Por Bruno Souza*
A sociedade catarinense enfrenta o seu maior desafio fiscal em anos. Você que está lendo este artigo com certeza será um dos afetados, e talvez nem saiba o que está ocorrendo. Considero meu dever informar: tramita na Assembleia Legislativa o projeto da reforma da Previdência estadual. E o que isso tem a ver contigo? Tudo!
Os pequenos grupos de classe já circulam pelos gabinetes, se articulando para garantir seus benefícios. Mas ninguém se preocupa em mostrar a conta para o catarinense, que financia isso tudo. Os custos da previdência estadual colocaram Santa Catarina à beira de uma catástrofe fiscal. O rombo em 2019 foi de R$ 4,2 bilhões, e com o aumento da expectativa de vida, a tendência é aumentar ainda mais.
Aproximadamente 70 mil servidores inativos do estado custam mais aos nossos cofres do que todo o orçamento da educação, da saúde e da segurança dos mais de 6,7 milhões de catarinenses. Quando falta dinheiro para reformar a escola dos seus filhos, é culpa desse gasto. Quando faltam recursos para cirurgias eletivas nos hospitais, é culpa desse gasto.
O sistema previdenciário também é injusto quando comparado ao regime que cobre os trabalhadores brasileiros. Além de se aposentarem mais cedo, os inativos e pensionistas catarinenses recebem, em média, benefícios de R$ 6.634,95. Já o trabalhador catarinense, que paga o déficit por meio dos seus impostos, recebe em média R$ 1.357,06.
A “reforminha” proposta pelo governador é tímida. Reduz em apenas 2% o déficit anual. Está longe de ser suficiente. Por isso, a Assembleia deve assumir o protagonismo e tomar as medidas necessárias. A sociedade catarinense já demonstrou que quer maturidade e responsabilidade fiscal. É hora de honrar os mandatos confiados a nós pelos catarinenses e corrigir as distorções da nossa previdência.
*Deputado estadual (Novo)
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