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Direito em Foco | Gilmar contra todos

Por: Gustavo de Miranda
20/03/2019 15:38

Em março de 2018, o Ministro Luiz Roberto Barroso reagiu fortemente a uma fala de Gilmar Mendes, que criticava decisões do STF, sobretudo a que proibiu as empresas de doarem para campanhas eleitorais, numa sessão em que a Corte discutia a proibição de doações ocultas.

Ele disse: “... Vossa Excelência não se envergonha, vossa Excelência é uma desonra para o Tribunal, uma desonra para todos nós (...) Vossa Excelência sozinho desmoraliza o Tribunal, é muito ruim, é muito penoso para todos nós termos que conviver com Vossa Excelência aqui, não tem ideia, não tem patriotismo, está sempre atrás de algum interesse que não é o da Justiça...”.

O gigante Joaquim Barbosa já havia dito em 2009 que Gilmar vinha destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro; Aloisio Nunes, numa troca de mensagem com Raul Jungman se referiu ao ministro Gilmar Mendes como “o nosso causídico é foda”; a Receita Federal abriu procedimento para investigar "possíveis fraudes de corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência" contra ele e sua esposa; tratou com “cretinos” e outros adjetivos os promotores que atuam na Lava Jato; e isso é só pra citar o que foi mais comentado.

Gilmar Mendes desempenha muito bem o papel de lacaio da politicagem, frequentando palácios e trocando mensagens amistosas com réus de processos da Lava Jato e outras ocasiões, e como acertadamente disse José Neumanne, esse disparate de se insurgir e ofender os promotores da Lava Jato para beneficiar figurões da política ressuscita métodos do cangaço, o que faz dele o Lampião do Judiciário, cumprindo a sina predita pelo Barbosa há anos.

Embora seja escandalosa a proximidade do ministro com corruptos notórios e seu posicionamento seja tendencioso a interesses políticos e familiares, a decisão judicial e o seu embasamento tem que ser desvinculados do tribunal da internet, do juiz povão, do senso comum, uma vez que quem entende de Direito, de aplicação da Lei, de ler, interpretar e julgar processos são os Advogados, Juízes e Promotores, não o presidente do sindicato, não o jornalista, não o crítico de sofá, a manicure nem o bodegueiro.

Gilmar é tão fanfarrão, tão causídico mesmo, que usa a interpretação da lei como melhor aprouver aos seus prediletos, como aconteceu com Jacob Barata Filho e Lélis Teixeira antes e agora com Beto Richa e Paulo Preto, e ainda acha bonito a ponto de fazer aquela espécie de discurso asqueroso no plenário do STF.

O fato é que, depois do caso Jacob Barata Filho, ficou evidente que não tem mais condições morais de continuar no STF e já existe uma articulação de várias instituições contra esse câncer do Judiciário, e vai começar pelo Senado.


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