Lê Notícias - - Entrevista | Presidente do PT/SC acredita...
Close Menu

Busque por Palavra Chave

Entrevista | Presidente do PT/SC acredita que Moro e Dallagnol sejam presos preventivamente

Por: Marcos Schettini
11/06/2019 15:09

Em entrevista concedida exclusivamente ao jornalista Marcos Schettini, o presidente do Partido dos Trabalhadores em Santa Catarina, Décio Lima, com a bandeira de que Lula é um preso político, diz que Moro e Dallagnol promoveram um protagonismo criminoso no Judiciário e Ministério Público. Ex-deputado federal e agora exercendo a profissão de advogado, Décio classifica-os como quadrilha e que garante que o PT será implacável “para que a Justiça seja restaurada”. Confira:

Marcos Schettini: O que o PT fará com o conteúdo da matéria explosiva da Intercept Brasil?

Décio Lima: Vamos comprovar de forma inequívoca para todos, o que nós já tínhamos total compressão, que é a inocência do Lula, agora ninguém mais pode ter dúvida, Lula é preso político. O PT será implacável com aqueles que praticam o falso moralismo e lutaremos para que a Justiça seja restaurada. Vamos permanecer na trincheira da defesa dos interesses do nosso povo.

Schettini: Este conteúdo da relação entre Sérgio Moro e Dallagnol diz o quê?

Décio Lima: Os conteúdos, que infelizmente só vieram à tona agora, revelam um protagonismo criminoso por parte do Judiciário e do Ministério Público. Formaram uma verdadeira quadrilha para atender objetivos escusos, sem levar em conta o superior interesse público. Enxovalharam as instituições, envergonham a todos e a todas que fizeram da prática do Direito uma profissão de fé e roubaram da nossa gente a esperança e a fé no Judiciário como instância, não só restauradora, como garantidora da Justiça. É preciso deixar claro que cometeram crime de lesa pátria quando destruíram a Petrobrás e várias cadeias produtivas da indústria brasileira e adicionalmente facilitaram a entrega do Pré-Sal às grandes petroleiras internacionais. Foram tão gananciosos e sedentos de poder que procuraram trazer para si dois bilhões e 500 milhões num acordo esdrúxulo que promoveram lá nos Estados Unidos. Felizmente foram desmascarados em tempo.

Schettini: O que muda?

Décio Lima: Entendo que a principal mudança virá com muita luta para que possamos restabelecer a ordem democrática, anular a última eleição comprovadamente fraudada e curar as feridas da nossa Democracia decorrentes das violentas agressões que vem sofrendo desde 2016. Só uma há uma forma de o Brasil resolver os seus problemas – restabelecendo e fortalecendo a fé na Democracia, entendendo-a um valor universal. Para isso, o caminho a ser seguido tem início com a convocação de novas eleições gerais para que a voz do povo venha das urnas sem farsas e mentiras odiosas. É preciso entender que o povo já tem ocupado as ruas para demonstrar contrariedade com tudo que aí está sendo colocado por um governo ilegítimo e amparado por toda uma caterva que envergonha a nossa história. No palco de novas e limpas eleições, o Brasil não só legitimara as instituições nacionais, como se encontrará como Nação forte e protagonista.

Schettini: O senhor avalia o que a partir de agora?

Décio Lima: Constatada a farsa, desmanchado o engodo produzido por razões obscuras contra a soberania do nosso país, contra nosso povo e nossa gente, é certo que teremos pela frente um cenário complexo e difícil para o total desmantelamento da quadrilha que se aglutinou em torno de interesses vis. Felizmente, para esses males temos a cura – o total restabelecimento do Estado Democrático de Direito.

Schettini: Quais ações o PT irá tomar com o conhecimento do conteúdo?

Décio Lima: Nós vamos promover todas as ações que estiverem ao nosso alcance em todos os campos institucionais propiciados pelo Poder Judiciário – esfera que, cumpre registrar, é de importância fundamental para a Democracia. Registro que temos uma magistratura que, em grande parte nos orgulha. Muitos dos integrantes do Ministério Público têm demonstrando uma postura extremamente ética, inclusive denunciando esses acontecimentos já há algum tempo. Além da luta pela cuidadosa reconstrução da nossa jovem e ainda frágil Democracia, mediante eleições livres que debatam conteúdo sem subterfúgios, vamos nos bater pela libertação do Lula do autêntico calvário a que foi grotescamente submetido.

Schettini: A Intercept Brasil diz que tem áudio e vídeos que comprometem Moro e Dallagnoll. Por que não já deu conhecimento disso?

Décio Lima: Eu não posso fazer um julgamento da Intercept porque que ainda não revelou todo o arcabouço das provas que tem. Mas eu acredito que elas são estarrecedoras e por isso elas precisam ser vistas, interpretadas e a partir da interpretação correta poder denunciar tudo ao povo brasileiro. Nada mais pode ser escondido. Esses episódios precisam ser tornados públicos, porque eles macularam a vida do nosso povo e principalmente aquilo que foi mais duro na construção dos momentos que nos orgulhavam tanto que são as liberdades democráticas. Vamos ter que saber linha por linha, vírgula por vírgula, de tudo aquilo que tramaram e com isso que aqueles que praticaram o mal sejam submetidos a julgamento popular.

Schettini: O que vai acontecer?

Décio Lima: Eu espero que ocorra justiça. Qualquer juiz no mundo que tenha praticado esses atos, qualquer promotor no mundo que tenha agido dessa forma, foram todos duramente apenados. Acredito, inclusive, que Moro e Dallagnol sejam presos preventivamente de modo a não prejudicarem o andamento dos diferentes processo a que certamente serão submetidos. Cabe lembrar Rui Barbosa que vaticinou – não há República sem Judiciário. Assim, até pelo bem desse Poder Republicano fundamental, é preciso que tudo seja esclarecido e que os males, decorrentes dos abusos de poder, sejam sanados. Não é aceitável que uma verdadeira quadrilha tão prejudicial à Nação fique impune.

Schettini: Qual seriam as consequências para o país?

Décio Lima: Todo processo de cura é penoso, mas essencial para a saúde e para a higidez, no caso, do nosso país, porque o Brasil é maior e melhor do que os personagens agora desmascarados. Contudo, o sofrimento e os custos institucionais que porventura advirão serão certamente bem menores do que os prejuízos causados por esses malfeitores. Não podemos esquecer do que fizeram, por exemplo, com o Pré-Sal, que havia alçado o Brasil a uma condição privilegiada no ranking dos países detentores de reserva de petróleo e está sendo entregue a preço vil. É preciso ficar claro que os recursos do Pré-Sal, entregues pela quadrilha agora desmascarada, tinha destinação para a saúde e a educação, na prática um verdadeiro passaporte para a condição de um país mais justo e fraterno. As consequências do crime que cometeram já estão colocadas com um processo recessivo, com desemprego gigante, dos maiores já registrados na história do nosso país.

Nós já chegamos a quase 14 milhões de desempregados e outros, desalentados, que já desistiram de procurar o próprio emprego. Cadeias produtivas totalmente dizimadas principalmente aquelas que cuidavam do processo do refino do petróleo, outras dilaceradas em decorrência disso. Os resultados são em proporções inimagináveis pra sociedade.

Por outro lado, há grande tristeza, vergonha até com a imagem externa do Brasil no mundo. Temos em consequência da fraude promovida por Moro e Dallagnol um governo esquizofrênico e atabalhoado, completamente sem noção. Infelizmente, o Brasil voltou a ser o Brasil de Dom João VI, o imperador da asinha da galinha guardado no bolso. Infelizmente estamos vivendo esse momento justamente quando o Brasil já demonstrava um protagonismo invejável e citado como exemplo para as demais nações. O brilhante protagonismo brasileiro nas BRICs apontava claramente para a criação de uma nova ordem internacional.

Mas haveremos de nos recuperar. O episódio agora trazido à tona não irá nos abater por que o povo brasileiro tem a esperança firmemente gravada em seus corações e fará por recolocar o país no caminho de uma sociedade justa e fraterna. O Brasil clama por justiça. Que Moro e Dallagnol sejam submetidos a um processo com amplo respeito ao direito de defesa, exatamente o direito negado ao Lula. Lula livre é agora condição sine qua non da Justiça.


Crea Julho
Unochapecó
Publicações Legais Mobile

Fundado em 06 de Maio de 2010

EDITOR-CHEFE
Marcos Schettini

Redação Chapecó

Rua São João, 72-D, Centro

Redação Xaxim

AV. Plínio Arlindo de Nês, 1105, Sala, 202, Centro