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Entrevista | O tempo agora é de trabalho, diz Camilo Martins sobre sucessão eleitoral em Palhoça

Por: Marcos Schettini
13/11/2019 15:35 - Atualizado em 13/11/2019 15:41
Arquivo/LÊ

Eleito em 2012 e reeleito em 2016, Camilo Martins administra Palhoça, uma das maiores economias de Santa Catarina. Filho do deputado estadual Narazeno Martins, Camilo garante que é prefeito de uma “terra de oportunidades” e, observando o futuro das crianças, diz governar para os próximos 50 anos. Em entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini, explanou sobre sua administração e projetos de concessões, afirmou que está focado na prefeitura e ainda não pensa na sucessão. Filiado ao PSD, falou do conhecimento social e político de Gelson Merisio e comentou sobre o Governo Bolsonaro.

Marcos Schettini: Como o senhor avalia a sua administração dentro de conquistas e frustrações?

Camilo Martins: A grande frustração que tenho no comando da prefeitura é aquela sensação de que sempre poderia ter feito mais. A prefeitura é uma máquina complexa e a burocracia é o maior entrave que temos. É de responsabilidade de todo governante fazer a melhor gestão para que essa grande máquina se transforme em uma administração rápida, eficiente e que entregue resultados para a população, sendo essa uma de minhas bandeiras. Pegamos uma prefeitura desorganizada, sem dinheiro e com funcionários desmotivados. Nesses 6 anos que estou à frente do Governo Municipal meu foco foi de muito trabalho e união. Muito trabalho no dia a dia para fazer andar a máquina pública, sanar as finanças, trazer investimentos, motivar o funcionário público, dando a eles todas as ferramentas necessárias para prestar o melhor serviço à população. Além disso, trabalhamos arduamente para termos a união junto a Câmara de Vereadores, da classe política, sociedade civil organizada e do Judiciário para, juntos, trazermos os resultados que a população quer e merece, pois é ela quem paga os impostos e merece nosso total respeito. Sempre digo que brigas não constroem pontes e sem estabilidade política não temos crescimento, seja na cidade, no Estado ou no país.

Hoje, caminhando pela cidade e visitando as obras e ações que temos por todos os bairros, é que tenho a real sensação das conquistas do nosso trabalho, com uma receptividade muito grande de nossa gente, com o brilho no olhar e um orgulho cada vez maior da cidade em que moramos. Palhoça é a terra de oportunidades e estamos construindo esse futuro agora.

Schettini: Diversos prefeitos reclamam de serem engessados pela Câmara de Vereadores e Ministério Público ou é jogo de cintura?

Camilo: Sempre trabalhei para ter a união da classe política e do judiciário para entregar resultados para a sociedade. Nesses últimos seis anos abrimos um diálogo transparente com o Poder Judiciário e Ministério Público, da qual temos enorme respeito pelo trabalho deles, alinhando nossas ações com as demandas feitas por esses órgãos, pois eles também representam a população e é nosso dever administrar de maneira harmônica e transparente.A outra grande parceria foi com a Câmara de Vereadores, que foram eleitos para fiscalizar e levar ao Executivo as demandas da sociedade, dos bairros e de toda a população, por isso sempre agradeço a parceria dos vereadores, não com o Camilo, e sim com a cidade. Caminhamos juntos, com grande responsabilidade, para fazer o melhor pela nossa população.

Schettini: Qual é o maior desafio que Palhoça deve superar para os próximos 20 anos, no que se refere a turismo, infraestrutura e meio ambiente?

Camilo: Quero destacar três grandes desafios que o município irá enfrentar nesse horizonte de duas décadas: mobilidade urbana, saneamento básico e macrodrenagem. A cidade de Palhoça ainda é carente de infraestrutura básica e, nos últimos vinte anos, registrou-se um forte crescimento populacional. Estando em uma posição geográfica que tem o mar a leste, grandes áreas de preservação ambiental a oeste e, ainda, sendo cortada pelas BR-101 e BR-282, isso impõe limitações. As rodovias federais, por exemplo, não conseguem mais dar a fluidez que é necessária a uma boa mobilidade, formando-se filas intermináveis.

Nossa administração já pavimentou mais de 550 ruas, construímos rótulas, novas vias e grandes avenidas, como a Avenida das Torres, para facilitar a mobilidade dentro da cidade. Como o Estado e o Governo Federal não cumprem a sua parte, quem sofre, diariamente, é a nossa população. Principalmente, porque o contorno viário, que era para ser a solução desse problema, ainda não tem previsão de entrega. O atraso dessa obra joga esse tráfego para dentro da cidade e, em breve, o trânsito irá parar completamente. Por isso, já entramos com uma ação na Justiça e estamos cobrando os resultados, principalmente para a construção da terceira faixa na BR-101, que amenizaria os engarrafamentos, até a finalização do contorno viário.

Na questão da macrodrenagem, para evitar enchentes, fizemos manutenção permanente em todos as valas de drenagem do município e, também, já temos os estudos de todos pontos de alagamento e tubulação precárias. E, agora, iremos fazer os projetos executivos para, no futuro, licitar essas obras que irão resolver em definitivo a questão das cheias.

No saneamento básico, lançamos um grande projeto de concessão, inédito no Estado, dentro do programa “Palhoça + Eficiente”, para ser executado em parceria com a iniciativa privada, para implantar saneamento básico para toda a cidade, que hoje conta com apenas 10%. O volume de recursos para a execução deste projeto está além da capacidade de investimento do município. Por isso, a administração optou pela parceria com a iniciativa privada, o que vai significar mais saúde e qualidade de vida para toda a população, além de fomentar o turismo, com a preservação de nossas praias, rios, mangue e todo meio ambiente.

Essas demandas são para 20, 30 ou 50 anos, mas nem por isso nós iremos esperar o próximo prefeito para dar esse passo. Estamos executando obras e planejando outras, preparando a cidade para que os próximos prefeitos avancem muito mais. Nosso olhar é para o futuro.

Schettini: Quais são os principais debates que a eleição municipal vai trazer em 2020?

Camilo: Acredito que a eficiência seja um tema a ser debatido durante o próximo período eleitoral. As pessoas não querem mais discursos vazios, promessas fáceis e, sim, resultados. Quando uma eleição se aproxima, é comum aparecerem muitos políticos dizendo que irão pintar a cidade de ouro, que tudo é fácil e que não foi feito porque o prefeito atual não quis fazer. Esse tipo de discurso levou o Brasil ao que é hoje e a população está percebendo o quanto faz mal uma escolha errada e isso pode levar a quatro anos de sofrimento. Por isso, sempre cobrei resultados de todos que trabalham comigo, pessoas íntegras e com capacitação, que conhecem a máquina pública e produzem os resultados esperados pela população, de maneira cada vez mais ágil. Ser prefeito exige muito conhecimento, capacidade gerencial e liderança, além de uma disposição muito grande para o trabalho e para vencer grandes desafios.

Schettini: Quem são os seus possíveis nomes para a construção de uma chapa majoritária em 2020?

Camilo: A preocupação da administração nesse momento é tocar as obras e ações que as pessoas pedem e precisam. Meu foco está todo em fazer mais pela cidade, o que a população está acompanhando com o lançamento de novas obras, como parques, programas de concessão, projetos sociais como o “Sorria Palhoça” e o “Criança com Visão”, além de todo o cuidado com a saúde e a educação de nossa gente. No momento certo, iremos discutir a próxima eleição, com a apresentação à sociedade do nome mais capacitado para administrar uma cidade com tantos desafios, evitando retrocessos e, principalmente, avançando cada vez mais com nosso crescimento sustentável, levando melhor qualidade de vida a cada palhocense. Tudo no seu tempo. E o tempo agora é de trabalho.

Schettini: Se o senhor for liberado a disputar outro mandato, baseado nas reeleições de Rodrigo Maia na Câmara dos Deputados, aceitaria o desafio?

Camilo: No momento isso não existe, ainda é só especulação. Hoje administro a prefeitura com a mesma vontade de quando assumi, de fazer mais e melhor por nossa gente e por essa cidade que tanto amo, onde nasci e quero continuar vivendo. Pensando no meu filho, lembro de todas as crianças de Palhoça e vem à mente essa preocupação: que cidade elas terão no futuro? É justamente isso o que me motiva a sempre querer fazer mais. Mas, existindo a possibilidade de reeleição, se a classe política quiser e a população pedir, seria uma honra poder cumprir mais esse dever com minha gente. Superar desafios faz parte da minha vida.

Schettini: Seu pai, Nazareno Martins, foi eleito deputado estadual na última eleição. Esta vitória significa o que para sua vida pública?

Camilo: Meu pai, Nazareno Martins, foi eleito com a maior votação que um deputado já teve em Palhoça, resultado de uma significativa união da classe política e da população na história da cidade. Essa vitória, além de coroar o trabalho dele de uma vida inteira de dedicação aos palhocenses, foi o reconhecimento de nossas ações à frente da prefeitura e também da demonstração de que, quando um povo e seus políticos se unem, podemos fazer muito mais. Quem ganhou não foi o Nazareno, não foi o Camilo, quem ganhou foi a população de Palhoça e do Estado de Santa Catarina que hoje tem um representante à altura do que nossa gente, nossa cidade e Estado representam.

Schettini: Quem perde mais dentro do seu partido com a saída Gelson Merisio? Ele ou o PSD?

Camilo: Nesse caso, acho que seja um jogo de perde e perde. Perdeu o Merisio, pois o PSD é um partido muito forte no cenário de Santa Catarina, com grandes líderes que querem o melhor por nosso Estado, mas também perde o PSD, pois o Merisio conhecia as demandas da nossa sociedade, tem capacidade de liderança e também administrativa e é uma pessoa que tem meu total respeito, pois fez muito por Palhoça, trazendo muitos recursos para obras essenciais para a cidade, enquanto foi deputado e presidente da Assembleia Legislativa.

Schettini: O governo Bolsonaro vive em conflito político interno, externo e com as forças institucionais. Para onde vai o Brasil?

Camilo: O Brasil está passando pela pior crise econômica de todos os tempos, pela maior crise moral e ética, com diversos casos de corrupção e prisão de muitos políticos, além de uma grande briga pelo poder, em todas as esferas. O presidente Bolsonaro assumiu o país com grande respaldo popular, prometendo grandes mudanças e vejo que está cumprindo na medida do possível, mesmo com uma grande resistência de alguns setores da sociedade. Acredito que o momento é de união, de apoiar o presidente, de pacificar o País, pois, sem estabilidade política, não existe crescimento econômico. Minha preocupação é que temos muitas brigas inúteis, discussões vazias, muitas vezes inflamadas pelas redes sociais, enquanto nos faltam investimentos em saneamento, energias renováveis e em infraestrutura, que é o que o País precisa. É preciso falar menos, trabalhar muito mais, acreditar no nosso potencial e pensar o Brasil como uma grande nação. E esse é meu desejo.


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