Muitos mandatos de hoje são frutos da narrativa da chamada “nova política” na eleição passada. Um conceito ainda não bem determinado, mas que queria demonstrar nos parece algo “contra tudo que está aí, tá ok”? Ocorre que discursos inflamados “de ao menos não roubar seria já um bom começo”, levou ineptos, com ajuda das redes sociais, a cargos que sequer sabem a dimensão de suas atribuições.
Em Brasília e em Santa Catarina não é diferente, tem-se observado um festival de projetos de lei diametralmente contra limites constitucionais que revelam tanto o despreparo de muitos da safra da “nova política”, bem como a hipocrisia em querer continuar a fazer campanha no cargo ao argumento “eu tenho feito minha parte os outros que não prestam”.
Até o prosaico “cortar o cafezinho” ganhou nova roupagem e é chamado de prática de “novos gestores”, claro, viesse acompanhado de um cabedal de medidas e projetos com maior amplitude teria seu valor, mas não passa de hipocrisia sem cafeína para muitos, que economizam no palito de um lado, e se esbaldam no banquete dos projetos anacrônicos doutro, apenas ventilado para manter a corda do “nós contra eles” puxada.
Tempos que denotam a falta de líderes com grandeza para apontar caminhos e projeto palatável de desenvolvimento a benefício da sociedade como um todo. Sobram tresloucados que se dizem ungidos pelo óleo da “nova política”, mas que até hoje não apresentaram um projeto sequer efetivamente viável para melhorar a vida das pessoas. Condenam o servidor público que conquistou seu espaço com trabalho, e aplaudem um Presidente que quer nomear um filho, que sequer comprovou falar inglês fluente, como embaixador dos EUA.
Deleitam-se com práticas medievais e se dizem de vanguarda. As redes sociais não trouxeram quase nada de bom, revelaram, em verdade, nossa ignorância enquanto sociedade, ampliando a voz de imbecis, que, para piorar, encontraram um manancial de ouvidos e votos nas urnas. A velha hipocrisia travestida de nova política, esse o tom da tocada atual, cujo berrante enfeitiçou ouvidos antes mais adeptos a cantos de sereias.
A esperança que dissipada essas ilusões dos jargões vazios, já no ano que vem, a população volte aos olhos às ações mais que aos discursos fajutos que tem embalado o País rumo ao desfiladeiro nos últimos anos. Não precisamos de “nova política”. Precisamos de “boa política”. Com debates sérios, profundos, divergências serenas e respeitáveis que rumam a convergências legítimas, apontem rumos concretos além do já surrado comunismo-facismo-lulapetismo-bolsonarismo. As pautas sérias e as pessoas que mais precisam agradecem. Que venha logo 2020, e que a boa e séria política sobrepuje a hipócrita que se veste com o manto de “nova”, política enfim.Rua São João, 72-D, Centro
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