Só quem dança, e não precisa ser ballet propriamente, sente os benefícios espirituais e físicos que os movimentos implicam na vida da pessoa. E não há idade específica para determinar quando se deve começar ou terminar o tempo para este exercício importante para a vida.
O ballet, criado na Itália, levado para a Inglaterra e dominado pela França e Rússia, sempre foi motivação para quem tem bom gosto em cultura e arte. Ao chegar no Brasil no século XVIII, encantou já nas primeiras apresentações realizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. De lá para cá, cresceu muito as escolas para incentivar talentos que são demonstrados desde crianças.
Em Cordilheira Alta, a Escola de Ballet Realce, comandada pela professora Sônia Briancini, tem sido um desafio ano a ano. Crianças e adolescentes se dedicam meses para uma grande apresentação nas festividades do Natal. Em todas elas, com o salão comunitário cheio, marca a presença de autoridades políticas, pais, familiares e a comunidade em geral.
“Nós somos persistentes porque acreditamos na dança, na expressão corporal, na mensagem que oferecemos de liberdade cultural e conhecimento”, diz a professora Sônia. Com cerca de 80 alunos, feminino e masculino, com idade que varia dos oito aos 18 anos, os encontros ocorrem todos os sábados das 8h às 12h, com ensaios de temas conhecidos do mundo da Disney. “Este ano vamos apresentar a Bela e a Fera. Todos estamos produzindo fantasias que serão utilizadas nas apresentações com este tema. Aqui se trabalha com seriedade e muita responsabilidade”, explica Sônia. A apresentação de final de ano ocorre dia 12 de dezembro, às 20h, no salão comunitário da linha Fernando Machado, em Cordilheira Alta.
A Escola Realce vive de participação direta dos pais e apoio do setor público, mas durante o ano, são realizados eventos em busca de recursos para a manutenção e custas de material e apresentações fora do município. “Não é fácil manter esta estrutura que temos aqui. Se não for a participação das famílias das nossas alunas e alunos, não iríamos conseguir alcançar este sonho maravilhoso do ballet”, reconheceu.
PRÉ-SELEÇÃO
A professora teve uma grandiosa surpresa no dia 21 de setembro, quando recebeu um ofício da Escola de Teatro Bolshoi do Brasil pedindo liberação das alunas Amanda Giachini Arisa, de Chapecó, e Maria Eloíza Piccinin, da equipe da professora de Cordilheira Alta, para a pré-seleção nacional que vai acontecer nos dias 18, 19 e 20 de outubro.
A coordenadora do processo seletivo da Escola de Teatro Bolshoi do Brasil, Sylvana Albuquerque, reconheceu os talentos das duas alunas e o trabalho realizado pela professora. “Nós estamos muito agradecidos por este reconhecimento porque mostra que estamos fazendo um trabalho muito importante, responsável e de formação. Isso quer dizer que a cartilha que adotamos para o que chamamos de pedagogia clássica do ballet, é a ideal para conquistarmos uma posição de respeito dentro e fora de Santa Catarina. Estamos felizes porque somos uma turma discreta e de um município distante das grandes decisões deste tipo de cultura e talento. Demora para vir os resultados, mas quando chega, vem com a segurança que precisamos para continuar seguindo em frente”, disse.
A professora Sônia vai acompanhar sua aluna na apresentação seletiva e diz que será uma experiência magnífica na vida de cada um dos membros da Escola Realce. “Isso é uma bandeira importante para nossa história de trabalho e vai nos dar a segurança para buscarmos mais investimentos para fazermos as grandiosidades que queremos realizar”, finaliza.
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