Com 55 anos de Jornalismo, Moacir Pereira é considerado uma das figuras mais ilustres da imprensa catarinense. Crítico e fiel às suas ideias, o jornalista e escritor lançou, na semana passada, o seu 53° livro, em homenagem ao desportista e empresário Paulo Gil, falecido há 20 anos. Idealizando o novo projeto para contar a história do desembargador Norberto Ungaretti, Moacir Pereira concedeu entrevista ao jornalista Marcos Schettini e também comentou sobre a política brasileira e catarinense. Sempre à altura, com posicionamento nos temas mais polêmicos do país, criticou o STF e intitulou a esquerda como culpada pelo clima de radicalismo no Brasil.
Marcos Schettini: O senhor lançou seu 53° livro. De quem fala e o que ele significa na vida dos Catarinenses?
Moacir Pereira: O livro “Paulo Gil: o mar por testemunha” é um relato jornalístico sobre um dos desportistas mais determinados e criativos que conheci, um empreendedor visionário, um ser humano excepcional, cidadão leal, alegre, de grande sensibilidade social. Inúmeros projetos inovadores de Florianópolis e Santa Catarina tiveram suas impressões digitais. O sonho de uma marina na Ilha, por exemplo, continua no papel. Mas ele construiu uma empresa que revolucionou relações entre empregados e empresários.
Schettini: Você afirmou que vai lançar outra biografia no ano que vem. A quem diz respeito?
Moacir Pereira: Quando remeti à editora o texto final deste livro que lancei na semana passada, iniciei pesquisas e contatos para publicar uma obra sobre o falecido professor, escritor e desembargador Norberto Ungaretti, outro personagem único de nossa querida Santa Catarina. Orador e líder espírita consagrado, era meu amigo, conselheiro e ouvidor, que começou muito jovem na vida pública e teve uma carreira notável. Um homem de grande cultura e muita sabedoria, que conhecia quase tudo sobre genealogia dos grandes catarinenses e pensava mais no próximo do que em si mesmo. Tinha histórias maravilhosas e dedicou mais de 15 anos a pesquisar, estudar e levantar dados sobre Jerônimo Coelho, o fundador da imprensa e da maçonaria, patrono da engenharia militar brasileira e seu conterrâneo da Laguna. A obra inédita no Brasil será lançada dia 21 de novembro.
Schettini: Ao longo da sua profissão você ganhou grande influência na formação de opinião em SC. O que está certo e errado neste momento?
Moacir Pereira: Certas são as medidas da equipe econômica liderada por este grande brasileiro, o ministro Paulo Guedes. Erradíssimo é este cenário de intolerância de esquerdas radicais que apostam no pior para o Brasil.
Schettini: Qual tipo de Brasil os cidadãos estão vivendo hoje?
Moacir Pereira: Um Brasil onde falta, principalmente, educação para a maioria da população e mais espírito democrático de nossas lideranças parlamentares e políticas.
Schettini: Por que o país não entra em paz nacional?
Moacir Pereira: Porque corruptos de várias origens e siglas combatem as instituições impunemente e porque a esquerda radical não se conforma em ter pedido as eleições. Estes setores queriam instalar aqui um regime bolivariano, que destruiu a Venezuela e traz sofrimento profundo a sua população.
Schettini: O que está acontecendo em Brasília é a realidade do cidadão?
Moacir Pereira: Muito pelo contrário. Como tenho comentado há décadas, Brasília é “Ilha da Fantasia”. E a desconexão não se registra apenas no Legislativo. Atingiu também o Supremo Tribunal Federal. Ministros estão fora da casinha, com votos juridiquês que o povo não entende, com artifícios e poesias que justificam decisões estapafúrdias para defender e soltar corruptos já condenados pela Justiça.
Schettini: Com Lula da Silva solto, o que pode ocorrer?
Moacir Pereira: As consequências são imprevisíveis e podem ser trágicas para toda a sociedade. Por que ladrão de galinha cumpre pena e um ex-presidente, que tinha o dever de dar o exemplo, pode ser mais forte que a Justiça?
Schettini: O filho do presidente defendeu e depois pediu desculpas sobre o AI-5. Qual o sentimento disso?
Moacir Pereira: O deputado Eduardo Bolsonaro foi infeliz, mas parte da mídia e dos políticos contra o presidente exageraram nas interpretações. O filho do presidente não defendeu novo AI-5 coisa nenhuma. Ele argumentou que se os esquerdistas radicais quiserem fazer no Brasil o que fazem no Chile, Equador, Peru, Venezuela, etc, aqui terão uma resposta dura à altura.
Schettini: O radicalismo entre esquerda e direita pode não ter fim ou há o fantasma da intervenção militar? Vai ter guerra civil?
Moacir Pereira: Guerra civil não haverá, é o que prevejo e desejo. A intervenção militar é uma aspiração que está latente no sentimento popular, por culpa das esquerdas radicais, de certos imbecis do parlamento, de várias tendências e pela força das redes sociais. Mas quem começou este radicalismo no Brasil foram os esquerdistas radicais e violentos.Rua São João, 72-D, Centro
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