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Vieses e consensos | O Brasil esquizofrênico

Por: Ralf Zimmer Junior
10/09/2019 16:45

Com todo respeito àqueles que sofrem dessa terrível doença mental, fato é que o País padece de há muito de sintomas coletivos dessa “maldade” pessoal, com surtos mais agudos recentemente, contudo. Vamos aos fatos. Em todo e qualquer Ministério Público de âmbito estadual, os governadores estão adstritos a nomearem para um mandato de 2 anos o chefe da instituição que, por sua vez, apresenta-lhe uma lista tríplice (votada no seio da categoria) que dão o contorno da escolha. No âmbito da União, por uma questão de safadeza histórica mesmo, presidente algum enviou emenda à CF ou à Lei Complementar que rege o MPF para lhe dar a merecida autonomia de escolher seus possíveis chefes via lista tríplice.

Havia, bem verdade, uma regra não escrita no âmbito do MPF de se fazer lista mesmo assim e respeitá-la nos últimos 16 anos, fato que fortaleceu muito a instituição e sua atuação. Bolsonaro quebrou com essa regra de autonomia e transparência, e alçou um cidadão que já almejava há muito o cargo, tanto que era chegado ao petista Rui Falcão quando tal partido comandava o Planalto. Ilegal. Não. Nova política? Somente se esta for entendida em se afastar de postulados da transparência e respeito às instituições e for tida como despotismo. Sim, despotismo. Um Presidente da República que entrega medalha de relevantes serviços prestados à nação aos próprios filhos, que prestaram serviço relevante algum à nação, no afã de conceder embaixada a um deles que sequer é diplomata (justamente porque a Lei exige ser diplomata ou ter prestado serviço relevante à nação), que reprime o seu ministro da Justiça que luta por mais transparência, e que escolhe a dedo a seu bel prazer o homem que ocupará o cargo responsável por processar (se devido) seu staff e a se manifestar em processo que envolve seu outro filho (senador) por possível lavagem de dinheiro, se não for um déspota, para dizer o mínimo, seria o quê?

Ora, estadista se fosse em prol da boa política teria proposto emenda à constituição para cristalizar o direito da lista tríplice do MPF, em linha com os MP estaduais e com à vontade da população em fortalecer efetivamente a luta contra a corrupção. Mas, não. Embora eleito para “fazer diferente”, acha-se no direito de fazer “piormente” diferente. Usou de uma “psicose legal” para justificar sua mera vontade individual, tal qual um monarca da idade média. Claro, os fanáticos ainda aplaudem. Enquanto isso, o setor industrial registra recuo de crescimento no trimestre, a imagem do Brasil é estraçalhada no exterior pelas sandices do seu chefe de Estado e asseclas, que mais parecem meninos de 5ª série, chamando os outros de feio.

Ah, e o parceiro Trump, ao qual presta continência como tiete nosso Presidente, deve rir aos borbotões ao ver no desfile da independência ao lado da mais alta autoridade do País, num Estado laico, o bispo Edir Macedo, outrora detido nos EUA por evasão de nossas divisas àquele País. Para fechar o show da patetice, em que nem injeção de Aldol resolve, Silvio Santos vem aí, alçado à autoridade de Estado por passar a revista na tropa ao lado do Presidente no Dia da Independência. Bem, sua emissora contratou vários personagens para representar o palhaço Bozo ao longo dos anos. Tá explicado. Por fim, devemos desculpas aos esquizofrênicos, doença que se instala sem culpa alguma do paciente, ao contrário do Brasil, cuja sandice de muitos o punham nesse estado de loucura surreal oficial, constante e abjeta.

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