Direita, esquerda, direita, esquerda, marcha!
Tempos difíceis pairam sobre o Brasil. A radicalização, começada em 1964 e interrompida com a eleição das Diretas, amadureceu ao ponto de, trocada as bolas, não é a esquerda de Jango, o comunista de Brizola ou Jânio das forças obscuras no poder, mas a ultradireita quem comanda o Brasil e a esquerda se mobiliza, à moda Chile, para enfrentar quem está no Poder. Não se sabe, ainda muito verde, quais as consequências do estrago que a liberdade de Lula da Silva vai imprimir no campo de guerra, mas o cenário foi desenhado. Com a chegada do Natal, não é possível injetar a ida às ruas como o PT deseja. Por outro lado, as manifestações pró governo foram fracas e isso assusta o Planalto que controla o Tesouro. Como Paulo Guedes apresentou a porta do projeto de desenvolvimento no Congresso, só a grande mobilização para fazer tudo ser aprovado em tempo recorde. O STF perdeu o medo dos gritos de Villas Bôas e garantiu a soltura. Se consumar a suspeição de Sergio Moro, aí é a cereja do bolo. O ex-presidente fica no páreo para 2022. Aí a suspeição sai do colo do ex-juiz e pula na de Toffoli. Aí o saco do Noel estoura e aleija o do Coelho da Páscoa.
Fora
Carlos Moisés está cego, às escuras, dentro do PSL. Não há mais clima para que se mantenha dentro do partido a qual faz parte. Se ele ignorou a presença do filho do presidente em SC, justamente em meio ao caos que a sigla vive, é mais que fato sua indigestão. Ninguém fica assim por muito tempo.
Beleza
A cada dia que permanecer no PSL, sua agonia aumenta. Já não tem quatro de seis deputados. A vice joga, dentro de suas possibilidades, para ajudar a minar seu poder e sonhar, muito mesmo, com uma chegada à Casa d'Agronômica pela via de algum argumento, seja ele qual for, que tire sua apagada necessidade.
Enfrentamento
Independente do encontro de 400 integrantes afirmando que a terra é plana, evento ocorrido domingo pela manhã, no centro de SP, os olavistas vão para cima de Carlos Moisés. O governador está sendo, desde agora pelos ex-parceiros, massacrados pelos antigos pares. Os dias do pai de Raíssa e Sarah, se afunilam para o terror, um dos braços do PSL.
Ele
Bruno Souza enganou muito ao demonstrar sua ida ao MDB. Agora no Novo, vai bater na renovação se apresentando como. Fruto de uma eleição canhão destruidor, percebe-se na prancha que imagina continuada de 2018. Isso quer dizer que, visto como, pode ser alternativa para a prefeitura. Gean Loureiro sabe bem o que faz a partir de agora que vai conhecendo adversários.
Lados
Não é de hoje que Bruno ensaia sua disputa pela Prefeitura de Florianópolis. Quando foi vereador, tomou posição contrária ao prefeito e isso alimentou sua ida para 2018 com sucesso. Para dar continuidade, vai manter o foco e atacar firme nas redes, lugar onde domina e que Gean é insuficiente. Agora, como foi em 2018, e com digitais de Fábio Veiga.
Nada
Gean Loureiro não tem medo de eleição e muito menos dos adversários. Respeita, mas não tem medo. Bruno, assim como outros, virá à disputa e ele, já com o couro duro do que viveu, e vão explorar no processo, está preparado. Para ele, nada de novo, mesmo no trocadilho. O deputado, sempre rápido, busca mesmo.
Duro
Bruce Willis em performance, Julio Garcia se acostuma a tomar as batidas do dia a dia e não morrer na vida pública. John McClane é aquele personagem que a tudo suporta. Em 2019 viveu de tudo e passou pelo corredor polonês natural de quem tem força eleitoral e de palavra. Do acidente, tirou energias. Seu companheiro, Eron Giordani, segura.
Tudo
Mais que ser um quadro de altíssima confiança e valor político, Eron Giordani a tudo enfrenta. Sua parceria com o presidente da Alesc vem de longe. O filho de Edegar ganha confiança e longevidade junto ao líder do PSD porque não tropeça em oportunismo. Alto e demonstrado, o chefe de gabinete da presidência da Casa a todos encanta. O que diz, sustenta.
Respeito
Os deputados da Alesc não negam reciprocidade ao presidente sob qualquer circunstância porque, demonstradamente, sabem que os lidera à Mesa e, por isso, no episódio do acidente, teve suas manifestações de solidariedade. A transparência com que casa com todos, sem distinções, carimba a produção unida dos trabalhos.
Referência
Vivendo um campo minado, como mesmo afirma, Carlos Moisés pode, tranquilamente, fechar com o pessoal do PSD. Lá, bem afinado, contaria com a exímia liderança do ex-governador Jorge Bornhausen. Um líder respeitadíssimo de direita e com conteúdo de inteligência, sem igual, como diferencial. Com o governador oferecendo-lhe os ouvidos, só ganha luz.
Inteligência
Rompendo com o radicalismo cego do PSL, Moisés joga-se dentro da lógica da sabedoria quando está ao lado de um enxadrista nacional à disposição de si. JKB não somente representa a fina luz do conhecimento político, oferece solo firme para o futuro. É verdade que Napoleão Bernardes está no páreo. Mas política é jogo e estar nele, é o que faz a diferença.
Caminho
Não há motivos para Moisés ir para a sigla do afastado secretário da Fazenda. Paulo Eli, nome de Eduardo Pinho Moreira que tem arrumado o Tesouro do Estado, estaria muito longe de um discurso que ele havia mergulhado em 2018. De olho na reeleição, JKB dá a fala mansa, leve e firme de sua estratégia. Os ulyssistas ainda tem suas dobradiças rangendo 2018.
Final
Cada dia que Moisés ficar no PSL, mais Jesse Lopes diminui o poder de vendas da Casa d’Agronômica, Sargento Lima metralha a agenda, Felipe Estevão joga o anzol em suas orelhas e Ana Campagnolo afirma-o como comunista. Se isso já não é suficiente para sair deste ninho de peçonhas, então vai ter que se vacinar em outro rumo.
Campeão
Moacir Pereira ofereceu às mentes brilhantes, novamente, seu livro voltado à memória de Paulo Gil com quem viveu grandes momentos e valores de simplicidade e respeito. O jornalista é, de fato, um quadro de seu tempo, com uma modernidade sem igual. Um vitorioso e guerreiro da verdade.
Tempos
A soltura de Lula da Silva dá um novo momento do Brasil. Ele, então dando direcionamento de dentro da cadeia em Curitiba, tinha voz junto às esquerdas, mas ainda com rouquidão. Com sua chegada às ruas, atrai os debates colocando o país em queimadas. Odiosos entre si, Jair Bolsonaro e ele vão protagonizar guerra.
Preparados
O Exército verde e vermelho vai travar uma guerra jamais vista depois de 1964. Há quem tente impedir e outros para trazer aqueles anos para o atual. Se de um lado a esquerda se mexe, Felipe Francischini, que pilota a CCJ na Câmara, já mobiliza uma extraordinária para acelerar a PEC que valoriza a prisão em segunda instância. Vai dar boa.
Fiéis
Eduardo Bolsonaro vai se movimentando, em todos os estados, para mexer forte junto aos deputados e senadores para construir rapidez para a aprovação da PEC. Se isso ocorrer ainda em 2019, como Maia promete, melhor Lula da Silva começar a pedir asilo político. Se voltar para onde saiu, não terá STF novamente. Guerra é guerra.
Acirramento
Não vai haver tréguas de nenhum lado. Se a esquerda aguardava Lula da Silva para liderar as esquerdas e fazer o momento ocorrido no Chile, os governistas igualmente sabem o que fazer. General trabalha com estratégias e sabe exatamente o que fazer no momento certo. Tempos de paz, como se viu, só depois que um lado cair.
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