*Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
O que o mundo requer para se estabelecer novamente o império da ordem e da harmonia dos interesses humanos é a participação consciente de todos os homens, sob o signo da compreensão dos inevitáveis deveres que concernem a cada indivíduo. É, portanto, a participação de todos, ou seja, de cada um na medida de suas possibilidades, o grande fator que contribuirá, sem dúvida alguma, para que volte a imperar no mundo a ordem e a paz, pela reafirmação das leis que garantam e assegurem a confiança universal.
Não é possível que enquanto uns, em reduzido número, se esforçam para construir uma grande obra, os demais, em expressiva maioria, se despreocupem totalmente desse esforço, atentando contra a mesma obra.
A nosso juízo, produzir mais tem um profundo significado, pois a palavra produzir está ligada intimamente à palavra liberdade, já que se subentende que a produção se reduz quando a liberdade de produzir e de gozar dos benefícios da própria produção é restringida. Por conseguinte, surge a evidência de que se torna imprescindível assegurar o livre desenvolvimento da produção como meio mais eficaz para aumentá-la.
O homem necessita fomentar o livre desenvolvimento de suas ideias, para experimentar a feliz sensação que lhe proporcionam seus êxitos ou triunfos em sua luta contra todas as dificuldades que podem interceptar seu caminho no constante avanço para a meta de suas aspirações. Daí que seja tão necessário o fomento da livre iniciativa individual, para alcançar a solução de muitos dos grandes problemas que atualmente afligem a humanidade. A compreensão disto é, sem lugar a dúvidas, o que há de trazer novamente a paz aos homens e o que facilitará a conciliação de todos os interesses e aspirações humanas.
Mais ainda, de famílias vinculadas a ele; e a prosperidade de um grupo de homens pode implicar a prosperidade de um povo, como a prosperidade de um povo pode implicar a prosperidade de muitos povos. Mas essa prosperidade, para ser sólida e permanente, deve estar baseada na consciência da responsabilidade, bem como dos deveres e direitos que a cada um incumbem como célula útil e ativa da sociedade humana.
É possível que tudo o que ocorre no mundo beneficie a humanidade ao permitir que amadureçam as reflexões dos homens e eles compreendam que o bem que cada um reclama para si não deve conter egoísmos de nenhuma espécie, mas ser uma generosa expressão do sentimento humano, ao qual todos têm direito. Não é nada impossível que nas horas atuais se escutem muitas das palavras que foram desprezadas ontem, e que o pensamento dos homens se harmonize em favor de um ideal humano de superação e tolerância. Quando isto ocorrer, a paz no mundo estará muito próxima de se converter na mais bela de todas as realidades.
(Texto extraido da Colecao da Revista Logosofia Tomo 5, pag. 179)
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