A primeira delas é que sem investimento em ciência e educação as pessoas literalmente morrem. Veja-se que a Coreia do Sul, que lá nos anos 70 do século passado era uma economia muito mais fraca que a nossa à época, após décadas de investimentos massivos no sistema educacional hoje é exemplo de economia e de combate à pandemia em foco. Educação, instrução e ciências custam caro, mas trazem retornos gratificantes a longo prazo e salvam vidas.
Além de uma potência econômica, os sul-coreanos controlaram melhor a pandemia que todas as demais nações fustigadas pelo vírus. Sem repressão. Sem exércitos nas ruas. Sem populismo. Sem fake news. Mas, sim, com instrução (educação) e ciência. Pessoas bem orientadas e comprometidas com o bem-estar pessoal e geral, que respeitam regras, fazem toda a diferença para uma nação. Doutro lado, a desinformação e o populismo, seja da esquerda de Obrador, no México, seja da dita direita de Trump, nos EUA, fato é que ou se dorsalizam à ciência ou serão responsáveis pelo sacrifício indevido de muita gente inocente.
Outro ponto que merece destaque, em terra tupiniquim, é que uma crise dessa magnitude rompe com paradigmas que há muito deveriam ter sido rompidos por outras razões de lógica e eficiência. Refiro-me, aqui, ao teletrabalho ou “homeoffice” de muitos servidores que não têm a necessidade de atendimento constante ao público.
Isso porque, o que, a rigor, custa caro aos cofres públicos não é no mais dos casos a remuneração em si de servidores, mas a manutenção de locais físicos que não se justificam senão para consumir nossos tributos com aluguéis e pagamento de lucros para empresas terceirizadas que exploram mão de obra barata de serviços de vigilância e limpeza, enquanto enchem seus cofres sob o eufemismo de “empreendedores”. Empreendedor de verdade gera emprego e roda a economia na iniciativa privada, bem diferente de intermediar mão de obra com Estado e lucrar nas costas de ambos.
Reduzindo custos de locação, água, luz, limpeza e vigilância, o Poder Público certamente terá mais recursos para efetivamente implementar, a bem da população, locais físicos que são indispensáveis, tais quais hospitais e creches.
Em poucas palavras, o coronavírus derrotou as fake news e esperamos que derrote a demagogia, o populismo e o desperdício, sob pena de nós sermos os derrotados. Sim, infelizmente, há e haverá baixas econômicas e de vidas. Contudo, transparência, educação, ciência e eficiência nunca foram tão claramente uma questão de vida ou morte. Que nossa nação escolha pela vida!
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