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Piores igualdades

Por: LÊ NOTÍCIAS
15/03/2017 09:03 - Atualizado em 15/03/2017 09:03
(Foto: Extra Comunica) (Foto: Extra Comunica)


Hugo Paulo Gandolfi de Oliveira

Jornalista, professor universitário


Manchetes da imprensa têm mostrado, cada vez mais, igualdades nas práticas de inúmeros políticos, ou melhor, nas piores práticas. Basta vermos o que atestam delatores que falaram nas diversas ramificações da Operação Lava Jato ou em investigações conduzidas pela Justiça Eleitoral. Praticamente nenhum partido se salva da sujeira e o que vemos é o “roto falando do esfarrapado”, ou seja, políticos com aura de limpos também incluídos na podridão.

As últimas revelações dos delatores da Odebrecht mostram isso: um deles, o presidente Marcelo Odebrecht, indica ter recebido pedido de Aécio Neves (também citado em outras denúncias) de R$ 15 milhões, enquanto o executivo Benedito Júnior diz ter pago R$ 9 milhões, via caixa 2. E assim ocorre com outros nomes, supostamente ilibados, e que ocupam ou ocuparam altos cargos. São usuários de práticas mesquinhas, abjetas, danosas, não de agora. São de muito dantes, vêm de longe. Como se houvesse corruptos sem corruptores, parece que - na vida pública e na iniciativa privada -, a corrupção é coisa nova. Pelo menos para quem a contesta interesseira e seletivamente. Quer dizer: o “ladrão do outro lado” não pode, mas o “meu ladrão” é aceitável; o corrupto do outro partido “é bandido”, enquanto o corrupto do meu partido preferencial apenas cometeu “um deslize”.

Impavidamente, acusações todos negam a priori, é claro. Enquanto isso, proliferam palavras como: corrupção, propina, caixa 2, repasse, esquema, contribuição, contrapartida, planilha, investigação, favorecimento, blindagem, foro privilegiado. Tudo no pior sentido. De outra parte, outras falsidades: foi tudo legal, é mentira, não é verdade. É o império do cinismo.

Resumindo: para quem tentava se enganar, pensando no melhor sobre muitos nomes da política nacional, não somente quanto ao ex-candidato à Presidência da República e senador Aécio Neves, a Lula e a outros nomes mais ou menos coroados da política nacional: “Tudo farinha do mesmo saco”. Porém, se juntarmos a massa corrupta que faz parte do PT, PMDB, PSDB, PP, PSD, PR, PTC e de outras letrinhas miúdas da política, não sairá nada palatável, digerível. Tudo podre, imundo, de mau aroma, a demandar que o cidadão, e principalmente o eleitor, tome distância da imundície.



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