim e, não conseguindo mudar o jogo, quem ele apoiar em 2020, perde.
Então
Fernando Krelling, levado à Assembleia Legislativa pela força de sua juventude e das movimentações política de Udo Döhler, terá uma missão dupla. Além de fazer sua estrela brilhar como deputado estadual, decidir seu futuro político.
Momento
Fernando Krelling teve apoio completo de Udo e, se ele assumir os tropeços do prefeito, contamina 2020 e sua liderança na Alesc. Jovem e promessa política, o deputado estadual precisa, além disso, acalmar os ânimos no partido.
Divisão
Rodrigo Fachini, vereador e candidato a deputado estadual, tem sua liderança em Joinville aumentando. Como o prefeito tropeça em administração, capitaliza atenção do eleitoral que Krelling terá que defender. Óleo e água.
Quieto
Gean Loureiro, silencioso na questão da redução do número de cadeira para a Câmara de Vereadores da Capital no ano que vem, está correto. Sem obrigação de opinar, olha a reeleição, hoje sem adversário. Sabe que falar do assunto é cortar a jugular.
Silêncio
Como cada Poder com sua voz, o Legislativo de Florianópolis sofre pressão como as demais cidades do país. Muito vereador para pouco convencimento da sociedade. O país mudou e, quem não entrar no jogo, é metralhado nas redes sociais.
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