A complexidade das interações políticas globais e locais faz com que, por vezes, reveses de prediletos ajudem o próprio séquito de seguidores, é vitórias, representa-lhes derrota. Explico. O protecionismo exacerbado de Trump está a impelir freios ao desenvolvimento da economia chinesa, que por sua vez reflete na Europa, já que grandes empresas alemãs produzem da China para o mundo. Dessa maneira, o desaquecimento do comércio mundial afeta a todos, inclusive, o Brasil, cuja economia decresce nesse cenário justamente pela recessão ocasionada nesse efeito dominó por Trump contra a China.
Sem crescimento econômico, numa economia globalizada, o reflexo interno é o desgaste e descontentamento com as lideranças locais, cenário propício a mudanças. Portanto, acaso Trump não se reeleita nos EUA, a tendência é que os democratas reduzam as barreiras comerciais e o protecionismo exacerbado da política “trompista”, o que embalaria a China e obreiro do mundo, inclusive o Brasil, de reboque. Assim, se por um lado Bolsonaro perderia seu ídolo de barro frente aos yankes, quiçá com prejuízos pessoais com o pretenso e eventual alinhamento familiar-fanático, traduzido por atos de tietagem e quem sabe até de embaixadas no “rolo”, ganharia por via transversa com o aquecimento do comércio mundial, de nossa economia, que com mais empregos lhe daria mais estofo do que memes e robôs em redes sociais na busca de sua reeleição.
De outro lado, Trump carimbando o segundo mandato, a tendência é manter esticada a corda do protecionismo, e sem a onda externa de crescimento global, o Brasil amargaria dias de reprodução dessa ladainha toda de ficar revivendo 64 e reproduzindo o medo criado para manter o gado cativo, o que não tem a força necessária que teria o dativo crescimento econômico e criação de empregos para fins, inclusive, de reeleição do Capitão. Enfim, o jogo é complexo, e arrisco apostar: Trump vencendo nos EUA, Bolsonaro perde no Brasil!Rua São João, 72-D, Centro
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