Estado – Produtores catarinenses têm garantia de preço de R$ 34 pela saca de milho. Os agricultores que aderiram ao Programa de Incentivo ao Plantio de Milho na última safra estão agora recebendo até R$ 8 a mais por saca do grão. O programa é uma parceria do Governo do Estado, cooperativas e produtores para incentivar o plantio de milho e aumentar a produtividade em Santa Catarina. O Estado, que se destaca na produção de proteína animal, é o maior comprador de milho do Brasil.
Para que o programa desse resultado já nessa safra, os produtores receberam um pacote de insumos da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina (Fecoagro) e se comprometeram em vender parte da produção a preço fixo para as cooperativas, que têm a garantia de venda para as agroindústrias. Como no último ano os preços pelo saco de milho chegaram a R$ 50, alguns produtores acabaram não aderindo ao programa, achando que perderiam dinheiro ao receber R$ 34 por saco. Este ano, o saco do milho está sendo vendido em média a R$ 26.
O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, explica que os produtores que não participaram do programa hoje se arrependem. “Esses agricultores poderiam estar ganhando R$ 34 por saca, garantindo um lucro de, no mínimo, 30%. Os produtores não avaliaram que o preço do milho poderia cair e voltar para um equilíbrio”, disse.
Essa parceria entre as agroindústrias e os produtores é o grande segredo para dar mais competitividade ao setor de carnes em Santa Catarina. Sopelsa acredita que a cadeia produtiva deve estar afinada com os produtores de milho, pois são interdependentes. “Não existe suinocultura e avicultura sem milho. Todas as atividades precisam ter lucro, os preços devem ser viáveis para ambos, temos que caminhar para o equilíbrio entre esses importantes setores”, ressalta.
Com uma produção de aproximadamente três milhões de toneladas de milho por ano, o setor de carnes de Santa Catarina consome seis milhões de toneladas de milho/ano, ou seja, são 16,5 mil toneladas consumidas por dia. Mesmo com um déficit de três milhões de toneladas para abastecer as agroindústrias, os produtores do estado ainda exportam grãos. Só em 2016 foram 167 mil toneladas que saíram de Santa Catarina. “Agroindústrias e produtores precisam ter um entendimento, eles dependem um do outro. Para aumentar nossa produção de carnes, nós precisamos aumentar a produção de milho também. A competitividade das agroindústrias depende disso”, afirma Sopelsa.
Governo do Estado, cooperativas e agroindústrias já conversam para uma reedição do Programa de Incentivo ao Plantio de Milho em 2017. “O programa mostrou que é possível uma parceria entre os produtores de insumos e a cadeia produtiva de carnes. Nosso objetivo maior é aumentar em 100 mil hectares o plantio de milho no estado, dando mais renda aos produtores de milho e mais competitividade às agroindústrias”, destaca Moacir Sopelsa. O programa contempla a produção de milho exclusivamente para grãos, isto é, não destinado à silagem, e comercializado somente dentro do Estado.
AVICULTURA
Santa Catarina é o segundo maior produtor e exportador de carne de frango do País. Em 2016, as exportações de carne de frango superaram um milhão de toneladas para mais de 100 países. Os principais destinos do produto catarinense foram o Japão, a China e os Países Baixos, que, juntos, responderam por 38,5% das exportações. O faturamento das exportações chegou a US$ 1,7 bilhão no último ano.
SUINOCULTURA
Santa Catarina encerrou 2016 como o maior produtor e exportador de carne suína do país. O volume das exportações chegou a 274,1 mil toneladas, um aumento de 43,47% em relação a 2015. O estado respondeu por 38% das exportações brasileiras de carne suína, arrecadando US$ 555,2 milhões no último ano. Em 2016, os principais destinos da carne suína produzida em Santa Catarina foram Rússia, China e Hong Kong, que juntos responderam por 67,2% das exportações do estado.
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