É do conhecimento popular que a carga tributária brasileira é uma das mais elevadas do planeta. Em conversas cotidianas, em rodas de amigos, em programas televisivos ou de rádio, a informação propagada é que a população paga muito imposto (referência a tributos, em sentido amplo) e não recebe o devido retorno do Estado.
Isso é verdade. Mas é uma verdade parcial.
Digo isso porque a população brasileira, em geral, não tem definido o modelo de Estado que quer para viver. Vejam: se se deseja que o Brasil forneça educação, saúde, segurança pública, assistência social, estradas, serviços odontológicos, serviços judiciais (a gratuidade do acesso à Justiça, na forma que existe no Brasil, é algo bem incomum), tudo de forma gratuita, o custo da manutenção dessa estrutura haverá de ter uma origem.
A grande questão é a “qualidade”. Manter todos esses serviços com qualidade e eficiência demanda uma tributação ainda superior a essa que temos. Exemplo vivo disso são os países nórdicos, que entregam excelente qualidade de vida à sua população, mas exigem uma contrapartida que pode ultrapassar 50% dos ganhos de um cidadão.
A questão é: quer menos impostos? Então defenda um Estado mínimo, em que exista sempre a necessidade de pagamento dos serviços utilizados. Quer ter todos os serviços entregues de forma gratuita pelo Estado? Não sonegue e cobre dos seus representantes no Poder Legislativo fiscalização e controle nos gastos públicos, assim como sapiência na votação do orçamento.
O certo é que os dois modelos não podem coexistir.
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