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Editorial | Campo minado e rompimento esperado

Por: LÊ NOTÍCIAS
12/11/2019 00:46 - Atualizado em 12/11/2019 00:48
Mauricio Vieira /Secom

Eleito por estar no barco do então candidato a presidente, Comandante Moisés chegou a governador sem dizer absolutamente nada na campanha. Inclusive, faltou ao debate da NSC no 2° turno, dando simples satisfações, não ao tamanho da importância do encontro. Isso quer dizer que o agora governador de SC, por mais que tente se mostrar independente, vai ficando, aos poucos, só. Isto é, sem um partido definido e vai se ajustando às consequências que vão lhe aparecendo.

É verdade que ele tem ajustado as contas da gestão recebida e, por isso, mostra-se atencioso com o que é público. Mas é um fugitivo do debate, da boa relação com os poderes, com a imprensa, não comparece a eventos importantes e, podendo decidir, envia a vice que tem sido quase despercebida devido à pouca habilidade no trato com pessoas. Não somente isso, percebe-se ameaçada como que fosse uma autoridade de altíssimo risco dentro da democracia.

Carlos Moisés praticamente chega ao seu primeiro ano de mandato sem ter tido algum sinal de entrosamento. Fecha portas para o diálogo e rompe com seu coletivo partidário em um cenário inseguro demais.

Se ele, ainda no PSL bagunçado pelas manifestações do presidente da República, mantiver sua filiação partidária, não muda em absolutamente nada seu modo de ser. Se sair, tem que deixar no antigo partido as performances um tanto questionáveis de seu temperamento distanciado com os setores econômicos e políticos.

Para seguir em frente, até para ser livre e identificar quem está ou não ao seu lado, precisa sair do partido a qual faz parte para dar luz à sua personalidade política, sua ideologia e caminhos que deve seguir. Não há mais clima para que continue dentro das linhas ideológicas a que foi sujeitado para chegar ao poder.

Libertar sua maneira de ser para que tenha definido os compromissos que tem em mente para o povo de SC. Hoje, como se observa, não tem condições de convivência com o radicalismo da base partidária e que, aos poucos, tem se distanciando. Prova disso foi a presença do filho do presidente Bolsonaro no Sul do Estado, a qual ignorou abertamente.

Se está enviando um sinal de distanciamento, pode tranquilamente sair da sigla e fazer o que pretende. Boas intenções já demonstrou. Delas, a mais radical, foi bater de frente com a questão do agrotóxico, mantendo suas posições quanto à periculosidade do uso e que, com isso, enfrentou o agronegócio e seus arredores.

Os deputados, fora da linha do PSL, têm dado a ele o sentimento de respeito ao se mostrar simples, acessível e bom ouvinte. Pelas formas como tem dado atenção às culturas, em música e gastronomia, valorização das pessoas, mostra compromisso com a verdade dos fatos.

Se está acuado, sentindo-se perseguido, depende de si para romper. Hoje, como se mostra, não dá mais para se manter como está. Mais que um momento difícil, como tem sentido, a tendência é piorar. Muito mais pela própria indisposição que, somada à pressão de seus adversários internos, forçam que tome um sentido.

O governador do não pode trocar de partido, ou ficar independente, mantendo seu distanciamento mostrado até agora. Um ano é suficiente para entender os caminhos. Se já compreendeu o seu, então deve seguir. O seu mundo é pior onde se encontra.

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