Editorial | Busca-se um farol

A busca por diálogo que Bolsonaro está agora sinalizando pode até ter um efeito positivo ainda, mas, pode ser que dê resultado, é tarde. O presidente não gosta de diálogo e não aceita diferenças. Ou é seu estilo, de cima para baixo, ou nada. Nenhum governo, pelo que se tem notícia no mundo, tem atitudes semelhantes. O presidente é uma biruta de aeroporto. Diz e desdiz, faz e desfaz, age e fala sem pensar.

O presidente nacional do seu partido PSL é contrário às manifestações. O líder de um grupo de empresários ligados ao presidente, também diz não.

O movimento do próximo domingo será ou não um marco. Ou ele se torna forte, retomando o controle do país, ou cai. Não tem sustentação política para segurar por muito tempo. Isso quer dizer que, mais que mudar a rota, é mudar modos.

Para que possa mudar seu modo de ser, pensar antes de falar, dizer apenas uma vez, escutar ideias de instituições e respeitar suas existências, terá que fazer muito. Precisa mudar.

Ninguém, em nenhum setor, à exceção de quem é de sua linha, aceita mais seu modo de ser. Desrespeitoso, insolente e boçal. Os termos que se dirige à imprensa, sem qualquer respeito ou preparo, mostra sua falta total de preparo para governar.

Há quem, cegamente, dá ele todas as chaves, não interessa as circunstâncias, mesmo sem nunca ter ouvido falar dele, vota e até briga. Se ele faz qualquer coisa que desagrade, os seus apoiadores, cegamente, votam a seu favor. Isso mostra uma sociedade completamente alienada, pobre de argumentos e, mais que tudo, cega.

Os eleitores, indiferente do que está acontecendo no Brasil, mesmo ele indo para o abismo, está fechado com Bolsonaro como que abduzido, levado à alienação plena. Como se fossem zumbis, fora de órbita, idiotas caminhando para um suicídio coletivo.

O que se quer é o retorno do diálogo, das discussões políticas, do cenário de tranquilidade, que as discussões em torno dos temas que dizem respeito à sociedade, seja de fato colocado para a coletividade.